A crónica é como
que a conversa íntima,
indolente, desleixada,
do jornal com os que o lêem:
conta mil coisas, sem sistema,
sem nexo; espalha-se livremente
pela natureza,
pela vida, pela literatura, pela cidade;
fala das festas, dos bailes,
dos teatros, das modas,
dos enfeites, fala de tudo, baixinho,
como se faz ao serío, ao braseiro,
ou ainda de verío, no campo,
quando o ar está triste.
Ela sabe anedotas, segredos,
histórias de amores,
crimes terríveis;
espreita porque nío
lhe fica mal espreitar.
Eça de Queirós