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BIBLIOTECA DA LUSOFONIA: MANUEL ALEGRE
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Respuesta  Mensaje 1 de 3 en el tema 
De: QUIM TROVADOR  (Mensaje original) Enviado: 30/11/2009 09:09
 
 
 
  

 

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Última Página

Manuel Alegre

Vou deixar este livro. Adeus.
Aqui morei nas ruas infinitas.
Adeus meu bairro página branca
onde morri onde nasci algumas vezes.

Adeus palavras comboios
adeus navio. De ti povo
não me despeço. Vou contigo.
Adeus meu bairro versos ventos.

Não voltarei a Nambuangongo
onde tu meu amor não viste nada. Adeus
camaradas dos campos de batalha.
Parto sem ti Pedro Soldado.

Tu Rapariga do País de Abril
tu vens comigo. Não te esqueças
da primavera. Vamos soltar
a primavera no País de Abril.

Livro: meu suor meu sangue
aqui te deixo no cimo da pátria
Meto a viola debaixo do braço
e viro a página. Adeus.


 
   
 
livro.jpg

Livreiro da Esperança

Manuel Alegre

 

Há homens que são capazes

duma flor onde

as flores não nascem.

Outros abrem velhas portas

em velhas casas fechadas há muito

Outros ainda despedaçam muros

acendem nas praças uma rosa de fogo.

Tu vendes livros quer dizer

entregas a cada homem

teu coração dentro de cada livro

 



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Respuesta  Mensaje 2 de 3 en el tema 
De: QUIM TROVADOR Enviado: 01/12/2009 18:48

 
   
 

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AS MãOS

Manuel Alegre

Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema - e são de terra.
Com mãos se faz a guerra - e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas, mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor, cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

 


 
   

25ab.jpg

 

LETRA  PARA  UM  HINO

Manuel  Alegre

 

É possível falar sem um nó na garganta.

É possível amar sem que venham proibir.

É possível correr sem que seja a fugir.

Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta.

É possível andar sem olhar para o chão.

É possível viver sem que seja de rastos.

Os teus olhos nasceram para olhar os astros.

Se te apetece dizer não, grita comigo: não!

É possível viver de outro modo.

É possível transformar em arma a tua mão.

É possível viver o amor. É possível o pão.

É possível viver de pé.

Não te deixes murchar. Não deixes que te domem.

É possível viver sem fingir que se vive.

É possível ser homem.

É possível ser livre, livre, livre.


 
   
 

 

Manuel Alegre


 


Coisa amar

Contar-te longamente as perigosas
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.

Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas.

Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te logamente como doi

desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.


 
   

 
 

 

 

Portugal Algarve K�osta Vicentina

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lusíada
Lusíada Exilado

Nem batalhas nem paz: obscura
 
Guerra.
 
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
 
Há nevoeiro em mim. Dentro de abril dezembro.
Quem nunca fui é um grito na memória.
E há um naufrágio em mim se de quem fui me lembro
há uma história por contar na minha história.
 
Trago no rosto a marca do chicote.
Cicatrizes as minha condecorações.
Nas minhas mãos é que é verdade D. Quixote
trago na boca um verso de Camões.
 
Sou este camponês que foi ao mar
lavrou as ondas e mondou a espuma
e andou achando como a vindimar
terra plantada sobre o vento e a bruma.
 
Sou este marinheiro que ficou em terra
lavrando a mágoa como se lavrar
não fosse mais do que a perdida guerra
entre o não ser na terra e o ser no mar.
 
Eu que parti e que fiquei sempre presente
eu que tudo mandava e nunca fui senhor
eu que ficando estive sempre ausente
eu que fui marinheiro sendo lavrador.
 
Eu que fiz Portugal e que o perdi
em cada porto onde plantei o meu sinal.
Eu que fui descobrir e nunca descobri
que o porto por achar ficava em Portugal.
 
Eu que matei roubei eu que não minto
se vos disser que fui pirata e ladrão.
Eu que fui como Fernão Mendes Pinto
o diabo e o deus da minha peregrinação.
 
Eu que só tive restos e migalhas
e vi cobiça onde diziam haver fé.
Eu que reguei de sangue os campos das batalhas
onde morria sem saber porquê.
 
Eu que fundei Lisboa e ando a perdê-la em cada
viagem. (Pátria-Penélope bordando à espera.)
Eu que já fui Ulisses. (Ai do lusíada:
roubaram-lhe Lisboa e a primavera.)
 
Eu que trago no corpo a marca do chicote
eu que trago na boca um verso de Camões
eu é que sou capaz de ser o D. Quixote
que nunca mais confunda moinhos e ladrões.
 
Eu que fiz tudo e nunca tive nada
eu que trago nas mãos o meu país
eu que sou esta árvore arrancada
este lusíada sem pátria em Paris.
 
Eu que não tenho o mar nem Portugal.
(E foi meu sangue o vinho meu suor o pão.)
Eu que só tenho as lágrimas de sal
que me deixou el-rei Sebastião.
 
Lusíada exilado. (E em Portugal: muralhas.)
Se eu agora morresse sabia por quê.
Venham tormentas e punhais. Quero batalhas.
Eu que sou Portugal quero viver de pé.
 


Respuesta  Mensaje 3 de 3 en el tema 
De: QUIM TROVADOR Enviado: 01/12/2009 18:50
Abril de Abril

Era um Abril de amigo Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.

Era um Abril comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.

Era um Abril na praça Abril de massas
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.

Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.

Era um Abril viril Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.

Era um Abril de clava Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.



Manuel Alegre
30 Anos de Poesia
Publicações Dom Quixote

 
   
  7
 
 
  Enviado: 24/9/2008 15:31

 

 
COMO ULISSES...

Como Ulisses te busco e desespero
como Ulisses confio e desconfio
e como para o mar se vai um rio
para ti vou. Só não me canta Homero.

Mas como Ulisses passo mil perigos
escuto a sereia e a custo me sustenho
e embora tenha tudo nada tenho
que em te não tendo tudo são castigos.

Só não me canta Homero. Mas como U-
lisses vou com meu canto como um barco
ouvindo o teu chamar -- Pátria Sereia
Penélope que não te rendes -- tu

que esperas a tecer um tempo ideia
que de novo o teu povo empunhe o arco
como Ulisses por ti nesta Odisseia.

Manuel Alegre



 
 
Enviado: 26/10/2008 12:55
 
 
 
 
 
 
Guitarra - Carlos Paredes
 
Poema de Manuel Alegre

A palavra por dentro da guitarra
a guitarra por dentro da palavra.
Ou talvez esta mão que se desgarra
(com garra com garra)
esta mão que nos busca e nos agarra
e nos rasga e nos lavra
com seu fio de mágoa e cimitarra.

Asa e navalha. E campo de Batalha.
E nau charrua e praça e rua.
(E também lua e também lua).
Pode ser fogo pode ser vento
(ou só lamento ou só lamento).

Esta mão de meseta
voltada para o mar
esta garra por dentro da tristeza.
Ei-la a voar ei-la a subir
ei-la a voltar de Alcácer Quibir.

Ó mão cigarra
mão cigana
guitarra guitarra
lusitana.

 
   
 
 

Coração Polar

(Lisboa, 5 e 6.1.98)

1.

Não sei de que cor são os navios

quando naufragam no meio dos teus braços

sei que há um corpo nunca encontrado algures no mar

e que esse corpo vivo é o teu corpo imaterial

a tua promessa nos mastros de todos os veleiros

a ilha perfumada das tuas pernas

o teu ventre de conchas e corais

a gruta onde me esperas

com teus lábios de espuma e de salsugem

os teus naufrágios

e a grande equação do vento e da viagem

onde o acaso floresce com seus espelhos

seus indícios de rosa e descoberta.

Não sei de que cor é essa linha

onde se cruza a lua e a mastreação

mas sei que em cada rua há uma esquina

uma abertura entre a rotina e a maravilha

há uma hora de fogo para o azul

a hora em que te encontro e não te encontro

há um ngulo ao contrário

uma geometria mágica onde tudo pode ser possível

há um mar imaginário aberto em cada página

não me venham dizer que nunca mais

as rotas nascem do desejo

e eu quero o cruzeiro do sul das tuas mãos

quero o teu nome escrito nas marés

nesta cidade onde no sítio mais absurdo

num sentido proibido ou num semáforo

todos os poentes me dizem quem tu és.

 

2.

 

Ouvi dizer que há um veleiro que saiu do quadro

é ele que vem talvez na nuvem perigosa

esse veleiro desaparecido que somos todos nós.

Da minha janela vejo-o passar no vento sul

outras vezes sentado olhando o ngulo mágico

sinto a sua presença logarítmica

vem num alexandrino de

Cesário Verde

traz a ferragem e a maresia

traz o teu corpo irrepetível

o teu ventre subitamente perpendicular

à recta do horizonte e dos presságios

ou simplesmente a outra margem

o enigma cintilante a florir no cedro em frente

qual é esse país pergunto eu

qual é esse país onde tudo existe e não existe

qual é esse país de onde chega este perfume

este sabor a alga e despedida

esta lágrima só de o pensar e de o sentir.

 

Não é apenas um lugar físico algures no mapa

é talvez o adjectivo ocidental

o verbo ocidentir

o advérbio ocidentalmente

quem sabe se o substantivo ocidentimento.

Está na palma da mão no nervo no destino

e também no teu corpo aberto ao vento do nordeste

é talvez o teu rosto alegre e triste - esse país

que existe e não

existe.

 

Eu não sei de que cor são os navios

sei que por vezes

no mais recôndito recanto

no simples agitar de uma cortina

numa corrente de ar

num ritmo

há um brilho súbito de estrela e bússola

uma agulha magnética no pulso

um mar por dentro um mar de dentro um mar

no pensamento.



 
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