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80 MULHERES FAMOSAS COM MAIS DE 80 ANOS.: BIOGRAFIAS.
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De: Dominique (Mensaje original) |
Enviado: 25/04/2010 00:57 |
As mulheres, no mundo ocidental, vivem mais tempo que os homens, assim o afirmam as estatísticas. Numa sociedade que ainda não soube rentabilizar a sabedoria dos mais velhos, esta é uma boa ocasião para apresentar 80 mulheres com 80 anos ou mais, que deixaram a sua marca na história dos povos. Privilegiamos as portuguesas. Espante-se com a diversidade de actividades que tiveram ou têm, desde os Nobel da Medicina e da Paz, à fotografia, meteorologia, teatro, literatura, desporto, política, moda, música e tudo o mais.
1 - Guiomar Vilhena 2 - Dame Helvétius 3 - Marie-Geneviève Arconville 4 - D. Maria I 5 - Anna Seymour Damer 6 - Marquesa de Alorna 7 - Luísa Todi 8 - E. Vigée-Lebrun 9 - Veuve Clicquot 10 - A Ferreirinha 11 - Carlota Grisi 12 - Victoria Windsor 13 - Florence Nightingale 14 - Eugenia Montijo 15 - Juliette Adam 16 - Cosima Liszt Wagner 17 - Mary Cassat 18 - Amélia Cardia 19 - Minerva Chapman 20 - Selma Lagerlöf 21 - Emily Greene Balch 22 - A Bela Otero 23 - Palmira Bastos 24 - Maria Montessori 25 - M. Bárbara Júdice Costa 26 - Elisabeth Arden 27 - Lise Meitner 28 - Mae West 29 - Elaine Sanceau 30 - Anna Vasilichia Aslan 31 - G. Orange-Nassau 32 - Coco Chanel 33 - Sónia Delaunay 34 - Nair de Teffé (Rian) 35 - Georgia O Keefe 36 - Clara Campoamor 37 - Lote Lehmann 38 - Irene Lisboa 39 - Elvira Velez 40 - Maria Lamas 41 - Elena Diakova (Gala) 42 - Marta Graham 43 - Dolores Ibárruri 44 - Anna Freud 45 - Helena Roque Gameiro 46 - Amélia Rey Colaço 47 - Sara Afonso 48 - Louise Nevelson 49 - M. Fernanda Castro 50 - Emília Roque Gameiro 51 - Marlene Dietrich 52 - Isabel Bishop 53 - Leni Riefenstahl 54 - Claudette Colbert 55 - Marguerite Yourcenar 56 - María Zambrano 57 - Elina Guimarães 58 - Maria Keil 59 - Greta Garbo 60 - Helen Willis Moody 61 - Beatriz Costa 62 - Leonor Fini 63 - Cesina Bermudes 64 - M. Helena Vieira da Silva 65 - Rita Levi-Montalcini 66 - Madre Teresa de Calcutá 67 - Louise Bourgeois 68 - Ilse Losa 69 - Titina Maseli 70 - Françoise Giroud 71 - Gertrude Ellion 72 - Ilda Machado 73 - Doris Lessing 74 - Sophia Andresen 75 - Betty Friedan 76 - M. Agustina Bessa-Luís 77 - Carmen Dolores 78 - Victoria de Los Ángeles 79 - M. Antonieta Macciocchi 80 - Milu
(Fonte. Maria Luisa V.Paiva)
GUIOMAR MADALENA DE SÁ VASCONCELOS BETTENCOURT MACHADO VILHENA (1705-1789)
Era abastada madeirense que mercê de um secular processo de concentração de morgadios, sucedeu na administração dessas terras vinculadas, revelando-se não só como uma gestora desses bens fundiários, mas sobretudo, como mulher de grande actividade comercial, fazendo concorrência à colónia inglesa que detinha o principal comércio da Ilha, sobretudo relacionado com o vinho» Aproveitou as terras da então desaproveitada Quinta das Angústias mandando restaurar as casas que iam da capela de Santa Catarina até à Quinta da Vigia (hoje sede do governo Regional, até ao mirante que ficou conhecido por «Mirante de Dona Guiomar» já assinalado no séc. XVIII em mapas, pois detinha ancoradouro. A Dona Guiomar se deve a introdução da casta malvasia que se deu particularmente bem naquelas terras. «Era possuidora do último engenho de açúcar ainda existente na Madeira (Ribeira dos Socorridos).» Desenvolveu a economia da Ilha, e soube com coragem e determinação lutar para ultrapassar os preconceitos da sua condição de mulher empresária. «Perdeu, nos negócios, algumas pratas e jóias, vendeu algumas das casas que reconstruíra no Funchal, mas os bens vinculados permaneceram invioláveis e puderam, mais tarde, passar para os herdeiros, um dos quais o conde Carvalhal, não só vendeu a Quinta das Angústias, como também a do Palheiro Ferreiro, hoje em dia morada de ingleses, grandes comerciantes.» (Paulo de Freitas, ex-director da Casa-Museu Frederico de Freitas- Funchal) [Texto que acompanha o selo na emissão de Europa 96 - Mulheres Célebres, em 03/05/1996] .
DAME HELVÉTIUS Anne-Catherine de Ligneville d'Autricourt (1719-1800)
Pensadora francesa de família nobre da Lorena. Alegre, espirituosa e de grande beleza casou com o proprietário rural, filósofo e filantropo Claude A. Helvétius. Teve um salão literário em Paris, onde compareciam os famosos enciclopedistas Diderot, d'Alembert, Rousseau e também Voltaire, Turgot, Condorcet, B. Franklin (o futuro presidente dos EUA) que lhe deu o nome de "Nôtre Dame d'Auteuil", local da sua morada em Paris. Escreveu "De L' Esprit" que causou escndalo a ponto de o livro ser queimado na praça pública. Voltaire disse a propósito dessa queima: "A tempestade passa, os escritos permanecem". Pela sua casa passaram, mesmo depois de enviuvar, em 1771, Madame Roland, Thomas Jefferson (futuro presidente dos EUA), André Chénier, Napoleão Bonaparte (ainda não imperador) e outros ilustres da época. Tinha ideias muito avançadas em relação ao papel das mulheres na sociedade quando se avizinhava a Revolução Francesa de 1789.
Marie-Geneviève Charlotte Thiroux d'Arconville (1720-1805)
Escritora e cientista francesa, casou aos catorze anos, com um político. Dos três filhos que teve dois foram executados durante a Revolução Francesa. Estudou botnica, anatomia e filosofia. Leu Voltaire e Lavoisier e escreveu obras como: Sobre a amizade (1761), As paixões (1764), Tratado sobre a Putrefacção (1766) e consta que estudou em mais de uma centena de cadáveres, para se documentar. Foi considerada uma pessoa excêntrica por se dedicar a temas pouco comuns numa mulher. Foi também tradutora.
D. MARIA I (1734-1816)
Primeira rainha reinante de Portugal, filha do rei D. José I e de Dona Mariana Vitória de Bourbon, de seu nome completo Maria da Glória Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana, foi a mais velha de quatro irmãs. Muito religiosa e pouco atractiva, teve uma infncia despreocupada dado a mãe ser uma espanhola amante do ar livre, de música e de conviver. Maria Francisca casou com o tio D. Pedro e tiveram vários filhos tendo apenas sobrevivido D. José, D. João (mais tarde rei, com o título de D. João VI) e D. Mariana. O seu reinado, depois de vinte anos com o pai no trono e com a pesada influência do Marquês de Pombal, não foi fácil. A nova rainha deu ordem para que se soltassem todos os presos políticos (mais de oitocentos) e com uma personalidade fraca e piedosa não teve uma acção governativa marcante. Porém, o seu reinado viu realizarem-se obras de vulto como a Academia das Ciências, a Real Academia da Marinha, a Real Biblioteca Pública de Lisboa (mais tarde Biblioteca Nacional, quando mudou para Entre Campos), entre outras. A rainha, muito ligada aos problemas dos mais desprotegidos, reabriu as audiências populares, interrompidas no tempo do pai. Era respeitada e amada e o marido esteve sempre do seu lado. Foi ele que comprou o palácio de Queluz onde viveram e, quando este morreu, em 1786, logo seguido do filho e herdeiro do trono, D. José, em 1788, deixaram a rainha num estado que a levaria a manifestações de loucura. A ela se deve a edificação da Basílica da Estrela, riquíssima de esculturas e recheio, que merece uma demorada visita. Com a partida para o Brasil, em 1817, devido à invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão, as manifestações de loucura foram-se agudizando. Nem os mais famosos médicos do estrangeiro a curaram. De referir que a loucura era também hereditária em D. Maria I. Embarcou contrariada para o Brasil, onde faleceu aos oitenta e um anos. Os brasileiros não souberam que D. Maria I quis diminuir a pena de morte para prisão perpétua a Tiradentes, que assim foi executado, como eram os usos do tempo. Hoje é, muito justamente, um herói nacional.
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Anna Seymour Damer (1748-1828)
Escultora inglesa nascida em Londres com nome de solteira Conway, casou em primeiras núpcias com John Seymour Damer. Depois de enviuvar dedicou-se à escultura tendo realizado obras monumentais. É a autora da estátua a Nelson, herói da batalha de Trafalgar e está, em Londres, na dita Praça. São também da sua autoria as estátuas de Támesis e de Ísis na ponte Henley, bem como da estátua do rei Jorge III e da ponte de Keystore. Era prima do escritor inglês Horace Walpole (1717-1797), criador do romance de terror. É provavelmente a mais conhecida escultora inglesa do séc. XVIII, numa época em que as mulheres nas artes podiam apenas ser amadoras, dado não poderem cursar estudos superiores. Foi também retratista de mérito.
MARQUESA DE ALORNA (1750-1839)
Marquesa de Alorna, a 4ª desse título, nome de baptismo de Leonor de Almeida Lorena e Lencastre. Escritora, nasceu em Lisboa durante o reinado do rei D. José. Neta dos marqueses de Távora, e filha de D. João de Almeida Portugal, 2º marquês de Alorna e 4º conde de Assumar e de Dª Maria de Lorena, filha dos marqueses de Távora, suspeitos do atentado ao rei. Dos presumíveis implicados uns foram executados e Leonor, com a mãe e irmã encarceradas no convento de S. Félix em Chelas. Foi aqui que, desde pequena, a futura marquesa começou a ler e a instruir-se não desprezando a leitura de Bossuet, Fénelon, Boileau, Corneille e Racine, bem como Voltaire, d'Alembert, Diderot e o inglês Locke. Começou cedo a escrever poesia. Teve como mestre de latim Filinto Elísio (padre Francisco Manuel do Nascimento) e aprendeu Filosofia e Ciências Naturais. Tomou, como era uso no tempo, o nome literário de Alcipe. Leonor de Almeida Portugal saiu da prisão quando subiu ao trono D. Maria I. Tinha então vinte anos. Casou, em 1779 com o conde de Oeynhausen e em 1780 foram viver para a Viena de Áustria. Enviuvou, com 43 anos, em 1793 e ficou com seis filhos pequenos para cuidar. Regressou a Portugal e foi perseguida por Pina Manique, dadas as suas ideias liberais. Exilou-se em Londres entre 1804 e 1814. Foi escrevendo poemas que acompanhavam as angustiosas mudanças políticas no país, desde as invasões francesas à partida da família real para o Brasil. Esteve contra Napoleão o que não aconteceu com muitos fidalgos portugueses, incluindo a filha que foi amante de Junot. Herdou o título de marquesa, pela morte do irmão. D. Leonor de Almeida deixou seis volumes de "Obras Poéticas" com temas diversos, sendo de referir a importncia das cartas particulares. Foi também tradutora de Lamartine, Pope, Ossian, Goldsmith, Young, entre outros. Alexandre Herculano fez-lhe o elogio fúnebre, considerando-a a "madame de Staël portuguesa."
Luísa Todi (1753-1833)
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Luísa Rosa de Aguiar, meio-soprano portuguesa, a mais célebre de todos os tempos. Nasceu em Setúbal, filha de um professor de música e instrumentista, que passou a viver em Lisboa em 1765. Luísa começou pelo teatro musicado aos catorze anos, no Teatro do Bairro Alto em "Tartufo", de Molière. Com outra irmã cantou em óperas cómicas. Casou, em 1769 com o violinista napolitano e seu grande admirador, Francesco Saverio Todi que lhe deu o apelido e a fez aprender canto com o compositor David Perez, muito conceituado e mestre de capela da corte portuguesa. Ao marido deveu o aperfeiçoamento e a dimensão internacional que a levariam a todas as cortes da Europa, como cantora lírica. Estreou-se em 1771 na corte portuguesa de D. Maria I e cantou no Porto entre 1722 e 1777 quando partiu para Londres para actuar no King's Theatre, sem particular aplauso por parte dos ingleses. Em 1778 está em Paris, segue-se Versalhes. Em 1780 é aclamada em Turim, no Teatro Régio tendo assinado um contrato como prima-dona e em 1780 era já considerada pela crítica como uma das melhores vozes de sempre. Brilhou na Áustria, na Alemanha e na Rússia. Veio a Portugal em 1783 para cantar na corte portuguesa. Regressou a Paris tendo ficado célebre o "duelo" com outra cantora famosa de nome Gertrudes Mara. A crítica e o público dividiu-se. Convidada, parte com o marido e filhos para a corte da caprichosa e licenciosa Catarina II da Rússia, em São Petersburgo (1784 a1788), que a presenteou com jóias fabulosas. Em agradecimento o casal Todi escreveu para a imperatriz a opera «Pollinia». Berlim aplaudiu-a quando ia a caminho da Rússia e no regresso, Luísa Todi foi convidada por Frederico Guilherme II da Prússia, que lhe deu aposentos no palácio real, carruagem e os seus próprios cozinheiros, sem falar do principesco contrato, tendo ali permanecido de 1787 a1789. Diversas cidades alemãs a aplaudiram como Mainz, Hanôver e Bona, onde Beethoven a terá ouvido. Cantou ainda em Veneza, Génova, Pádua, Bérgamo e Turim. De 1792 a1796 encantou os madrilenos novamente. Em 1793 regressa à corte de Lisboa por ocasião do baptizado de mais uma filha do herdeiro do trono, futuro D. João VI, casado com D. Carlota Joaquina. A cantora precisou de uma autorização especial para cantar em público, o que era então proibido às mulheres, numa corte pouco esclarecida como a de D. Maria I. Luísa Todi tinha a capacidade invulgar de cantar com a maior perfeição e expressão em francês, inglês, italiano e alemão. Em 1799 terminou a sua carreira em Nápoles. Regressou a Portugal e cantou ainda no Porto, em 1801. Luísa Todi enviuvou em 1803 e viveu naquela cidade, onde viria a perder as suas famosas jóias no trágico acidente da Ponte das Barcas, por ocasião da fuga das invasões francesas em Portugal, pelos exércitos de Napoleão, em 1809. Viveu em Lisboa de 1811 até ao final da vida, consta que com algumas dificuldades e cega. Setúbal não a esqueceu tendo-lhe erigido um monumento com a sua efígie e dado o seu nome à principal artéria da cidade. No livro de Antoine Reicha, "Tratado da Melodia" Luísa Todi foi considerada "A cantora de todas as centúrias" melhor dizendo "Uma cantora para a eternidade"
Elizabeth Louise Vigée le Brun (1755-1842)
Pintora francesa famosíssima. Com precoce talento, foi uma exímia retratista. Viveu na corte de França pintou inúmeras telas da malograda família de Luís XVI. Conhecemos a rainha Maria Antonieta em mais de trinta retratos de sua autoria. Viveu entre dois séculos e numa época de profundas mudanças sociais. Esteve exilada doze anos e foi convidada a pintar em diversas cortes europeias. Pertenceu a diversas Academias de Belas Artes como as de Florença, Roma, Bolonha, e Sampetersburgo. Viveu seis anos na Rússia. Está representada em praticamente todos os museus do mundo. Pintou mais de novecentas telas das quais setecentos retratos. Afável e generosa foi também uma pessoa muito estimada. Deixou diversos auto-retratos.
VEUVE CLICQUOT Nicole-Barbe Ponsardin (1777-1866)
Nicole-Barbe Ponsardin, conhecida por Viúva Clicquot, foi a primeira empresária francesa da era moderna. Casou em 1772 com Filipe Clicquot detentor de vastas áreas vinícolas na região de Reims. Enviuvou aos vinte e sete anos, em 1805, e exigiu permanecer à frente dos negócios. Com a família criou uma sociedade para a comercialização dos vinhos da região de Champanhe que lhe viriam a dar fama internacional. Um filho casou com Nicole Barbe-Ponsardin. A Casa Clicquot passou então a denominar-se "Veuve Clicquot-Ponsardin". Soube incutir na família o gosto e o saber pela cultura da vinha. A corte russa dos czares foi uma das principais compradoras, bem como o imperador Frederico-Guilherme IV da Prússia. Já detentora de enorme fortuna edificou um castelo estilo renascença em Reims onde viveu com a família. É considerada "La Grande Dame de la Champagne".
A FERREIRINHA Antónia Adelaide Ferreira (1811-1896)
Antónia Adelaide Ferreira, empresária vinhateira portuguesa, nasceu em 1811. Ficou famosa por se ter dedicado ao cultivo do vinho do Porto e introduzindo notáveis inovações. Nasceu numa família abastada do Norte com créditos no cultivo da vinha para vinho do Porto. O pai, José Bernardo Ferreira casou-a com um primo, mas este não se interessou pela cultura da família e delapidou alegremente parte da fortuna. Adelaide teve dois filhos e quando ficou viúva com 33 anos despertou nela a sua verdadeira vocação de empresária. Sabe-se que a "Ferreirinha", como era carinhosamente conhecida, se preocupava com as famílias dos trabalhadores das suas terras e adegas. Com o apoio do administrador José da Silva Torres, mais tarde seu segundo marido, Adelaide Ferreira lutou contra a falta de apoios dos sucessivos governos, mais interessados em construir estradas e comprar vinhos a Espanha. Lutou contra a doença da vinha, a filoxera e deslocou-se a Inglaterra para se informar de meios mais modernos de combate à moléstia, bem como processos mais sofisticados de produção do vinho. A "Ferreirinha" investiu em novas plantações de vinhas em zonas mais expostas ao Sol, não descurando as plantações de oliveiras, amendoeiras e cereais. A Quinta do Vesúvio, a mais famosa das suas propriedades era por ela percorrida e vigiada de perto. Em 1849 a produção vinícola era já de 700 pipas de vinho. Mercê de bons acordos, grande parte dos vinhos foi exportada para o Reino Unido, ainda hoje o primeiro importador de Vinho do Porto. Quando faleceu, em 1896, deixou uma fortuna considerável e perto de trinta quintas. No Douro para o mundo passou a lenda da sua tenacidade e bondade. A RTP exibiu uma série a ela dedicada, em 2004, da autoria de Francisco Moita Flores.
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Carlota Grisi (1819-1899)
Bailarina clássica italiana. Estudou na Escola de Ballet do Teatro La Scala de Milão. Ali conheceu Perrot, em 1825, que foi seu mestre, par de dança e depois marido. Carlota foi a primeira intérprete do bailado romntico, “Giselle”, um dos mais conhecidos bailados de todos os tempos. Tudo começou quando o poeta e crítico Gautier se apaixonou por Carlota Grisi então casada com Perrot. Resolveu criar para ela um espectáculo que fosse a encarnação do ideal artístico do Romantismo, tendo como tema o amor que mata inspirado em lendas alemãs. A obra é fruto de uma concepção conjunta de Théophile Gautier, Jean Coralli e Vernoy de Saint-Georges, com música de Adolphe Adam e coreografia de Coralli e Jules Perrot. "Giselle" é uma tragédia romntica. O bailado composto em 1841, conta é a história de uma camponesa que se apaixona por um lenhador que, na verdade, é um príncipe disfarçado. Tudo acaba em tragédia. Carlota Grisi foi primeira bailarina em todos os grandes bailados da época. Viajou pela Europa com enorme sucesso e viveu na Rússia de 1850 a 1853. Em 1854 retirou-se de cena.
Victoria Alexandrina de Windsor (1819-1901)
Rainha reinante do Reino Unido, desde 1837. Filha de Eduardo (4º filho de filho de Jorge III), duque de Kent e de Victoria Maria Louisa de Saxe-Coburgo, irmã do rei Leopoldo da Bélgica. O pai morreu quando apenas contava oito meses. Com a morte de Jorge IV, em 1830, o irmão Guilherme IV torna-se rei, mas morre quando a filha tinha apenas oito anos. Victoria casou, em 1840, com o primo Alberto de Saxe-Coburgo, de quem teve nove filhos. O longo reinado de Victoria passou por diversas fases. Conheceu a Guerra da Crimeia em 1854-56, problemas na Índia, de que foi imperatriz a partir de 1876, a Guerra dos Boers na África do Sul e a sucessão de Primeiros-ministros, de que se destacaram Lord Melbourne, William Gladstone, Disraeli e o marquês de Salisbury, que fizeram do seu reinado uma época de desenvolvimento embora conservadora e puritana, daí a expressão de "época vitoriana". Victória depois de enviuvar, em 1861 passou a refugiar-se mais no seu Castelo de Balmoral, na Escócia, e depois de um período de alheamento passou a estar atenta às reformas sociais e ao incremento do capitalismo. O seu Primeiro-ministro conservador Disraeli deu-lhe uma projecção assinalável, a partir de 1874. Foi mãe de Eduardo VII, rei amigo do nosso monarca D. Carlos e D. Amélia.
Florence Nightingale (1820-1910)
Inglesa, criadora da enfermagem moderna, nasceu em Florença, daí o seu nome. Filha de pais ingleses abastados que lhe deram uma educação nas artes e letras, mas que não admitiam que uma filha pudesse tratar feridos e pobres num hospital, dado que a enfermagem ainda não era uma profissão digna. Florence insistiu e foi estudar noções de enfermagem num instituto, na Alemanha. Esteve como supervisora, em 1853, num hospital feminino de Londres, nas vésperas da Guerra da Crimeia, que envolveu a Grã-Bretanha e a Turquia. Conhecedora pelas notícias dos jornais das condições em que estavam os militares nos hospitais de campanha meteu-se num barco e partiu para a Turquia com mais uma trinta e oito mulheres com preparação de enfermagem. No hospital militar, apenas com mais lavagem das feridas e das mãos a percentagem de mortes foi reduzida drasticamente. Depois das dificuldades de verem mulheres em campos de batalha foi muito apoiada e criou a Escola de Enfermagem Nightingale em Londres, em 1856. Devido ao exemplo e generosidade de Florence, o suíço Jean Henry Dunant viria a criar a Cruz Vermelha Internacional, em 1864, baseada no trabalho voluntário de apoio a feridos de guerra, que depois se generalizou a todos os necessitados. A escola de Florence foi modelo para muitas outras em todo o mundo. Escreveu "Notas sobre hospitais". Com Florence a enfermagem passou a profissão respeitável e as análises clínicas com dados estatísticos foram incentivados por ela, que tinha vastos conhecimentos de Matemática. Tendo vivido na época vitoriana foi uma mulher para lá do seu tempo. O seu nome parecia estar predestinado, pois quer dizer "rouxinol."
Eugénia María do Montijo de Guzmán (1826-1920)
Eugenia María de Montijo de Guzmán, condessa de Teba, imperatriz francesa, nasceu em Granada (Espanha) e viveu com a mãe em Paris. O imperador Napoleão III, fez-lhe a corte e conta-se que um dia numa conversa mais íntima lhe perguntou ao ouvido: "Senhora qual o caminho para chegar aos seus aposentos?" Ela respondeu :"Pela capela, senhor, pela capela". Casaram em 15 de Janeiro de 1853. Eugénia de Montijo era considerada extremamente bonita, tinha uma cor de cabelo com o tom conhecido por "castanho Ticiano". Foi a primeira noiva a ir de vestido branco, o que era completamente novidade. Os vestidos de casamento eram, até à data, verdes, vermelhos, boudeaux e jamais brancos. As noivas atravessaram a Antiguidade, a Idade Média, o Renascimento e só quase no séc. XX alguém teve a iniciativa de se vestir de branco, no dia do casamento. Árbitro de elegncia, fez renascer a indústria das sedas de Lyon e lançou ainda o uso de leques, em público. Teve apenas um filho, que morreu tragicamente, aos vinte e três anos. Eugénia de Montijo (pronuncia-se com o "j" espanhol = a "rr") enviuvou em 1873 e morreu em 1920, no exílio.
Juliette Adam (1836-1936)
Juliette Lambert, conhecida pelo apelido de casada. Escritora e política francesa ligada à Maçonaria. Casou em segundas núpcias com o senador republicano E. Adam e teve um salão literário em Paris, em 1865. Republicana, fundou, em 1879, a revista La Nouvelle Revue, onde defendeu as suas ideias e onde se estrearam nas letras Paul Bourget, Daudet, Pierre Loti, Paul Veléry, entre outros. Em 1858 criticou Proudhon em «Idées antiproudhoniennes sur l'amour, la femme et le mariage». Escreveu novelas, sendo de destacar «Pagû (no original Païenne) (1883) que escandalizou por falar em amor paixão. Atacou o poder temporal dos Papas e admirou Garibaldi. Escreveu também romances e livros de viagens. Viria a converter-se ao cristianismo, em 1905.
Cosima Liszt Wagner (1837-1930)
Filha do compositor Franz Liszt e da Condessa Maria d' Agoult, casou aos dezoito anos, em primeiras núpcias com o pianista e maestro discípulo de Liszt e amigo de Wagner, Hans von Bulow. Tiveram dois filhos. Cosima apaixonou-se por Wagner, também casado e abandonou o marido para ir viver com ele. Casaram já ela estava divorciada e ele viúvo, em 1869. Tiveram um filho. Cosima que além de viver no mundo da composição, sabia música e é considerada grande inspiradora de Wagner e a sua grande companheira. A ela se deve a organização do Festival de Bayreut, desde 1883, logo após a morte do genial compositor. Deixou um interessante diário íntimo, escrito a partir de 1869 e publicado em 1974.
Mary Cassat (1844-1926)
Pintora norte-americana nascida em Pittsburgo, depois radicada em França. Percorreu a Europa e estudou em Espanha, Itália e Holanda. Integrou-se em Paris no grupo de pintores impressionistas. Foi amiga da pintora Berthe Morisot. Ambas da alta burguesia, pouco dadas a convivência de cabarés, imprimiram nas suas telas o lado mais feminino e intimista da vida das suas contemporneas. Mary Cassat ficou também famosa por ter pintado a primeira mulher condutora de carro de cavalos. Deixou uma obra extensa e é um dos nomes grandes do Impressionismo.
Amélia dos Santos Costa Cardia (1855-1938)
Amélia dos Santos Costa Cardia, uma das primeiras médicas portuguesas e escritora, nasceu em Lisboa, filha da parteira diplomada Justa Matilde de Carvalho e Costa e irmã da parteira da família real, Alice Cardia. Estudou num colégio interna e casou nova. Teve dois filhos do primeiro casamento. Voltaria a casar em 1903 com Francisco de Azevedo Coutinho e decidiu estudar na Escola Politécnica de Lisboa. Matriculou-se na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa no ano lectivo de 1886. Amélia iria trabalhar com dois nomes grandes da Medicina portuguesa: Cmara Pestana e Moreira Júnior. Amélia foi tão boa e empenhada aluna que mereceu louvor da direcção do Hospital. Fez tese de doutoramento com o tema "Febre Amarela". Estudou e foi médica com consultório na Praça de Camões, em Lisboa. Visitou hospitais no estrangeiro para estar a par dos mais recentes equipamentos. Muitas mulheres a procuravam, pois as consultas eram gratuitas aos sábados. Amélia Cardia foi uma mulher empenhada como médica, tendo criado uma Casa de Saúde que dirigiu durante quase uma década e como mulher, fazendo parte da Liga Nacional Contra a Tuberculose e Associação das Ciências Médicas, pugnando pelo mais fácil acesso das mulheres à Medicina. Deixou diversos escritos na sua área e romances. Pertenceu à Federação Espírita Portuguesa
Minerva Chapman (1858-1947)
Pintora norte-americana, nascida perto de Nova Iorque. Filha de um homem de negócios que partiu com a família para Chicago. Minerva estudou em diversas escolas de artes nos EUA e da Europa. Em 1886 estabeleceu-se em Paris. Foi a primeira mulher convidada, oficialmente, para expor no Salon de Paris, que abriu tarde à participação das pintoras. Minerva pertenceu à escola impressionista. Depois de viver trinta anos em Paris passou a residir em Palo Alto, na Califórnia (EUA). Quando faleceu, a família tinha em seu poder mais de 700 telas. Como Minerva raramente assinava os seus quadros foi apenas reconhecida depois de 1975. Foi grande especialista em miniaturas e aguarelas. As suas paisagens são muito belas. Está bem representada no National Museum of Women in the Arts, que apenas exibe trabalhos artísticos de mulheres de todo o mundo.
Selma Ottiliana Lovisa Lagerlöf (1858-1940)
Escritora sueca, detentora do 1º Prémio Nobel da Literatura para uma mulher, nasceu em Marbacka. Antes deste prémio já a Universidade de Upsala a distinguira com o doutoramento honoris causa, em 1907. Em 1882 terminou o curso de educadora infantil e durante dez anos foi professora. O primeiro romance foi "Lenda de Gosta Berling", 1891 que teve o apoio da baronesa Sophie Aldesparre, livro transposto para o cinema mais tarde, tendo como protagonista Greta Garbo, também sueca. Em 1894 edita o segundo livro e conhece aquela que vai ser a sua amiga sentimental de toda uma vida - Sofia Elkan. O pai de Selma, militar reformado vendeu, devido a dívidas, a casa de família que mais tarde Selma conseguiu recuperar. O seu mais fabuloso sucesso editorial foi "A Viagem Maravilhosa de Nils Holgerssn pela Suécia", publicado, em 1906 e que foi traduzido em quase todas as línguas. Os seus textos escritos para crianças e jovens são maravilhosos e retratam a Suécia. No entanto Selma escreveu também "Lendas de Jerusalém", 1902 e "Lendas de Cristo", 1904.
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Emily Greene Balch (1867-1961)
Economista, socióloga e feminista, prémio Nobel da Paz, nasceu no Massachusetts (EUA) e frequentou uma escola quaker, orientação religiosa da família. Estudou economia e literatura. Obteve uma bolsa de estudo no estrangeiro, bolsa jamais atribuída a uma aluna. Emily era demasiado dotada e de forte carácter. Viajou para Paris onde se dedicou a estudar a pobreza e medidas sociais. Regressa aos EUA e com Jane Adam fundou casas onde as trabalhadoras das fábricas de tabaco e manufactura de sacas podiam ter o seu espaço, depois dos dias de árduo trabalho, com horários prolongados. Em 1896 começou a preparar o doutoramento, enquanto ensinava economia e sociologia. Foi docente no Wellesley College. Paralelamente Emily desenvolveu intensa actividade como pacifista e lutou contra as leis discriminatórias para com os imigrantes. Foi delegada ao Congresso Feminino Internacional de Haia, em 1915 e participou nos Congressos da Escandinávia e Rússia. Amiga de Jane Addams esteve na origem da criação da Liga Feminina Internacional para a Paz e a Liberdade tendo chegado a Presidente. Fundou o jornal A Nação. Visitou diversos países, esteve nos Balcãs, Viena e Praga. Em 1946 recebeu, com Elisabeth Morrow, o Prémio Nobel da Paz
A BELA OTERO Carolina Otero Iglesias (1868-1965)
A Bela Otero, de seu nome Carolina Otero Iglesias, foi uma bailarina espanhola, lindíssima, também conhecida como a "sereia do suicídio". A sua vida fez correr rios de tinta e de sangue. Foi amada por seis reis: Afonso XIII, Leopoldo II da Bélgica, Nicolau II da Rússia, o futuro rei Eduardo VIII (duque de Windsor), Alberto I do Mónaco e Guilherme II da Alemanha, bem como pelo multimilionário Kennedy, pai do presidente dos EUA assassinado. O banqueiro Vanderbilt pediu-lhe: "Arruina-me, mas não me abandones". Esta espanhola, nascida pobre perto de Pontevedra, em 1868, seria considerada a mais famosa bailarina europeia, do início do séc. XX. Paris vivia a belle époque. A Bela Otero percorreu o mundo inteiro. Os jornais davam constantes notícias dos seus amores. Tinha o vício do jogo e perdeu fortunas no casino de Monte Carlo. Saturada da vida mundana, em 1944, retirou-se para proteger os mais necessitados de Niza (Espanha). Fez testamento a favor dos pobres, embora conste que morreu na penúria. Deixou um diário com o título Memórias.
Palmira Martins de Sousa Bastos (1875-1967)
Actriz de teatro portuguesa, filha de pais espanhóis, gente modesta que fazia teatro de terra em terra. Ele de Valhadolide e a mãe de Santiago de Compostela. Passavam perto de Alenquer quando a mãe sentiu as dores de parto. Como era a terceira filha, o pai, antevendo mais despesas desapareceu, antes de ver o bebé. A mãe procurou trabalho em Lisboa, como costureira e à noite actuava como corista no Teatro Trindade. Conheceu o empresário António Sousa Bastos quando passou para o Teatro da Rua dos Condes. Maria da Conceição (Palmira mais tarde) ia com a mãe e o teatro foi o seu lar. Nunca desejou ser mais nada. Quando aos 15 anos teve oportunidade, subiu ao palco. Era o dia 18 de Julho de 1890 depois foi uma carreira de sucesso ininterrupta. Em 1893 passa para o Teatro Nacional de D. Maria III e vai na sua primeira digressão ao Brasil. Casou, em 1894 com o empresário Sousa Bastos, mais velho trinta anos. Palmira Bastos, de seu nome artístico teve um repertório variado e era tão brilhante na revista como na tragédia. Em 1920 passa para a Companhia Amélia Rey Colaço-Robles Monteiro. Em 1965 festejou com brilho e repercussão no País os seus 90 anos, e 75 de carreira. Teve grandes homenagens num país normalmente pouco dado a reconhecer em vida o mérito dos seus maiores. Palmira Bastos era amiga da rainha D. Amélia e quando a ex-rainha esteve em Portugal, nos anos 40, ambas recordaram as actuações brilhantes da actriz. Palmira Bastos trabalhou praticamente até ao fim da vida, sempre lúcida e entusiasmada. É mais um dos nomes maiores do Teatro português.
Maria Montessori (1870-1952)
Médica e pedagoga italiana. Primeira italiana formada em Medicina. Pediatra, abriu a primeira escola para crianças com deficiência, em 1907, tendo desenvolvido um método inovador na educação e ensino de crianças. Começou pelos bairros degradados de Roma, na chamada Casa dei Bambini (Casa das Crianças), e os seus métodos passaram a muitos países. As bases do seu método têm em consideração o desenvolvimento natural da criança e daí ir adaptando o ensino consoante a resposta da criança aos diversos estímulos e não o uso de medicamentos, como era uso até aí. Abriram colégios e escolas com o seu método por todo o mundo ocidental, na China e na Índia. Em 1936, por motivos ideológicos, abandonou a Itália e radicou-se nos Países-Baixos. Era defensora empenheda da liberdade e paz. O seu método de ensino foi publicado com o título «A Criança». Deixou obras como «Manual de Pedagogia Cientifica: formazione dell Uomo», «Educazione e Pace: La vita di Cristo», «Antropologia Pedagógica», entre outras. Maria Montessori revolucionou o ensino e a Itália concedeu-lhe a honra de figurar nas antigas notas de 1000 liras do seu país.
Maria Bárbara Júdice da Costa (1870-1960)
Cantora lírica portuguesa, nascida em Lisboa, uma das mais famosas do séc. XIX, com uma fabulosa carreira no estrangeiro. Estudou dez anos no Conservatório Nacional e estreou-se no Teatro Nacional de S. Carlos, em Abril de 1888, numa récita de caridade e depois em 1890 em "La Gioconda", ao lado de Eva Tetrazzini. Fez uma carreira brilhante actuando em Roma, Nápoles seguiram-se as cidades de Moscovo, México, Madrid, Buenos Aires, Amesterdão, Málaga, Trieste, numa carreira apenas interrompida para ter os três filhos. Foi mãe da actriz de cinema Brunilde Júdice (1898-1979), nascida em Milão. A sua carreira levou-a várias vezes a Madrid, Barcelona, Palma de Maiorca e esteve em Portugal no Coliseu dos Recreios, em 1906, durante dois meses, novamente em 1910 e 1913. Em 1933 esteve com Amélia Rey Colaço no São Carlos, fazendo teatro declamado. Fixou residência em Milão, tendo regressado a Portugal em 1943 e aqui faleceu. Entre os papéis que a celebrizaram contam-se o de "Fedora", Amnerisna "Aida".
ELISABETH ARDEN Florence Nightingale Graham (1878-1966)
Elisabeth Arden, de seu nome Florence Nightingale Graham, foi esteticista e empresária, nascida no Canadá. Fabricou o seu primeiro creme de beleza nos anos vinte e revolucionou o mundo da cosmética. O creme Amoretta foi o primeiro de uma longa série de produtos de beleza. Teve, de início sociedade com uma amiga, Elizabeth Hubbard, daí ter adoptado o nome de Elizabeth Arden. Ela ensinou as mulheres a maquilharem-se sem exageros, dado que antes só se pintavam as actrizes e mulheres de má vida. Abriu institutos de beleza em todo o mundo e tornou-se dona de um empório de cosmética hoje dirigido por uma descendente. Durante a sua vida Elizabeth produziu mais de trezentos produtos de cosmética, de qualidade e acessíveis. Casou, em 1915 com um norte-americano, de quem se divorciou e que também estava ligado à cosmética. A grande senhora da cosmética era uma apaixonada por corridas de cavalos. O seu nome consta nas 100 mais famosas personalidades do século XX nos EUA. A sua imagem de marca era usar toilettes sempre cor-de-rosa. Até ao fim da vida foi uma mulher de enorme charme e requinte.
Lise Meitner (1878-1968)
Química e investigadora austríaca, deu grande glória ao seu país de adopção (Suécia). Pelo facto de ser judia, foi uma das muitas pessoas forçadas ao exílio, como Fritz Lang, Albert Einstein, ou como a matemática Emmy Noether. Lise Meitner, em 1938, partiu para a Suécia, depois da Áustria ter sido anexada pela Alemanha. No seu país chegou a dirigir o Instituto Kaiser Wilhelme. Foi docente da Universidade de Berlim. Estudou e fez investigação com o químico Otto Hahm, que recebeu o Prémio Nobel da Química, em 1944, quando diversas vozes se levantaram, dizendo que o prémio deveria ter sido partilhado pelos dois. Estudou a fusão nuclear. Defendeu o uso da energia nuclear para fins de paz e progresso. Recebeu cinco vezes o doutoramento honoris causa. Concederam-lhe a prestigiada medalha de ouro de Max Plank (célebre físico alemão). As suas investigações despertaram grande apreço pela sociedade científica do Reino Unido, onde viveu e morreu.
Mae West (1893-1980)
Actriz e argumentista norte-americana, nascida em Brooklin, começou aos cinco anos no teatro em "The Baby Vamp". Fez teatro de revista, a partir de 1911 na Broadway. Divertida e sensual marcou o cinema quando interpretou com desenvoltura a peça de sua autoria "Sexo", que lhe valeu oito dias de prisão. Mae sempre gostou de escandalizar. A Paramount contratou-a a partir de 1928. Os seus mais conhecidos filmes foram "Uma Noiva para Três", 1933; "Não sou um Anjo", 1933; "Annie, Missionária no Klondyke", 1934; "Riquezas da Avó", 1940; e "Myra Breckenridge", 1970. Também actuou em espectáculos em Las Vegas. É uma das mais célebres actrizes de cinema de sempre, pela sua irreverência e sensualidade. Escreveu a autobiografia em 1954. Esteve ausente dos ecrãs mais de trinta anos tendo reaparecido em 1970. Foi a típica "vamp", dos anos 40 e 50. Foi imortalizada pelo pintor Dali na tela com o título "Face de Mae West", como se fosse a decoração de um apartamento.
Elaine Sanceau (1896-1978)
Inglesa, nascida em Croydon, filha de pais de origem francesa foi educada na Suíça. Em 1930 passou a residir em Portugal. Publicou textos de História de Portugal em inglês demonstrando que os portugueses tinham sido pioneiros na demanda de novos mundos, nomeadamente na Índia. Elaine dedicou a sua vida ao estudo dos descobrimentos portuguesas, tendo deixado estudos, entre muitos outros, sobre o infante D. Henrique (1942); D. João de Castro (1945) e "A Viagem de Vasco da Gama" (1958): "Os Portugueses em África" (1961); "Os Portugueses na Índia" (1963); "Os Portugueses no Brasil (1963); "Os Portugueses em Marrocos" (1964); "O Reinado do Venturoso" Em 1979, postumamente, foi editado o seu estudo "Mulheres Portuguesas no Ultramar". O Estado português demonstrou-lhe o seu apreço concedendo-lhe o Prémio Camões, em 1944, atribuindo-lhe as condecorações de grande oficial da Ordem de Santiago da Espada, da Ordem do Infante Dom Henrique, em 1961 e a medalha de Ouro da cidade do Porto (onde viveu) em 1968. Era membro do Instituto de Coimbra, do Centro de Estudos Históricos e Ultramarinos e sócia correspondente da Academia Internacional da Cultura Portuguesa.
Anna Vasilichia Aslan (1897-1988)
Médica cardiologista e geriatra romena, fez o curso de medicina da Universidade de Bucareste e durante a 1ª Grande Guerra (1914-1918) esteve na frente com o médico Thomas Ionescu a tratar os doentes vítimas de ferimentos de guerra. Foi pioneira como médica em cardiologia e professora catedrática de Medicina no seu país. A ela se deve o poderoso anti-envelhecimento conhecido por Gerovital, com efeitos positivos sobre a arteriosclerose e doenças do sistema nervoso. Em 1970 começou a usar um medicamento que a sua equipa desenvolveu - o Aslavital. Foi membro das academias científicas de Bucareste de Nova Iorque e das Sociedade Gerontológica da Alemanha, EUA, Chile, Peru, República Dominicana, Rússia, entre outras. Condecorada pela França, Alemanha, Índia, Brasil, Venezuela. Em 1952 criou o Instituto de Geriatria de Bucareste, de que foi directora até ao dia em que nos deixou para sempre.
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Guilhermina dos Países Baixos (1880-1962)
Rainha reinante dos Países-Baixos sucedeu ao pai Guilherme III apenas com três anos, tendo sido coroada em 1898. Casou em 1901 com um príncipe alemão. Teve uma única filha – Juliana que lhe sucedeu. Foi uma rainha exemplar pela austeridade de vida, pelas suas preocupações sociais e por ter vivido no exílio durante a ocupação do seu país pela Alemanha nazi, tornando-se o símbolo da resistência. De Londres e pela rádio animava os holandeses que lhe dedicaram especial carinho. Finda a Guerra, os Países Baixos organizaram os Jogos Olímpicos de 1948 o que teve enorme repercussão e granjeou ainda maior simpatia pela rainha Guilhermina. Depois de reinar oficialmente cinquenta anos, de 1898 a 1948 já doente, abdicou na filha e herdeira.
COCO CHANEL de seu nome Gabriela Bonheur (1883-1971)
Criadora de moda francesa, empresá-ria, Coco Chanel foi uma inovadora no campo da moda. Lançou perfumes e uma infinidade de adereços de toilette. Criou o vestido camiseiro em 1920. A vida de Coco Chanel é o triunfo da sagacidade aliada a uma rara capaci-dade de improvisação e criatividade. Filha ilegítima foi, aos doze anos, abandonada pelo pai, com mais quatro irmãos. Começou por fazer chapéus. Foi amiga dos maiores do seu tempo: Picasso, Stravinsky, Cocteau, Diaghilev. Em 1910 estava já na Rue Cambon onde a Casa Chanel fez o seu nome. Em 1916, em plena guerra abriu 1º Salão de Moda de Paris. Em 1924 a Casa Chanel que esteve encerrada entre 1939 e 1954 porque a modista esteve exilada na Suíça, por ter tido uma relação amorosa com um oficial nazi. O seu regresso à moda foi penoso. Os franceses não tencionavam perdoar-lhe, porém Coco tinha demasiado génio para ficar parada. Quando apresentou a colecção de 1958 as francesas ficaram rendidas. A revista Elle escrevia em destaque: "Dez milhões de mulheres votam Chanel". Depois foi a continuação do sucesso, num mundo da moda que contava então com homens de peso como Dior, Balenciaga e Givenchy. Chanel viveu como uma soberana no Hotel Ritz, em Paris e ali faleceu com 87 anos. Nunca casou.
Sónia Ilinitchna Terk Delaunay conhecida por SÓNIA DELAUNAY (1885-1979)
Pintora francesa de origem russa, nasceu na Ucrnia perto de Odessa e viveu em Paris. Casou em segundas núpcias com Robert Delaunay. Admiradora dos pintores Van Gogh e Gauguin realizou em 1911 a primeira obra abstracta. São dessa época os quadros "Tango", "Bal Bullier" e "Prismes Electriques". Ligada a Portugal por aqui ter vivido (Vila do Conde) os três primeiros anos da 1ª Guerra Mundial, deixou telas inspiradas na arte popular portuguesa. O casal Delaunay também residiu em Madrid. Sónia foi um dos vultos maiores da Art Déco: desenhou moda, fez decoração de teatro, figurinos para bailados, nomeadamente para Diaghilev, criou tecidos e especialmente peças de mobiliário. Viveu em Paris de 1921 até falecer. Foi uma das mais representativas artistas da chamada arte abstracta e muito apreciada em vida.
NAIR DE TEFFÉ Rian (1886-1981)
Caricaturista brasileira, nascida no Rio de Janeiro e falecida em Niterói. Filha dos Barões de Teffé, estudou em Nice e em Paris. Sentiu bem cedo forte inclinação para a arte da caricatura. Em 1909, na revista Fon-Fon!, publicou o seu primeiro trabalho. A partir de 1910 expõe na Galeria das Elegncias, série de caricaturas das principais figuras femininas da sociedade carioca. Rian colaborou em publicações parisienses, como Fantasio, Le Rire e Fémina, além de ter ilustrado livros como "The beautiful Rio de Janeiro", de Alfred Gray Bell(Londres, 1914) ou "Petrópolis, a encantadora", de Otto Prazeres (Rio de Janeiro, 1922). Casou com o Marechal Hermes da Fonseca, então Presidente da República. Realizara no ano anterior uma exposição individual, no Salão do Jornal do Comércio, no Rio de Janeiro, mostrando cerca de 200 caricaturas em que mais uma vez afirmava seu talento de caricaturista, servida por um traço ágil e sabendo captar o detalhe recôndito capaz de lhe sublinhar o carácter. Além da caricatura, porém, cultivou a pintura e inclusive o teatro e a música, tendo sido cantora, pianista e mesmo violinista razoável. Deu escndalo quando convidou para o palácio de Catete (residência do Presidente da República) a, também irreverente, Chiquinha Gonzaga, tendo Nair tocado ao piano o sucesso "Corta Jaca". Espírito irreverente, um dia numa reunião ministerial presidida pelo marido, irrompeu na sala trajando um vestido em cuja roda ostentava caricaturas de, todos os ministros de Estado! Vivendo uma vida longuíssima, em fins de 1959 retomou a caricatura, a instncias de Herman Lima, produzindo, a partir de então, umas poucas de caricaturas de temas actuais.
Georgia O'Keefe (1887-1986)
Pintora norte-americana, nascida no Wisconsin, estudou pintura em Chicago e Nova Iorque. Enquadrada na pintura modernista tem telas onde pinta os sedutores arranha-céus que nos finais do séc. XIX encantaram também outras pintoras como Tamara de Lempika. Em 1916 conheceu o fotógrafo Alfred Stieglitz . Casariam em 1924 e Georgia começou por expor no seu atelier de Nova Iorque. As suas telas de paisagens e flores foram muito apreciadas a partir de 1928. As flores chamadas, em português, jarros são de enorme sensualidade e beleza. Georgia é muito justamente considerada uma das pintoras norte-americanas de maior sucesso do séc. XX.
Clara Campoamor (1888-1972)
Escritora espanhola viu a luz do dia numa família pobre, porém conseguiu formar-se em Direito, em 1924. Iniciou as suas actividades políticas, em 1925, quando foi nomeada para o Colégio de Advogados. Em 1931 obteve um lugar no primeiro parlamento da Primeira República daquele país, a par de Victoria Kent. Pediu como outras mulheres em todo o mundo, o voto para as mulheres, o que aconteceu, pela primeira vez, em 1933, porém o golpe militar de 1936 forçou-a ao exílio. Destino Buenos Aires. Porém, foi na Suíça que acabou por fixar residência até à sua morte, dado o regime franquista nunca a autorizou a regressar à pátria. Deixou diversas obras sobre os direitos humanos. Clara Campoamor também redigiu, com outras pessoas, o texto da lei do divórcio. Há em Móstoles (Espanha) o Instituto Clara Campoamor. Deixou obras escritas de pendor feminista como "El Voto Feminino y Yo", "Mi Pecado Mortal" e "El Derecho Femenino en España"(1936), "La situación jurídica de la mujer española" (1938). É considerada uma das "mães" do feminismo espanhol.
Lote Lehmann (1888-1976)
Soprano, de origem alemã, radicada nos EUA. Estudou em Hamburgo e aqui se estreou, em 1909. Ingressou na Ópera Imperial de Viena, e ali teve o reconhecimento profissional. Cantou todo o repertório da ópera alemã. O compositor Richard Strauss escreveu para ela a ópera Arabella. Interpretou inúmeros papéis, destacando-se na ópera O Cavaleiro da Rosa, onde o papel do jovem é interpretado por uma mulher. Devido à escalada do nazismo saiu da Áustria rumo aos EUA. Aqui teve uma carreira brilhante cantando em Chicago, Nova Iorque. Foi viver para Santa Bárbara onde viria a falecer.
Irene do Céu Vieira Lisboa (1892-1958)
Escritora e pedagoga portuguesa, nascida no Casal da Murzinheira, concelho de Arruda dos Vinhos) Teve uma infncia sem pobreza. Foi educada no Convento do Sacramento, que não lhe agradou. Estudou em Lisboa no Colégio Inglês até aos treze anos. Frequentou o Liceu D. Maria Pia, onde conheceu a sua amiga e companheira Ilda Moreira. Com o curso do Magistério Primário, começou a leccionar. “O seu destino literário é, entre os destinos literários infelizes, um dos mais marcados pelo infortúnio e pela injustiça”. Escritora de primeiríssima água, como reconheceram José Rodrigues Migueis, Gomes Ferreira, João Gaspar Simões. Publicou aos 20 anos no jornal Educação Feminina os primeiros versos. "Irene Lisboa exerceu a profissão na capital até ao momento em que, juntamente com a sua colega e amiga Ilda Moreira, aceita o desafio de reger classes de ensino infantil criadas nas escolas oficiais. Parte para Genebra, mercê de uma bolsa do Instituto de Alta Cultura, especializando em Pedagogia. Deixou uma obra que se estende por contos, crónicas, poemas, artigos sobre educação e ensino. Foi uma narradora insuperável do quotidiano. Usou o pseudónimo de João Falco, Manuel Soares e Maria Moira. Por motivos políticos foi afastada do ensino aos 48 anos. Os mais conhecidos sucessos desta autora foram «Um Dia e Outro Dia», 1936; «Esta Cidade!», 1942; «Uma Mão Cheia de Nada e Outra de Coisa Nenhuma», 1955 e «Voltar Atrás Para Quê?», 1956. Deixou obra vasta na área da pedagogia.
Elvira Sales Velez Pereira (1892-1981)
Actriz de teatro e cinema portuguesa, nascida em Lisboa, estreou-se apenas em 1913, no Teatro Moderno, mercê de grande insistência junto da família, que não via com bons olhos a hipótese de se dedicar à vida artística. Em 1914 já faz parte do elenco do Teatro de S. Luís com companheiros como ngela Pinto e Chaby Pinheiro e mais tarde com outras "estrelas" dos palcos nacionais como Adelina Abranches, António Silva, Aura Abranches, Maria Matos, Vasco Santana, Brunilde Júdice, entre outros. Também trabalhou com a "grande" Palmira Bastos. Fez digressões ao Brasil e foi uma excelente actriz no género comédia. Na revista distingui-se em "Agora é que são elas" e "Abril em Portugal". Também esteve no elenco da película "Aldeia da Roupa Branca". Fez teatro radiofónico e a sua voz era conhecida de todos os portugueses. Recebeu o Prémio Lucinda Simões para Melhor Actriz, em 1970, no papel da "Titi" na peça "A Relíquia", de Eça de Queiroz, vários meses no Teatro Maria Matos. Recebeu diversas condecorações entre elas a Ordem de Santiago da Espada. Foi mãe da actriz Irene Velez, casada com outro homem da rádio e política, Igrejas Caeiro.
MARIA LAMAS Maria da Conceição Vassalo e Silva da Cunha Lamas (1893-1983)
Escritora e interveniente política portuguesa. Mulher de personalidade admirável, oriunda de uma família burguesa de Torres Novas, ali estudou até aos dez anos. Aprendeu línguas o que lhe viria a ser útil mais tarde, quando teve de ganhar a vida com traduções. Traduziu mais tarde "Memórias de Adriano", de Marguerite Yourcenar, que conheceria em Paris. Casou nova e aos 25 anos já tinha duas filhas. Viveu em Luanda e quando o casamento naufragou divorciou-se e quis ser ela a assegurar a educação das filhas. Começa a escrever para os jornais Correio da Manhã e Época, mais tarde para O Século, A Capital e o Diário de Lisboa. Casou, em 1921, com Alfredo da Cunha Lamas, e foi mãe mais uma vez. Em 1928 passou a dirigir o suplemento Modas & Bordados do jornal O Século, dando-lhe uma feição diferente. Um jornal que dava prejuízo passou a dar lucro, tal a importncia da sua colaboração. Era preciso chegar às mulheres trabalhadoras pouco esclarecidas quanto aos seus direitos. A sua colaboração no "Correio da Joaninha" passou a ser um diálogo educativo com as leitoras. Ligou-se ao MUD (Movimento de Unidade Democrática) e depois ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, onde desenvolveu intensa actividade política e cultural. Presa, pela primeira vez, por motivos políticos, em 1949 sofreu imenso na prisão, porque a PIDE a colocou numa prisão incomunicável durante quatro meses. Esteve muito doente. Depois de várias prisões viu-se forçada ao exílio. A sua actividade como escritora é intensa e diversificada. Escreveu contos infantis, estudos na área da mitologia, porém o seu livro mais importante, fruto de dois anos de viagens por todo o país é «As Mulheres do Meu País», uma obra de referência, onde colaboraram com ilustrações os mais famosos intelectuais do tempo, editado em 1950. Seguem-se «A Mulher no Mundo», 1952 e «O Mundo dos Deuses e dos Heróis», 1961.Esteve exilada por diversas vezes, entre 1953 e 1962. Passados sete anos regressou do exílio. Tinha 76 anos e ainda a mesma esperança de melhores dias para Portugal. Viveu o 25 de Abril de 1974 com enorme alegria. Foram-lhe atribuídas duas das mais honrosas condecorações portuguesas, a de Oficial da Ordem de Santiago da Espada e a da Ordem da Liberdade. Faleceu com 90 anos, em Dezembro de 1983. A cidade de Torres Novas relembra-a numa pequena intervenção escultórica. A jornalista Maria Antónia Fiadeiro dedicou-lhe um estudo monográfico. |
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Elena Dimitrievna Diakova conhecida por GALA (1894-1982)
Musa do surrealismo, nasceu em Kazan (Rússia) e radicou-se em França convivendo com os surrealistas como Magritt, Breton, Aragon, Tzara. Casou com o poeta Paul Eluard e, em 1929, conheceu o pintor Salvador Dali que faria dela um dos seus temas preferidos e considerava-a sua musa. A ela se deve muito da fama de Dali com quem casou depois de enviuvar. Exerceu enorme fascínio sobre diversos artistas com quem viveu. A sua vida e a do pintor surrealista Dali foram recheadas de acontecimentos e polémicas. Viveram nos EUA e Itália. Salvador Dalí sofreu profundamente com a morte da sua companheira de uma vida, e sobreviveu-lhe escassos anos. Gala está em inúmeras telas de Dali, por esse facto é um dos corpos e rostos mais conhecidos do séc. XX.
Marta Graham (1894-1991)
Norte-americana, foi um dos mitos da dança moderna. Nasceu em Nova Iorque, numa família rica, e a sua trajectória artística passou por experiências várias, onde aliou a escola clássica com a coreografia moderna. De 1913 a1916 estuda teatro e dança. Deu o primeiro recital, em Abril, no 48th Street Theatre de Nova Iorque. Criou a sua própria companhia de bailado, em 1930, e em 1938 fundou a Martha Graham School of Contemporary Dance, por onde passaram futuros grandes bailarinos. Em 1944 criou o bailado Appalachiam Spring, em colaboração com Isamu Noguchi, com quem viria a trabalhar largos anos, criando coreografias famosas. Casou em 1948 com Erick Hawkins, também ligado ao bailado. Os seus temas favoritos foram a recreação de temas mitológicos e clássicos, como “Clistemnestra”, 1958 e “Fedra”, 1962. Uma das suas coreografias mais conhecidas é “Lúcifer”, que, em 1975 escreveu para Margot Fonteyn e Rudolfo Nureyev, então o par número um do bailado mundial. Quando faleceu aos 96 anos era já uma "imortal"
Dolores Ibárruri (1895-1989)
Política e revolucionária espanhola, conhecida como A Pasionaria. Nasceu numa família de mineiros e cedo se fez sindicalista. Chegou a presidente do Partido Comunista Espanhol. Foi deputada às Cortes durante a 2ª República e todo o seu carisma foi adquirido durante a trágica Guerra Civil espanhola. Passou pela maior dor humana ao perder três filhos e não deixou de lutar pelos seus ideais. A sua vida é a luta pela liberdade e em Espanha é muitíssimo respeitada. Exilou-se em Moscovo de onde regressou em 1977. Por deferência para com a sua vida em prol da liberdade voltou a ter assento nas Cortes, em Espanha. Escreveu a obra autobiográfica «El Único Camino» (O Único Caminho).
Anna Freud (1895-1982)
Psicanalista austríaca, filha de Sigmund Freud chamado "o pai da psicanálise", dedicou-se também ao estudo do comportamento humano e fez parte das pioneiras em psicologia infantil. De 1925 a 1938, Anna foi presidente do Instituto de Formação Psicanalítica de Viena e, entre 1940 e 1945, organizou, em Londres, a Residential War, uma residência para crianças órfãs de guerra (2ª Guerra de 1939-1945). Deixou vários estudos sobre patologias e psicologia infantil. Radicada em Londres, dirigiu a Clínica Hampstead para tratamentos e investigação, também ligados a doenças infantis.
Helena Roque Gameiro Leitão de Barros (1895-1986)
Pintora e professora portuguesa, nasceu em Lisboa, numa família de artistas de renome. Aos catorze anos já pintava ao lado do pai Alfredo Roque Gameiro. Foi professora de Artes Decorativas na Escola António Arroio, em Lisboa. Paralelamente pintou e expôs na Sociedade Nacional de Belas Artes aguarelas que a notabilizaram, Em 1917 recebeu a primeira medalha por uma aguarela pela SNBL. Acompanhou o pai ao Brasil em 1920, e expôs com êxito. Casou com o conhecido realizador de cinema José Leitão de Barros (1896-1967). Podemos admirar as suas aguarelas em diversos museus portugueses.
AMÉLIA REY COLAçO de seu nome completo Amélia Scmidt Lafourcade Rey Colaço Robles Monteiro (1898-1990)
Actriz e encenadora de teatro. Portuguesa, filha de um pianista de renome, Alexandre Rey Colaço, que foi professor do último rei de Portugal D. Manuel II. Teve quatro filhas e todas educou nas artes. Amélia desde jovem que se apaixonou pela arte de representar. Aos catorze anos já sabia que ia ser actriz e o pai proporcionou-lhe aulas com o mestre actor Augusto Rosa. Estreou-se em 1917 na peça Marinela, de Peres Galdós, no Teatro República (nome do actual Teatro São Luís). Foi uma das rainhas do palco com mais duas grandes actrizes, Palmira Bastos e Adelina Abranches. Casou em 1920 com Manuel Teles Jordão Robles Monteiro e tiveram uma filha, também actriz. O casal criou, em 1921, a Companhia com o nome de ambos que actuou de início no Teatro Nacional de São Carlos, depois Politeama, o Ginásio, seguiu-se o Trindade e, em 1929, estavam no Teatro Nacional D. Maria II, onde transformaram uma casa velha numa verdadeiro sala de teatro. A nº 1 de Lisboa. A Companhia extinguiu-se em 1974, mas a vida como actriz continuou até ao fim. Amélia Rey Colaço teve uma carreira fulgurante onde se contam sucessos nas peças "Salomé", "Outono em Flor", "Um Marido Ideal", "Romeu e Julieta". "A Visita da Velha Senhora" e "As Árvores Morrem de Pé". A actriz e a sua Companhia foram também uma preciosa escola de actores. Coube a Amélia Rey Colaço a iniciativa de levar ao público peças de autores portugueses como António Ferreira (O Judeu) José Régio, Alfredo Cortez, Virgínia Vitorino, Carlos Selvagem, Romeu Correia, Bernardo Santareno, Luís de Stau Monteiro, entre outros. Foi muito acarinhada na sua carreira tendo sido amiga pessoal da rainha D. Amélia de Orleães e Bragança e depois da queda da monarquia de todos os que amam o teatro. Fez ainda, no cinema mudo, o papel de Luísa no filme "O Primo Basílio" de Eça de Queiroz. Com mais de 80 anos entrou na série de humor da RTP, "Gente Fina é Outra Coisa". O último grande papel desempenhou-o aos 87 anos na figura de D. Catarina na peça de José Régio "El Rei D. Sebastião".
Sara Afonso (1899-1987)
Pintora e ilustradora portuguesa teve uma participação impar na vida artística dos anos trinta, embora se não possa dissociar a sua vida da do seu marido, José de Almada Negreiros. Sara, nasceu em Lisboa numa família burguesa, filha de um oficial do Exército e de Alexandrina Gomes Afonso. Passou a infncia no Minho, que a viria a inspirar em temas populares de grande beleza e ingenuidade. Em 1924, ainda solteira, partiu sozinha para Paris, depois de ter tido lições com o pintor Columbano Bordalo Pinheiro. Paris foi uma experiência determinante, então também a cidade de Picasso e Hemingway. Ali expôs com sucesso no Salon d'Automne. Regressou a Portugal e, à sua custa, voltou para Paris entre 1928 e 1929, trabalhando no atelier de uma modista fazendo croquis de moda, gosto que lhe ficou, tendo colaboraria mais tarde com desenhos de moda para revistas portuguesas. Sara Afonso de regresso a Lisboa seria a primeira mulher a frequentar o café A Brasileira do Chiado, então exclusiva do sexo masculino. Contempornea de Bernardo e Ofélia Marques, Carlos Botelho e outros. Era previsível que havia de casar com um pintor. Participou no primeiro Salão de Artistas Independentes em 1930. Casou aos 35 anos com José de Almada Negreiros. Sara Afonso conciliou a sua vida de mãe de família e de pintora. Fez uma exposição individual, em 1939 e participou na Exposição do Mundo Português, em 1940. Em 1944 recebeu o Prémio Sousa Cardoso. Em 1953 integrou a delegação portuguesa à Bienal de São Paulo. Não deixou de pintar até quase ao fim dos seus dias. Fez retrospectivas dos seus trabalhos em 1953, 1962, 1975 e 1980. Sara Afonso dedicou especial atenção às festas populares e às tradições portuguesas em cores doces e luminosas. Por ocasião do centenário do seu nascimento, em 1999, realizaram-se exposições comemorativas em Viana do Castelo e Porto.
Louise Nevelson (1900-1988)
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Escultora norte-americana de origem ucraniana, nasceu em Kiev. Uma das mais criativas e fantásticas escultoras do séc. XX. Sofreu influência da arte pré-colombiana e as suas obras escapam a qualquer classificação, sendo de imediato identificadas. Trabalhou com os mais diversos materiais, desde alumínio ao bronze passando pelo pexiglás, cartão, utilizando partes de móveis como cadeiras, numa expressividade plástica a que se não pode ficar indiferente.
Maria Fernanda Teles de Castro e Quadros Ferro (1900-1994)
Romancista, poeta e conferencista portuguesa, conhecida pelo seu nome de solteira, com vasta e diversificada obra, escreveu poesia, literatura infantil, romance e memórias. Filha de um oficial da Marinha ficou órfã de mãe aos doze anos. Estudou em Portimão, Figueira da Foz e Lisboa, tendo frequentado, nesta cidade, os Liceus D. Maria Pia e Passos Manuel. Começou por escrever livros infantis com sucesso nomeadamente "Mariazinha em África", 1926; "A Princesa dos Sete Castelos" e "As Novas Aventuras de Mariazinha", 1935. Conheceu África que transmitiu com talento nos seus livros. Casada com António Ferro, jornalista e homem forte do regime de Salazar, promoveu a cultura no país e estrangeiro em importantes exposições. Criou e desenvolveu, nos anos trinta, a Associação Nacional dos Parques Infantis, dadas as suas excelentes relações com as mais altas instncias governamentais. A sua poesia é francamente inspirada e está de novo a ser divulgada. Destacam-se "Asa no Espaço", 1955; "Poesia I e II", 1969, "Urgente", 1989. David Mourão-Ferreira elogia vivamente a sensualidade feminina dessa poesia. Fernanda de Castro recebeu, em 1969 o Prémio Nacional de Poesia e recebera em 1945 o Prémio Ricardo Malheiros pelo romance "Maria da Lua". Escreveu até praticamente ao fim da vida, embora nos últimos anos a doença a retivesse na cama. Foi avó da escritora Rita Ferro. Escreveu “Ao Fim da Memória: Memórias (1906-1986)”, 1986.
Maria Emília Roque Gameiro Martins Barata (1901-1996)
Pintora portuguesa, nascida na Amadora e discípula de Lily Possoz. Era filha do aguarelista Alfredo Roque Gameiro e de Assunção Roque Gameiro, e irmã de Raquel, Manuel, Helena e Rui Roque Gameiro, numa família de artistas. Assinou como "Mamia Roque Gameiro". Em 1923 realizou a primeira exposição individual, em Lisboa e desde logo se salientou obtendo boas críticas. Casou com o pintor Martins Barata. Deixou o seu traço por inúmeros livros infantis e publicações periódicas femininas e para crianças. Foi uma primorosa miniaturista. Também deixou quadros a óleo e guache. Participou na16ª Exposição da Sociedade de Belas Artes.
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