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MãE
Uma simples mulher que, pela imensidão de seu amor, tem um pouco de Deus...
Pela constncia de sua dedicação, tem muito de anjo...
Que, sendo moça, pensa como uma anciã...
Sendo velha, age com todas as forças da juventude...
Quando ignorante, melhor que qualquer sábio, desvenda os segredos da vida...
E, quando sábia, assume a simplicidade das crianças...
Pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos que ama...
Rica, empobrece-se para que seu coração não sangre ferido pelos ingratos...
Forte, estremece ao choro de uma criancinha...
Fraca, entretanto, se alteia com a bravura dos leões...
Viva, não lhe sabemos dar valor, porque à sua sombra todas as dores se apagam...
Morta, tudo o que somos e tudo o que temos, daríamos para vê-la de novo, e dela receber um aperto de seus braços, uma palavra de seus lábios...
Não exijam de mim que diga o nome dessa mulher se não quiserem que ensope de lágrimas essa mensagem, porque eu a vi passar em meu caminho...
Quando crescerem vossos filhos, leiam para eles esta página...
Eles vos cobrirão de beijos a fronte e vos dirão que um pobre viajante, em troca de suntuosa hospedagem recebida, aqui deixou para todos o retrato de sua própria MãE...
Dom Ramon Angel Jara
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Professora
Max Dextre Abril de 1936 - Marzo de 1998 Destacado poeta, periodista cultural Tradução: Martita Dias
A minha Mãe lhe diziam louca, mas não era louca, era professora. Falava diferente. Dizia: "Os olhos servem para escutar". Eu tinha dez anos de idade Um menino, não compreende a linguagem vertical e pensava que quiçá minha mãe era louca. Certa vez me armei de valor e lhe perguntei: Com que olhamos? Minha mãe me respondeu: "Com o coração" Quando minha mãe se levantava de bom humor cantava: " Hoje pus meu vestido de vinte anos". Eu sabia que não tinha vinte anos e a olhava, nada mais. Que pode fazer um menino, senão escutar? Se minha mãe estava triste dizia estar vestida de nevoeiro. " Hoje tenho oitenta anos" -disse-, quando desaprovei um curso. Ao fim pude terminar a educação primária. O dia da clausura chegou tarde. Desculpou-se dizendo: "Hijito, demorei-me porque estive procurando meu vestido de Primeira Comunhão, Não vês meu vestido de Primeira Comunhão?". Olhei a minha mãe e não estava vestida de Primeira Comunhão. Depois teve esse acidente fatal. Chamou-me a seu lado, pegou forte minhas mãos e disse: "Não tenhas pena, a morte não é para sempre" .
Pensei: minha mãe não se dá conta do que fala. Se um morre é para sempre. Era menino e não entendia suas palavras.
Agora tenho cinquenta anos e recém compreendo seus ensinos. Sim, Mãe, podemos ter 20 anos e ao dia seguinte oitenta.
Tudo depende de nosso estado de nimo. Os olhos servem para escutar porque devemos olhar com atendimento a quem nos fala. Para conhecer a realidade essencial de uma pessoa, temos que a olhar com o coração. A morte não é para sempre, só morre o que se esquece e a minha mãe a recordação porque a quero. Agora -em sonhos falamos- nos rimos de seu método de ensino. Aprendi a olhar com o coração. Uma noite me disse: "Notei que te molestas se teus amigos te dizem louco e isso não está bem. É natural que o filho de uma louca seja louco". Então -pela primeira vez- repliquei a minha mãe e lhe disse: "Mãe, equivocas-te, nem sempre o filho de uma louca tem que ser louco; às vezes é poeta". Por isso posso dizer com orgulho: "A minha mãe lhe diziam louca, mas não era louca, era professora. Me ensinou a descobrir a vida depois da morte".
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No plaino abandonado Que a morna brisa aquece, De balas trespassado - Duas, de lado a lado-, Jaz morto, e arrefece
Raia-lhe a farda o sangue De braços estendidos, Alvo, louro, exangue, Fita com olhar langue E cego os céus perdidos
Tão jovem! Que jovem era! (agora que idade tem?) Filho unico, a mãe lhe dera Um nome e o mantivera: «O menino de sua mãe».
Caiu-lhe da algibeira A cigarreira breve Dera-lhe a mãe. Está inteira É boa a cigarreira. Ele é que já não serve.
De outra algibeira, alada Ponta a roçar o solo, A brancura embainhada De um lenço... deu-lho a criada Velha que o trouxe ao colo.
Lá longe, em casa, há a prece: "Que volte cedo, e bem!" (Malhas que o Império tece") Jaz morto, e apodrece, O menino de sua mãe.
(Fernando Pessoa)
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Fundo By Água 2008
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Eliscamsil (Mensaje original) |
Enviado: 09/05/2010 15:21 |
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De: FOFUCHA (Mensaje original) |
Enviado: 09/05/2010 01:39 |
E PARA TODOS AQUELES(AS) QUE SUAS
MãES AQUI NãO ESTãO
MAS, PERMACEM EM CADA CORAçãO
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