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ARTE E HISTÓRIA NA PALAVRA E NA IMAGEM.: OBRAS PRIMAS - PINTURA
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Respuesta  Mensaje 1 de 18 en el tema 
De: Dominique  (Mensaje original) Enviado: 24/04/2010 20:21

Pintura – No Quadrado Negro (1923).

Ao voltar para a sua Rússia natal, por ocasião da I Guerra Mundial, Kandinsky conhece o trabalho dos artistas da avant-garde russa, todos imersos no entusiasmo e na utopia que os estimulava naqueles anos. A ênfase nas formas geométricas estimulada por artistas como Kasimir Malevitch, Aleksander Rodchenko e Liubov Popova, num esforço conjunto para estabelecer uma linguagem estética universal, inspira Kandinsky a expandir sua linguagem artística, embora sem abandonar seu estilo expressivo.

Ele adotou alguns dos aspectos definidos por seus colegas, sobretudo os geométricos, tais como a sobreposição de superfícies planas e formas nitidamente delineadas, mas sua convicção que as formas, embora abstratas, deveriam ter um conteúdo expressivo, o alienava dos artistas russos que adotavam princípios mais racionais. Kandinsky não concordava com o amor à forma pela forma: para ele era necessário que as formas tivessem expressão.

Ele passou a se sentir desconfortável no ambiente artístico de Moscou e em 1921 resolveu retornar para a Alemanha. Dois anos depois, seu quadro “No Quadrado Negro” faz uma síntese das propostas da avant-garde russa e de sua abstração lírica: o trapezóide branco recorda o estilo Suprematista de Malevitch, mas os elementos dinmicos da composição, nuvens, montanhas, sol e arco-íris, nos remetem a uma paisagem.

Em 1922, Kandinsky passa a frequentar a Bauhaus, em Weimar, onde descobre um ambiente mais simpático ao estilo e espírito que queria definir. Originalmente voltada para o expressionismo alemão, a estética da Bauhaus passou a refletir as preocupações e o estilo do Construtivismo que, em meados da década de 20, passa a ter extensão internacional. Enquanto esteve lá, Kandinsky ampliou suas pesquisas sobre cor e formas e seus efeitos psicológicos e espirituais sobre o espectador (de Nancy Spector, Fundação S. Guggenheim)

Óleo sobre tela, 97,5 x 93cm


Acervo Museu Guggenheim, Nova York.

Pintura – Alguns Círculos (1926).

Impossível falar em Kandinsky sem falar na extraordinária experiência que foi a Staatliches-Bauhaus (“casa estatal de construção”, mais conhecida por Bauhaus) escola de design, artes plásticas e arquitetura, que funcionou na Alemanha entre 1919 e 1933. A Bauhaus foi uma das maiores e mais importantes expressões do que é chamado Modernismo, sendo uma das primeiras escolas de design no mundo.

Walter Gropius, o grande nome da arquitetura alemã do século XX, fundador da Bauhaus, convidou Kandinsky para lecionar ali, na cadeira “Pintura Mural”. O pintor, ao mesmo tempo que lecionava, desenvolvia pesquisas sobre materiais e diferentes meios de amalgamá-los. E cuidava de expor seus trabalhos. Fez sete exposições enquanto em Weimar, cidade sede da Bauhaus, muitas conferências, e publicou ensaios sobre temas relacionados à pintura.

Mas nem tudo foi tranquilo nessa fase. Em 1924, ele se afasta da escola e funda, com Klee, Feininger e Jawlensky, o grupo “Die Blaue Vier” (Os quatro azuis). Em 1925, quando a Bauhaus é transferida para Dessau, tem início sua segunda fase na escola, que seria muito rica. A sede da escola é magnífica, inclusive com moradia para os mestres. Kandinsky e Paul Klee, e suas famílias, eram vizinhos. Pediram, e Gropius concordou, que fosse introduzido no currículo um Curso de Pintura Livre, onde ambos puderam continuar suas investigações sobre pintura. É preciso ressaltar que a sólida amizade, a dedicação ao ofício e o fato de um admirar sinceramente a arte do outro, não fez com que seguissem os mesmos caminhos. Criaram mundos inteiramente distintos.

Em 1926, o primeiro número da revista “Bauhaus” é dedicado a Kandinsky, por ocasião de seu 60º aniversário. Gropius é demitido por picuinhas políticas, a Bauhaus passa a ser dirigida por Hannes Meyer, e de 1928 a 1931, conhece uma fase de intensa politização dos estudantes. Meyer tinha aversão ao esteticismo, o que dividiu alunos e mestres. Kandinsky e Klee viram–se expostos a ataques violentos. Meyer foi demitido e Ludwig Mies Van der Rohe, outro grande arquiteto, a pedido de Gropius, aceita dirigir a Bauhaus, que transforma numa escola exclusivamente dedicada à arquitetura. Klee vai ensinar na Academia de Belas Artes de Düsseldorf, enquanto Kandinsky aos poucos larga a atividade de docente. Em 1932, a Bauhaus foi transferida para Berlim; por conta de uma forte campanha de difamação feita pelos nazistas, a escola é fechada após encontrarem material comunista em suas instalações. O mundo, mais uma vez, saiu perdendo por causa de fanáticos...

“Alguns Círculos” é a imagem de hoje. “O círculo”, segundo Kandinsky, “é a síntese das grandes oposições. Combina o concêntrico e o excêntrico em equilíbrio e numa única forma. Das três formas primárias, é a que aponta mais claramente para a quarta dimensão”.

Óleo sobre tela, 140,3 x 140,7cm


Acervo Museu Guggenheim, Nova York

 



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Respuesta  Mensaje 2 de 18 en el tema 
De: Dominique Enviado: 24/04/2010 20:29
Pintura – Miss Jane Bowles (1775/76).
 
O pintor: Joshua Reynolds nasceu em Plympton, Devon, em 16 de julho de 1723. Como demonstrou desde cedo um talento natural para o desenho, foi estudar com Thomas Hudson, o mais famoso retratista desse tempo. Depois passou dois anos na Itália, onde se apaixonou pelos mestres do classicismo. Voltou para a Inglaterra e de 1743 em diante, foi morar em Londres, que adotou como residência até morrer. Reynolds, além de excelente retratista, colorista de mão cheia e dono de uma técnica apuradíssima, era homem muito culto e preferia mesmo o convívio com escritores e poetas do que com colegas de ofício.

Foi um dos fundadores da Sociedade dos Artistas, depois transformada em Real Academia de Arte e da qual foi o primeiro presidente. O rei George III apoiou e patrocinou a instituição, sagrou Reynolds cavalheiro e ele desempenhou seu papel tão bem que até hoje a política da Academia pouco mudou. Era tão respeitado como intelectual entre seus contemporneos, que basta dizer que James Boswell dedicou a ele o seu monumental “A Vida de Samuel Johnson”, editada em 1791.

Mestre em retratar crianças, um dos temas mais difíceis para qualquer pintor, ele conseguia captar sua inocência e o ar ora travesso ora tímido dos pequenos, sem excesso de pieguice ou frieza, no meio termo exato. Seu grande rival na arte dos retratos, Thomas Gainsborough, um dia exclamou e ficou registrado: “Maldito seja! Ele não se repete nunca!”.

Joshua Reynolds faleceu em 23 de fevereiro de 1792 em sua casa de Leicester Fields, Londres, e está enterrado na Catedral de São Paulo.

O retrato: Jane Bowles estava com quase 4 anos quando Joshua Reynolds foi convidado por seu pai para lhe pintar o retrato. O pai de Jane, Oldfield Bowles, pintor também, sabia que estava escolhendo o melhor, mas sabia também que as crianças são modelos difíceis. Então convidou Reynolds para jantar em sua casa. Na hora da sobremesa, foi permitido que Jane fosse até a sala de jantar onde se sentou ao lado do grande pintor. Reynolds, mestre também na arte de contar histórias e cativar pessoas, conquistou a simpatia da menina que, no dia seguinte, acompanhada de seu adorado cachorrinho, não se negou a ir visitar aquele senhor tão engraçado e brincalhão e onde se sentou com uma expressão animada e divertida, que ele captou com maestria, para que nunca mais se perdesse.


Acervo Wallace Collection, Londres.
 
Pintura – Grupo em Crinolina (1909).
 
Vasily Vasilyevich Kandinsky nasceu em 4 de dezembro de 1866 (no novo calendário, 16 de dezembro), em Moscou, e faleceu em 13 de dezembro de 1944, em Neuilly-sur-Seine, França. O artista russo é um dos fundadores da abstração na arte moderna. Após várias exposições avant-garde de muito sucesso, ele criou o grupo Der Blau Reiter (O Cavaleiro Azul; 1911-1914) que foi muito influente e dessa época em diante sua pintura tornou-se inteiramente abstrata. Suas formas evoluíram de fluidas e orgnicas para geométricas e, finalmente, para pictográficas, i.e, onde as idéias se exprimem por meio de cenas figuradas ou simbólicas.

A tentativa que faço é mostrar um pouco da evolução desse pintor tão importante nas artes plásticas de nosso tempo. Kandinsky viveu em Paris entre 1906 e 1907 e a cidade e o ambiente artístico muito o influenciaram. Escolhi telas que vão desse período até quase sua morte, e vocês poderão ver como ele de influenciado passou a influenciador.

O “Grupo em Crinolina”, jovens mulheres com as anáguas que então usavam para dar volume às saias, é obra de transição do pintor, marca sua mudança de rumo: é quando ele começa a se dedicar à arte abstrata. Apesar de pintado em Munique dois anos depois de Kandinsky ter deixado Paris, recorda claramente o quanto ele apreciava a arte moderna francesa. A reunião ao ar livre, de homens e mulheres vestidos na moda da época, é reminiscente dos quadros de Manet.

Percebe-se a herança impressionista mas também o esquema de cores brilhantes e intensas dos fauvistas. Durante sua estadia em Paris, Kandinsky expôs no Salão de Outono de 1906, no qual as estrelas eram os Impressionistas e os Fauvistas. Sua admiração por Matisse, um dos expositores, está registrada em seu tratado “Do Espiritual na Arte”, escrito em 1911 (Ed. Martins Fontes, 2000) onde ele afirma que Henri Matisse era um dos maiores pintores modernos franceses.

Em 1909 ele pintou uma segunda versão de “Crinolinas”, hoje na Galeria Tretiakov em Moscou. Em 1911, pintou a tela “Pastoral”, obra com tema similar embora formalmente mais abstrata, na qual ele coloca o grupo numa paisagem utópica francamente estilizada.

“Grupo em Crinolina” é óleo sobre tela, e mede 95,2 x 150,1cm.


Acervo Museu Guggenheim, Nova York.
 
Pintura - O Cavaleiro Azul (1903).
 
Kandinsky, que também tinha talento musical, uma vez disse que o teclado é a Cor, os olhos são a Harmonia, o piano com suas muitas cordas, a Alma. O artista é a mão que domina o instrumento, ora tocando uma nota, ora outra, para provocar vibrações na alma. Esse conceito que une a cor à harmonia musical tem longa história, já intrigou cientistas como Sir Isaac Newton. Kandinsky especulava com a cor, e criou uma teoria associando a nota com o timbre, a tonalidade com o alcance do som, e a saturação com o volume do som. Chegou a dizer que quando via Cor ouvia Música.

A influência da música foi muito importante no nascimento da Arte Abstrata, pois por sua natureza, a música é abstrata – não tenta representar o mundo exterior mas sim expressar de forma imediata os sentimentos íntimos da alma humana. Kandinsky muitas vezes usou termos musicais para designar seus trabalhos: chamou algumas de suas obras mais espontneas de "Improvisações", e as mais elaboradas de "Composições".

Além de pintar, Kandinsky fez-se ouvir como teórico da arte. Na verdade, sua influência na História da Arte Ocidental talvez derive mais de suas obras teóricas do que de suas pinturas. Ele colaborou na fundação da Associação de Novos Artistas e foi seu presidente, em 1909. O grupo não conseguiu integrar a abordagem dos mais radicais, como Kandinsky, com grupos mais convencionais e acabou por se desfazer, em 1911. Kandinsky então passou a integrar um grupo novo, O Cavaleiro Azul (Der Blau Reiter), formado por ele e por outros artistas. Eles lançaram “O Almanaque do Cavaleiro Azul” e organizaram duas exposições. Os planos eram muitos mas a irrupção da Primeira Guerra Mundial, em 1914, encerrou suas atividades e Kandinsky teve que voltar para sua terra natal, via Suíça e Suécia.

As ideias do pintor em “O Almanaque do Cavaleiro Azul” e em “Do Espiritual na Arte”, lançados quase que ao mesmo tempo, serviram para defender e promover a Arte Abstrata, numa análise que conclui que todas as formas de arte são igualmente capazes de atingir um alto nível espiritual.

A tela “ O Cavaleiro Azul” nos mostra uma pequena figura, um cavaleiro com a capa azul esvoaçando, em alta velocidade, cruzando um campo rochoso. A sombra provocada por ele também é azul. Não está muito claro se carrega uma criança nos braços. A ideia de Kandinsky era incluir o espectador na paisagem; o movimento é sugerido pelas diversas cores que ele usou e não por detalhes específicos. Essa tela é uma das primeiras manifestações do caminho que o artista iria trilhar nos anos vindouros.

Óleo sobre tela, 55 X 65cm

Coleção Particular

Fontes: Encyclopedia Britannica
 
 
 

Respuesta  Mensaje 3 de 18 en el tema 
De: Dominique Enviado: 24/04/2010 20:36
Pintura – Curva Dominante (1936).
 
Quando Kandisnky foi obrigado a deixar a Alemanha, em 1933, devido a pressões políticas, o ambiente na Europa era depressivo e de desolação, pois a iminência da guerra era palpável. O que só piorou durante os anos terríveis da II Guerra Mundial. Ele ficou na França até 1944. Em suas últimas obras a paleta de cores é mais suave, a rigidez da geometria apreendida em Bauhaus é suavizada, tem muito das formas usadas pelos surrealistas com quem trava amizade em Paris, tais como Jean Arp e Joan Mirò. Nota-se também a influência das composições extravagantes e fantasiosas de seu velho amigo Klee, em telas cheias de alegria, lúdicas.

Durante seus primeiros anos na França, ele experimentou com pigmentos misturados com areia, uma inovação técnica utilizada por muitos artistas parisienses durante os anos 30, inclusive por Georges Braque. Sempre atento às inovações artísticas e estilísticas de seus contemporneos, Kandinsky nunca deixou de acrescentar sua marca pessoal em qualquer aspecto que tomasse emprestado de seus colegas. Como foi observado pela historiadora de arte Vivian Barnett, Kandinsky utilizava os motivos biomórficos dos surrealistas, e também de Paul Klee, mas nota-se sua fascinação pelas ciências orgnicas, especialmente embriologia, zoologia e botnica. Durante sua longa temporada em Bauhaus, ele criou muitas ilustrações com organismos microscópicos e colecionou vasta biblioteca sobre essas criaturas minúsculas, que depois aparecem de forma abstrata em muitas de suas telas.

“Os que duvidam do futuro da arte abstrata fundamentam seu juízo sobre um estágio evolutivo comparável ao dos anfíbios; estes não representam o resultado final da criação, apenas seu começo.” - W. Kandinsky (1866 - 1944)

Kandinsky nunca abriu mão da emoção em suas obras. Razão e emoção, eis o que ele quis nos provar ser possível coexistir. Faleceu em 1944, em Neuilly-sur-Seine, aos 78 anos.

A imagem de hoje mostra um dos quadros mais importantes do pintor russo: “Curva Dominante”. No alto à direita, flutua um embrião esquematizado, cor-de-rosa, e dentro de um pequeno retngulo escuro no canto esquerdo, microscópicas figuras que se assemelham a animais marinhos. Essas imagens leves, flutuantes, quase sempre apresentadas em cor pastel, podem ser lidas como a visão otimista de Kandinsky, de um futuro pacífico, e que o pós-guerra trouxesse o renascimento e a regeneração do Homem.

Óleo sobre tela, 129,3 x 194,3 cm


Acervo Museu Guggenheim, Nova York.
 
Obra Prima do Dia (Semana dos Nabis)

Pintura – Siene perto de Vernon (c.1911).
 
Os Nabis, palavra que significa “profetas”, foram um grupo de artistas franceses pós-impressionistas que teve grande influência nas Artes Gráficas e nas Belas Artes na França dos anos 1890. Ficaram amigos em 1880, quando se conheceram na Académie Julian. Muito jovens, rebeldes, dispostos a subverter o mundo das artes, e com um interesse comum no tipo de literatura e artes plásticas que achavam mais dignas de seu tempo, eles se uniram em torno de Paul Serusier, que foi uma espécie de guru do grupo. Serusier não se cansava de citar Paul Gauguin como exemplo a ser seguido, o homem que largou tudo em busca de seu sonho.

O nome Nabis lhes foi dado pelo poeta Henri Cazalis que fez um paralelo entre a vontade desses artistas em revitalizar a pintura e os antigos profetas que rejuvenesceram Israel. Possivelmente esse apelido tenha surgido também pelo fato da maioria usar longas barbas, por muitos deles serem judeus, e pelo modo fervoroso como encaravam seu oficio.

Eles abriram caminho para o surgimento, no começo do século XX, da arte abstrata e não-figurativa. Seu objetivo principal era integrar a arte com a vida diária, um objetivo que tinham em comum com a maioria dos mais avançados artistas de seu tempo. Queriam mostrar a natureza como ela é, mas através de símbolos e metáforas estéticas.

O grupo, como grupo coeso, não durou muito. Em 1896, antes de seu nome ficar conhecido do grande público, a união já se esgarçara.

Nesta semana falaremos dos 5 que tiveram um papel mais importante dentro dos Nabis e que depois seguiram carreiras de sucesso, independentes. São Pierre Bonnard, Maurice Denis, Ker Xavier Roussel, Felix Vallotton e Édouard Vuillard.

Hoje apresentamos Pierre Bonnard, nascido em 3 de Outubro de 1867 e falecido em 23 de Janeiro de 1947. Por ter assistido um dia, na Escola de Belas Artes, uma exposição de arte japonesa e ter ficado muito impressionado com as obras aí apresentadas, passou a ser chamado pelos companheiros de “o nabi japonês”.

A primeira apresentação de sua obra ocorreu em 1893, no Salão dos Independentes, e a segunda, meses depois, na galeria de Durand-Ruel. Foi ilustrador da revista La Revue Blanche. Em 1924, realizou sua primeira grande retrospectiva. Em 1925, casou com Marie Boursin, conhecida por Marthe, que viria a lhe servir de modelo em algumas obras.

Bonnard foi sem dúvida um dos pintores mais interessantes do grupo dos Nabis. Suas telas têm nas cores claras e luminosas a capacidade de transmitir emoção. Os objetos parecem se formar pela solidificação do ar. Ele pesquisou longamente a variação das cores sob a luz.

Óleo sobre tela, 41,5 X 52 cm, de Pierre Bonnard.

Acervo Museu Hermitage, São Petersburgo.
 
Pintura – Zéfiro transportando Psiche para a Ilha das Delícias (1908).
 
O grupo francês, Os Nabis, criado por artistas pós-impressionistas, em 1890, tinha como mais representativos os pintores Pierre Bonnard, Maurice Denis, Ker Xavier Roussel, Felix Vallotton e Édouard Vuillard. Ontem falamos de Bonnard e hoje falaremos de Maurice Denis.

Os Nabis não se dedicaram apenas à pintura. Na verdade, seu maior interesse era o design. Seu estilo corria paralelo ao movimento art nouveau, e ambos tinham laços com o Simbolismo. Mas além da pintura e escultura, eles se dedicaram à impressão em papel, madeira ou tecido, ao desenho de cartazes, à ilustração de livros, a criar estampas para têxteis, à arte de criar móveis e à cenografia.

Eles se viam como “iniciados” e usavam um vocabulário particular. Chamavam um estúdio de “ergasterium” e terminavam suas cartas com as letras “E.T.P.M.V. et M.P.” que significavam "En ta paume, mon verbe et ma paume" (Na palma de tua mão, minha palavra e minha palma).

Entre os Nabis, como já mencionei, estava Maurice Denis, cuja atividade jornalística os colocou em evidência junto a grupos de pessoas menos conservadoras, mais antenadas com o modernismo. “As Teorias”, de Denis (1920/1922) recapitulam as intenções dos Nabis, mesmo depois delas já terem sido superadas pelos fauvistas e pelo cubismo. A mais célebre é a que diz ser a pintura “uma superfície plana coberta por cores reunidas numa certa ordem”, o que agradava em cheio aos modernistas.

Denis nasceu em novembro de 1870, numa cidade costeira, na Normandia. As águas e os temas bíblicos seriam sempre seus assuntos favoritos. Para um homem tão envolvido com movimento avant-garde, Denis tinha convicções religiosas profundas, que nunca abandonou. Num de seus cadernos, quando estava com 15 anos, ele escreveu: "Sim, é necessário que eu seja um pintor cristão, que eu celebre todos os milagres da Cristandade, sinto que isso é necessário”. Pertencia a uma família de posses, e estudou na Academia de Belas Artes e na Académie Julian, onde teve aulas com o pintor, teórico e crítico de artes plásticas, Jules Joseph Lefebvre.

Denis, após a dissolução do grupo Nabis, dedicou-se a pintar murais e figuras religiosas. Em 1922, publicou “Novas teorias sobre a arte moderna e sobre a arte sacra”. Na maturidade seus trabalhos incluíram muitas paisagens e retratos, especialmente de mães e filhos. Mas seu interesse primeiro continuaram a ser assuntos religiosos, tais como “A dignidade do trabalho”, de 1931, encomendado a ele pela Federação dos Trabalhadores Cristãos para decorar a escadaria principal do Centro William Rappard.

Casado com Marthe, com quem teve sete filhos, enviuvou e dois anos depois se casou com Elizabeth, com quem teve mais dois filhos. Morreu em Paris, de ferimentos resultantes de um acidente automobilístico, em novembro de 1943.

Óleo sobre tela, painel n° 2 sobre a História de Psiche, 395 x 267,5 cm.

Acervo Museu Hermitage, São Petersburgo.
 
Litogravura - Educando o cão (1893).

“Na margem direita do Sena, Montmartre se debruça sobre Paris. É um lugar que tem sido, há muitos e muitos anos, o cadinho da criatividade e o refúgio dos visionários que têm vindo parar aqui nesta cidade. Dizem que Montmartre foi um local sagrado para os druidas. Abaixo da Rua de La Vieuville há traços de dois templos construídos durante a ocupação romana. Um deles dedicado a Mercúrio, o deus do comércio e das viagens e outro dedicado a Marte, o deus da guerra e um dos mais cultuados entre os deuses das forças de ocupação.

Batizada com o sangue de um santo, Montmartre significa, literalmente, "Monte de um mártir". Reza a história da época que São Denis (também conhecido como Dionísio), o bispo de Paris, foi decapitado ali no ano 272. Posteriormente, outro Denis, o artista visionário Maurice Denis, de quem falamos ontem, emergiria como um “profeta” e notável teórico da escola simbolista.” (do artigo “Os Profetas de Montmartre”, de Alamandra),

A história de Montmartre é muito linda e vale a pena ser estudada. Ali nasceram quase todas as escolas de estilo dessa cidade magnífica. Inclusive os Simbolistas, que lideraram um movimento avant-garde em direção ao chamado Art Nouveau, ao Impressionismo e ao Pós-Impressionismo. A arte ocidental começava a ser influenciada pela arte oriental e a grande tradição dos pintores e seus cavaletes cedeu espaço para outros meios, tais como tecidos, madeira, vidro e litografias. Montmartre colaborou para o amálgama de influências políticas, místicas e artísticas.

Muitos nomes famosos se inspiraram em Montamartre, entre eles Van Gogh, Renoir, Matisse, Picasso, e tantos outros. Entretanto, seu lado sublime e esotérico foi muito bem representado pelo grupo conhecido como os Nabis. O que os unia era o credo: “ a simplificação da forma e a exaltação da cor “.

Trabalharam numa grande variedade de materiais acreditando que os acessórios usados no dia a dia das pessoas deviam ter estilo e forma artística. Usavam artifícios tais como margens muito definidas para limitar e centralizar os assuntos do qual tratavam, e os acentuar como expressões da visão do artista, que devia ser sempre mais que uma simples representação agradável. Tinha que ter um sentido.

Um dos Nabis foi Ker Xavier Roussel, nascido em 1867 e falecido em 1944. Ele é um excelente exemplo do que foi dito acima e a sua obra que hoje apresentamos, uma litografia, “Ensinando o cão”, nos mostra a influência japonesa, as bordas limitadoras do espaço, as cores bem definidas sem serem agressivas e o tema doméstico, cotidiano, retrato de uma cena comum na vida dos parisienses. A arte tinha que ser isso: retratar a beleza da simplicidade.


Acervo National Gallery of Victoria, Austrália


 
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