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LINGUA PORTUGUESA: História da Literatura Portuguesa.
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De: NATY-NATY  (Mensaje original) Enviado: 24/01/2010 20:26
História da Literatura Portuguesa. Mostrar todas as mensagens
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6 de Jan de 2008

Introdução

Portugal ocupa especial posição geográfica no mapa da Europa. Reduzido território de menos de 90 000 km2, limita-se com a Galiza ao norte, com a Espanha a leste, e com o Oceano Atlntico ao sul e a oeste. Como empurrado contra o mar, toda a sua história, literária e não, atesta o sentimento de busca dum caminho que só ele representa e pode representar. Tal condicionamento geográfico, enriquecido por exclusivas e marcantes influências étnicas e culturais (árabes, germnicas, francesas, inglesas, etc.), havia de gerar, como gerou, uma literatura com características próprias e permanentes. A "fatalidade" de ser a Língua Portuguesa seu meio de comunicação ajuda a completar e explicar o quadro.

Diante da angústia geográfica, o escritor português opta pela fuga ou pelo apego à terra, matriz de todas as inquietudes e confidente de todas as dores, centro de inspiração e nutridora de sonhos e esperanças. A fuga dá-se para o mar, o desconhecido, fonte de riqueza algumas vezes, de males incríveis e de emoção quase sempre; ou, transcendendo a estreiteza do solo físico, para o plano metafísico, à procura de visualizar numa dimensão universal e perene a inquietação particular e egocêntrica.

Assim, a Literatura Portuguesa oscila entre posições extremas, com certeza porque uma compensa a outra. Ao lirismo de raiz, por vezes carregado de pieguice e morbidez, corresponde um sentimento hipercrítico, exagerado, pronto a agredir, a ofender, a mostrar no "outro" a chaga ou a fraqueza. A sátira, não raro levando ao desbocamento e ao destempero pessoal, dialoga com o culto fetichista da sensação, do sentimento, exacerbado por atitudes de confessionalismo adolescente. Uma atitude esconde a outra, a tal ponto que na base íntima de todo satírico ou erótico se percebe logo o sentimental, o hipersensível, que defende suas tibiezas com o verniz do procedimento contrário. E vice-versa.

Vem daí que seja uma literatura rica de poetas: aquela ambivalência constitui o suporte do "fingimento poético", na expressão feliz, e hoje tornada lugar-comum, de Fernando Pessoa. A poesia é o melhor que oferece a Literatura Portuguesa, dividida entre o apelo metafísico, que significa a vivência e a expressão de problemas fundamentais e perenes (a existência ou não de Deus, o ser e o não-ser, a condição humana, os valores do espírito, etc.), e a atracção amorosa da terra (representada por temas populares, folclóricos), ou um sentimento superficial, feito da confissão de estados de alma provocados pelos embates amorosos primários, tendo por fulcro o eterno "eu-te-gosto-você-me-gosta", de que fala Carlos Drummond de Andrade. Não obstante essa derradeira tendência se constitua em pólo permanente, a Literatura Portuguesa ocupa lugar de relevo no mapa literário europeu graças a alguns poetas vocacionados para a contemplação metafísica, como Camões, Bocage, Antero, Fernando Pessoa, entre outros.

Literatura pobre em teatro, eis outra afirmação indiscutível. Decorrência natural do arraigado lirismo egocêntrico e sentimental, a dramaturgia portuguesa só poucas vezes alcançou sair do nível medíocre ou meramente razoável. Tirante Gil Vicente, Garrett (sobretudo o de Frei Luís de Sousa) e alguma coisa de António José da Silva, tudo o mais vive no esquecimento. O grande surto teatral operado nos dias que correm, embora prometedor e já realizador de peças notáveis, é ainda muito recente para permitir afirmar que a actividade cénica em Portugal conhece uma quadra de reviravolta e mudança radical.

O romance, que jamais foi o forte da Literatura Portuguesa, entrou em depressão após a morte de Eça de Queirós, em 1900. Modernamente, sobretudo depois de 1940, numa convergência de várias direcções no campo da ficção, o romance português vive unia época de evidente esplendor, pela quantidade e qualidade de seus cultores.

Ao contrário da poesia, que corre mais ou menos ofuscada pelo brilho da obra pessoana, a prosa de ficção vem-se tornando nos últimos anos, o prato de resistência da Literatura Portuguesa contemporânea. Se isso denuncia alguma transformação profunda na mentalidade do povo português, é um vaticínio que ninguém pode fazer, em sã consciência.

A crítica literária, por sua vez, não pode ser o forte duma literatura acentuadamente lírica: as mais das vezes, ou se resolve num historicismo arquivístico mais ou menos superficial, quando não inócuo ou pedante, ou se resolve num impressionismo sentimental e ufanista, extremado no elogiar e no tripudiar. Atitudes racionalistas, de bom senso, ou de ensaismo criador, constituem excepções, que só na última vintena se vêm fazendo mais frequentes, mercê da influência recebida da crítica alienígena, a experimentar métodos de rigor e de análise mais objectivos e endereçados ao cerne estrutural das obras antes que ao seu envoltório eruditivo.

País europeu, embora de fisionomia peculiarmente voltada para a América e a África, Portugal tem acompanhado todas as mutações histórico-literárias operadas no resto da Europa, sobretudo na França. Delas deriva a ideia da existência de uma série de lapsos históricos, caracterizados pela imposição e predomínio de certo estilo de vida e de cultura. Graças à predominância de uns valores sobre outros, esses "momentos" ou "processos" históricos possuem individualidade própria, e assim devem ser entendidos. Os estudiosos têm-nos rotulado de modo diverso, conforme a perspectiva e a base ideológica em que se apoiam: Humanismo, Classicismo, Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo, Simbolismo, Decadentismo, Surrealismo, Impressionismo, etc., uma legião de "ismos" com vário significado. Pondo de parte toda a complexa problemática que envolve essa rotulação um tanto quanto arbitrária e colocando-nos ao nível objectivado por este livro, dir-se-ia que as denominações servem, antes de mais nada, para situar os escritores em épocas históricas, tendências e movimentos literários ou estéticos. Evidentemente, a simples localização deles no tempo e no estilo de vida e cultura correspondente não quer dizer que estejam resolvidos todos os problemas correlatos, mas ajuda a sanar elementares e corriqueiras falhas interpretativas.

Por outro lado, é preciso alertar o leitor para o erro oposto: há quem julgue, certamente por primarismo ou imaturidade intelectual, que todos os problemas relativos a determinado escritor podem ser explicados, justificados e compreendidos, pelo simples encaixilhamento dele no seu lugar histórico, como se ele, por viver em certa época, tivesse fatalmente de participar da tendência literária colocada em primeiro plano.

Assim sendo, compreende-se que este roteiro da Literatura Portuguesa esteja dividido em nove fundamentais "momentos" evolutivos. Quanto às datas empregadas para os delimitar, constituem somente pontos de referência, pois nunca se sabe ao certo quando termina ou começa um "processo" histórico: quando muito, funcionam como sinal, indício de que alguma coisa de novo está acontecendo, sem significar a morte definitiva do padrão velho até aí em voga. Há uma interpenetração contínua das estéticas literárias, e é só por desejo didáctico de clareza que as delimitamos artificialmente com o auxílio de datas. Para escolhê-las, o estudioso usa de seu livre-arbítrio, dado o carácter relativo e provisório da demarcação temporal dos fluxos estéticos. Entretanto, sob pena de levar à anarquia, dois critérios podem presidir à selecção de datas: um, o critério cultural, que, enfatizando a interdependência das mudanças culturais, se apoia em datas de valor total para marcar o início de épocas histórico-literárias (a Revolução Francesa assinalaria o começo dum novo ciclo de cultura, cujas profundas transformações incluiriam necessariamente a Literatura: o Romantismo literário seria sua consequência imediata); o critério literário, que isola o fato literário balizado pelo aparecimento duma obra, dum escritor ou duma ocorrência apenas importante para a Literatura (o Romantismo francês iniciar-se-ia em 1820, com a publicação de Les Méditations, de Lamartine). Transpondo o exemplo para o caso português, teríamos que a revolução liberal do Porto, em 1820, corresponderia ao despontar de algo de novo, culturalmente falando (por sua vez ligado à Revolução Francesa: o critério prevê sua utilização em vários níveis conforme a importância universal ou nacional do acontecimento em causa), enquanto a publicação de Camões, de Garrett, em 1825, daria começo ao Romantismo literário propriamente dito.

Na verdade, por serem ambos os critérios igualmente válidos e legítimos, pode o estudioso optar por qualquer um deles. No entanto, a opção deverá manter-se aberta, isto é, admitir que um critério não exclui terminantemente o outro: em vários casos, é forçoso apelar para aquele que se pôs de parte, a fim de esclarecer aspectos que doutro modo permaneceriam obscuros. Por isso, em atenção ao conceito de Literatura enunciado no prefácio, vou adoptar o critério literário, mas, sempre que possível e necessário, chamarei à baila o cultural. Aliás, o próprio carácter da introdução geral a cada capítulo denuncia o compromisso e a interacção existentes, por natureza, entre o conspecto histórico e a actividade literária ao longo das nove épocas da Literatura Portuguesa.

Qualquer que seja o critério escolhido, cabe pôr uma questão preliminar: quando começou a actividade literária em Portugal?

Antes de respondê-la, importa salientar que a Literatura Portuguesa, em consequência duma conjuntura histórico-cultural que não vem ao caso discriminar, nasceu quase simultânea mente com a nação onde se enquadra. Em 1094, Afonso VI, Rei de Leão, um dos reinos em que a Península Ibérica era dividida (os outros: Castela, Aragão e Navarra), casa suas filhas, Urraca com o Conde Raimundo de Borgonha, e Teresa com D. Henrique. Ao primeiro genro, doa uma extensa região de terra correspondente à Galiza; ao segundo, o território compreendido entre o rio Minho e o Tejo, com o nome de "Condado Portucalense". Após a morte de D. Henrique (em 1112 ou 1114), D. Teresa toma as rédeas do governo e estreita relações com os galegos, especialmente com o Conde Ferrão Peres de Trava. O Infante, Afonso Henriques, rebela-se contra a mãe, e inicia uma revolução que culmina em 24 de Junho de 1128, na batalha de S. Mamede, nos arredores de Guimarães: os revoltosos vencem e sagram o Infante seu soberano. Ainda não era tudo, pois faltava, o reconhecimento de Leão e Castela, que só se efectuou em Outubro de 1143, na Conferência de Samora, quando Afonso VII reconhece Afonso Henriques como rei. O País tornava-se autónomo, mas a luta pela consolidação levaria muito tempo, sobretudo dedicado à expulsão dos sarracenos.

Ora, a data que se tem utilizado para marcar o início da actividade literária em Portugal, é a de 1198 (ou 1189), quando o trovador Paio Soares de Taveirós compõe uma cantiga (designada como Cantiga de Garvaia, palavra que designava um luxuoso vestido de Corte), endereçada a Maria Pais Ribeiro, também chamada A Ribeirinha, favorita de D. Sancho I. A cantiga, oscilando entre ser de amor e de escárnio, revela tal complexidade na estrutura e na composição das imagens, que só se justificaria num estágio avançado da arte de poetar. Isso equivale a dizer que decerto houve, antes dessa cantiga, considerável actividade lírica, infelizmente desaparecida: via de regra, os trovadores memorizavam as composições que interpretavam, fossem suas ou alheias, e só em alguns casos as transcreviam em cadernos de notas, que podiam extraviar-se, perder-se ou ser postos fora. Por isso, toda uma anterior produção poética - cujo volume e cujos limites jamais poderão ser fixados - desapareceu por completo. Em vista de tal circunstância, compreende-se que se tome a cantiga de Paio Soares de Taveirós como marco inicial da Literatura Portuguesa apenas pelo fato de ser o primeiro documento literário que se possui em Língua Portuguesa, o que de forma alguma significa negar a existência duma intensa actividade poética antes de 1198.




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De: რღ რღ FLOR რღ რღ Enviado: 26/01/2010 20:58


 
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