|     Ame  como se o outro fosse você   ©  Letícia Thompson    Se  o amor fosse bastante em cada coração, todos os males do mundo acabariam. Cada  um olharia o outro como se estivesse se olhando no espelho e teria tanta  compreensão e compaixão como se estivesse agindo por si mesmo. As  asperezas da vida tornam as pessoas duras, amargas. E o pior é que nem sempre  elas querem se livrar dessa carga que as tornam com o andar pesado e a visão do  futuro vaga e obscura.  Há  pessoas que temos dificuldade em amar. Difícil admitir, pois fomos feitos e  criados para amar o próximo sem querer saber o que se esconde por detrás de seu  passado e o que vai na sua alma.  Cada  um tem sua história, seus espinhos e sua cruz. Cada um também tem sua beleza,  talvez apagada por acontecimentos, envelhecida por esperas que nunca tiveram fim  e amargas pelo fel que a vida derrama vez ou outra.  Os  altos e baixos da vida existem para todo mundo. Mas é quase sempre, para um e  para outro, os baixos que marcam mais, os que definem a trajetória, marcam a  vida inteira. E quando olhamos para uma pessoa assim cheia de cicatrizes, como  rosas secas e sem perfume, a rejeitamos porque não queremos ficar iguais a ela.  Portanto...  uma auto-análise poderia revelar o quanto de maneira surpreendente nos tornamos  iguais às pessoas que rejeitamos exatamente por recolhermos no nosso coração os  mesmos sentimentos de amargura, desafeto, rejeição. Ame  cada pessoa como se para você ela estivesse acabando de nascer e seu coração não  estivesse cheio de pré-julgamentos.   Ame  como se passassem uma borracha sobre seus erros e conseguissem ver através de  olhos de amor, apenas o bonito que há dentro de você.  Ame  como quem ama aquela flor que atravessou sol e chuva e sobreviveu, apesar de  tudo. Ame  como você gostaria de ser amado. Ame  como ama Deus.   Letícia  Thompson         |