|   Desato as teias dos afectos, desabotoo os laços
 que me prendem à razão, deixo que o corpo seja tão-somente
 magma terra em primitiva erupção.
 
 Tacteio os limites improváveis na virtude
 de um bem-querer
  que se não conhece em si mesmo,de um sentir avesso
  à mais sólida convicçãode um traço rigoroso,
  de um percurso preciso,ao recusar a o siso,
  a bonomia e a quietude.
 Enfunada em rusga
  por um vendaval que sopra,não sei de mim,
  da folha virgem que já fui,nem da negra tinta
 que me empapa a pele roxae me ensopa a carne
 trucidada p’los espinhos.
 Trilho o tempo,
 sou seara de vento, nesta loucura desvairada
 e desmedida,rasgada no linho casto de velas de moinho.
 
 Desabrocho palavra
 sendo alma nua e fustigada,palavra primordial e derradeira,
 em que a nudez do verso se esconde
 em ancestral parra de figueira,
 
 ... serei talvez poeta,
  fada ou feiticeira, danço e pulo por dentro
 das chamas da fogueira! BESITOS LUÍZA
 
 
 
 
 
 
 
 
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