CUIDADO COM OS DESENTENDIMENTOS
 
Juliana Antunes
 
 
Aquele momento de conversa pós briga, muitas filosofias, uma justificativa fútil para não assumir a responsabilidade de se policiar e por último uma promessa de não repetir o ato (o pior de tudo).
 
E as declarações de amor vencidas ganham uma nova página. Sexo depois da reconciliação e parece que as borboletas voltaram ao estômago, os olhos brilham e a vontade de falar dos sentimentos parece não ter fim. Você jura que sem ele(a) sua vida não tem sentido.
 
Esse bumerangue constante acaba virando um vício. Uma atitude totalmente destrutiva para a relação, tanto amorosa quanto de amizade: a consideração. Pelo simples vício de fazer as pazes novamente depois. Resolvem assumir uma relação de bumerangue a ter que desfrutar de novos horizontes e até mesmo se descobrir como pessoa.
Para que arriscar? Aqui eu já conheço!
 
A realidade é que a maioria das brigas são arquivadas em um lugar chamado:  “eu te perdoo…”. Basta um desentendimento, e o outro achar que a discussão não está a seu favor, ela salta da gaveta sem mesmo ser convidada, para assombrar a vida do casal por mais um dia, então estimula o(a) parceiro(a)  no calor do momento a dizer alguns pensamentos omitidos, uma forma de atualizar o relatório e assim arquivá-­lo para a próxima ocasião. E a cada curativo, um novo arranhão, um novo golpe e a gaveta passa a expandir­-se: ela abriu um espaço chamado “rancor”.