| VISõESCleide Canton
 
 
 A pupila desgastada e 
retraída,
 procura nas sombras da saudade
 a imagem que se esconde, 
inibida,
 nos vazios entre sonho e realidade.
 O tempo esparrama a 
fumaça
 que coibe a visão tão desejada
 do vulto que se perde na 
vidraça
 dest'alma ao amor aprisionada.
 A vontade busca a fina 
sintonia
 e a fé ceifa ondas interferentes
 que fogem, temerosas da 
ousadia,
 e da força de olhares reticentes.
 O vulto emerge do mar da 
inconstncia
 tal Netuno, soberano e majestoso,
 que a sorrir-me encurta a 
distncia
 na magia de um desejo indecoroso.
 As sombras perdem o negro do 
seu véu
 e a fumaça se dissipa, agonizante,
 ante a cena que nos leva ao 
mesmo céu
 onde me entrego... Fiel, livre e amante.
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