|                                                                                                                                              Descobrindo-me Cleide Canton Garcia
 
 
 Olhando minha alma
 como se me vendo no espelho,
 desnudo-me
 e descubro-me.
 Tento encontrar as virtudes
 mas me perco nos vagalhões
 das eternas perspectivas de ser,
 nos sonhados desejos de crescer,
 na esperança desmesurada
 de tocar o inatingível.
 
 Descubro-me
 na apreciação
 do belo pela beleza,
 do todo pela essência,
 da razão pela inteligência,
 do ato pela conseqüência,
 da luta pela persistência,
 do sonho pela transparência.
 
 
 Tento tolerar os defeitos
 mas as intransigências,
 muito mais que as benevolências,
 se enroscam
 nas razões e contra-razões,
 debilitando
 o defensor que se esconde em mim.
 Seria inútil tentar
 
 descobrir-me assim?
 
   
   |