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Єl Єspacio §alvajє: Poema do Menino Jesus
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Resposta  Mensagem 1 de 6 no assunto 
De: FOFUCHA  (Mensagem original) Enviado: 20/12/2013 23:24
 
 
Poema do Menino Jesus
 
 
Num meio-dia de fim de Primavera
 Tive um sonho como uma fotografia.
 Vi Jesus Cristo descer à terra.
 Veio pela encosta de um monte
 Tornado outra vez menino,
 A correr e a rolar-se pela erva
 E a arrancar flores para as deitar fora
 E a rir de modo a ouvir-se de longe.
 
 
Tinha fugido do céu.
 Era nosso demais para fingir
 De segunda pessoa da Trindade.
 (...)
 
 
Um dia que Deus estava a dormir
 E o Espírito Santo andava a voar,
 Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
 Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
 Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
 Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
 E deixou-o pregado na cruz que há no céu
 E serve de modelo às outras.
 Depois fugiu para o Sol
 E desceu no primeiro raio que apanhou.
 Hoje vive na minha aldeia comigo.
 É uma criança bonita de riso e natural.
 Limpa o nariz ao braço direito,
 Chapinha nas poças de água,
 Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
 Atira pedras aos burros,
 Rouba a fruta dos pomares
 E foge a chorar e a gritar dos cães.
 E, porque sabe que elas não gostam
 E que toda a gente acha graça,
 Corre atrás das raparigas
 Que vão em ranchos pelas estradas
 Com as bilhas às cabeças
 E levanta-lhes as saias.
 
 
A mim ensinou-me tudo.
 Ensinou-me a olhar para as coisas.
 Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
 Mostra-me como as pedras são engraçadas
 Quando a gente as tem na mão
 E olha devagar para elas.
 (...)
 
 
Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
 Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
 Ele é o humano que é natural.
 Ele é o divino que sorri e que brinca.
 E por isso é que eu sei com toda a certeza
 Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
 (...)
 
 
A Criança Nova que habita onde vivo
 Dá-me uma mão a mim
 E outra a tudo que existe
 E assim vamos os três pelo caminho que houver,
 Saltando e cantando e rindo
 E gozando o nosso segredo comum
 Que é saber por toda a parte
 Que não há mistério no mundo
 E que tudo vale a pena.
 
 
A Criança Eterna acompanha-me sempre.
 A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
 O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
 São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
 
 
Damo-nos tão bem um com o outro
 Na companhia de tudo
 Que nunca pensamos um no outro,
 Mas vivemos juntos e dois
 Com um acordo íntimo
 Como a mão direita e a esquerda.
 
 
Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
 No degrau da porta de casa,
 Graves como convém a um deus e a um poeta,
 E como se cada pedra
 Fosse todo o universo
 E fosse por isso um grande perigo para ela
 Deixá-la cair no chão.
 
 
Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
 E ele sorri porque tudo é incrível.
 Ri dos reis e dos que não são reis,
 E tem pena de ouvir falar das guerras,
 E dos comércios, e dos navios
 Que ficam fumo no ar dos altos mares.
 Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
 Que uma flor tem ao florescer
 E que anda com a luz do Sol
 A variar os montes e os vales
 E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.
 
 
Depois ele adormece e eu deito-o.
 Levo-o ao colo para dentro de casa
 E deito-o, despindo-o lentamente
 E como seguindo um ritual muito limpo
 E todo materno até ele estar nu.
 
 
Ele dorme dentro da minha alma
 E às vezes acorda de noite
 E brinca com os meus sonhos.
 Vira uns de pernas para o ar,
 Põe uns em cima dos outros
 E bate palmas sozinho
 Sorrindo para o meu sono.
 
 
Quando eu morrer, filhinho,
 Seja eu a criança, o mais pequeno.
 Pega-me tu ao colo
 E leva-me para dentro da tua casa.
 Despe o meu ser cansado e humano
 E deita-me na tua cama.
 E conta-me histórias, caso eu acorde,
 Para eu tornar a adormecer.
 E dá-me sonhos teus para eu brincar
 Até que nasça qualquer dia
 Que tu sabes qual é.
 
 
Esta é a história do meu Menino Jesus.
 Por que razão que se perceba
 Não há de ser ela mais verdadeira
 Que tudo quanto os filósofos pensam
 E tudo quanto as religiões ensinam ?
 
 
Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)
 
 

 

 

 


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Resposta  Mensagem 2 de 6 no assunto 
De: Řosa§alvajє Enviado: 21/12/2013 08:58
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Resposta  Mensagem 3 de 6 no assunto 
De: Řosa§alvajє Enviado: 21/12/2013 08:58
 
 
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Resposta  Mensagem 4 de 6 no assunto 
De: Řosa§alvajє Enviado: 21/12/2013 08:59
 
 
 
 

Resposta  Mensagem 5 de 6 no assunto 
De: Řosa§alvajє Enviado: 06/01/2014 02:38
 photo FIS_zps580607f5.gif
 
 

Resposta  Mensagem 6 de 6 no assunto 
De: Milton-El Pacha Enviado: 06/01/2014 11:57
 
 


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