|   PELOS OLHOS DE JESUS
 Como seria enxergar as pessoas através dos olhos de Jesus?
 
 Como seria colocar essa lente sobre nossos julgamentos, sobre as conclusões a que chegamos, sobre as decisões que tomamos a respeito do outro, todos os dias?
 
 Como seria olhar para a esposa, o esposo, os filhos, os pais, nas atividades e enfrentamentos hodiernos, com a visão de Jesus?
 
 E os companheiros de trabalho? E os estranhos que nos chegam com pedras nas mãos? E os que nos pedem ajuda?
 
 Para tentar construir essa possibilidade, recordemos de algumas nuances do olhar do Mestre:
 
 Muitos viam em Zaqueu o avarento incorrigível; Jesus, no entanto, nele identificou o homem rico de nobre coração, capaz de transfigurar a riqueza em trabalho e beneficência.
 
 Em Bartolomeu, a multidão enxergava o infortúnio de um cego; ele anotou os obstáculos de um doente, suscetível de ser curado para glorificar a bondade de Deus.
 
 Em Maria de Magdala, cuja personalidade apresentava a mulher obsidiada por sete espíritos infelizes, reconheceu a criatura decidida a renovar-se e que lhe seria, mais tarde, a mensageira da própria ressurreição.
 
 Em Pedro, que o povo definia por discípulo frágil, a ponto de negá-lo três vezes, descobriu o amigo sincero que, convenientemente amadurecido na fé, lhe presidiria o apostolado em formação.
 
 Jesus enxergava além da superfície – aí está a grande virtude de Seu olhar.
 
 Não via apenas o que estava por fora, o comportamento momentneo que eclodia mas, principalmente, as razões e potencialidades secretas do coração.
 
 Deixou muito claro, por palavras e na exemplificação, como deve ser nosso julgar.
 
 Baseados nisso, jamais deveríamos tirar conclusões precipitadas sobre os outros e, mais ainda, tomar decisões, produzindo reações, alicerçadas sobre tais conceitos frágeis.
 
 O Mestre nos ensinou a ver o que há de melhor em cada um.
 
 Isso não significa ter uma visão ingênua do ser humano, apenas valorizá-lo mais pela luz que emite, do que pela sombra que ainda produz em seu entorno.
 
 Jesus enxergava as razões do mal, via esse mal como uma doença a ser erradicada da alma. Combatia a doença e não o doente.
 
 Aí está o caminho a seguir! Aí está a forma de tratar o outro, que nos dará mais tranquilidade na vida, e menos irritação, menos angústia, menos rancor.
 
 Os caminhos da vida são tão curiosos! O discípulo frágil, que o nega, se transforma em seu maior amigo...
 
 A mulher atormentada por Espíritos infelizes, condenada por todos por ser de má vida, se transforma em grande servidora do bem.
 
 Não sabemos o que a vida nos reserva. Mas, podemos ter certeza de que nos guarda dias cada vez melhores, se conseguirmos, mesmo que aos poucos, começar a vislumbrar o mundo através dos olhos de Jesus.
 
 É uma lente de amor que colocamos sobre o olhar... Uma lente de indulgência, de perdão.
 
 Comecemos a fazer este exercício agora, em casa, no ambiente de trabalho, no convívio breve com os que passam por nós.
 
 Observemos as pessoas com outros olhos... Os olhos de Jesus...
 
 
 
 
 
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