A espera esperou o tempo,
mas o tempo
Nao teve tempo para esperar.
E o tempo, meio sem tempo,
Correu atrás de sua espera.
E a espera, sempre paciente,
Pediu um tempo ao tempo,
Para poder melhor pensar.
Mas, o tempo nao quis esperar
E foi ao encontro da espera,
Sem esperar o tempo certo de chegar.
A espera, sabendo que o tempo
Era muito tempestuoso,
Pediu-lhe que esperasse
Um pouco mais de tempo.
O tempo, ansioso
Nao agüentava mais esperar
a hora da espera chegar.
Correndo contra o tempo,
O tempo se fez presente,
Na espera da espera chegar.
Quando o tempo passou
E a espera chegou,
O tempo, que tinha
Todo o tempo do mundo,
Ficou calado, mudo.
E a espera, que também
Há muito tempo esperava,
No tempo certo,
Deu-lhe a deixa,
Esperando o tempo falar.
E o tempo,
Da mudez à tagarelice,
O tempo todo se encantou.
E o tempo,
Que nao tinha tempo,
Para esperar pela espera,
Esperou o tempo certo
Para dizer que por muito tempo
Esperava por ela.
E a espera,
Sapiente que é,
Como quase toda a mulher,
Esperou passar o tempo,
Para poder dizer ao tempo,
Que por muito tempo,
Ela também esperou.
Autoria : Marte/JCarvalho
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