Pagina principale  |  Contatto  

Indirizzo e-mail

Password

Registrati ora!

Hai dimenticato la password?

CAFEZAMBEZE
 
Novità
  Partecipa ora
  Bacheche di messaggi 
  Galleria di immagini 
 File e documenti 
 Sondaggi e test 
  Lista dei Partecipanti
 INICIO 
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
 
 
  
  
  
  
  
  
  
  
  
 
 
  Strumenti
 
msica: Cartas de Amor.
Scegli un’altra bacheca
Argomento precedente  Argomento successivo
Rispondi Elimina messaggio  Messaggio 1 di 6 di questo argomento 
Da: mayra1950  (Messaggio originale) Inviato: 17/02/2008 09:16
Para mim, diz muito mais que um e.mail!
Que bom seria ,voltassem as cartas escritas "à punho apaixonado"!
Beijos,
Mayra
P.S.
Quem canta é o Francisco José.
Tentei anexar com o Toni de Matos, mas por ser arquivo grande, não consegui.


Primo  Precedente  2 a 6 di 6  Successivo   Ultimo  
Rispondi Elimina messaggio  Messaggio 2 di 6 di questo argomento 
Da: misabelantunes1 Inviato: 17/02/2008 15:01
Mayra,
Tal como tu, também, penso que uma carta manuscrita é muito mais pessoal, na medida em que a caligrafia, por menos que a saibamos interpretar, revela sempre algo da personalidade de quem escreve.

Há na literatura portuguesa, cartas que me marcaram nos tempos de colégio e que por vezes, releio. Partilho contigo e com o grupo, esta que acho linda.

Gostei de escutar o Francisco José que, quanto a mim, é o melhor interprete desta can챌찾o. Obrigada.
Soror Mariana Alcoforado
"Considera, meu amor, a que ponto chegou a tua imprevidência. Desgraçado!, foste enganado e enganaste-me com falsas esperanças. Uma paixão de que esperaste tanto prazer não é agora mais que desespero mortal, só comparável à crueldade da ausência que o causa. Há-de então este afastamento, para o qual a minha dor, por mais subtil que seja, não encontrou nome bastante lamentável, privar-me para sempre de me debruçar nuns olhos onde já vi tanto amor, que despertavam em mim emoções que me enchiam de alegria, que bastavam para meu contentamento e valiam, enfim, tudo quanto há? Ai!, os meus estão privados da única luz que os alumiava, só lágrimas lhes restam, e chorar é o único uso que faço deles, desde que soube que te havias decidido a um afastamento tão insuportável que me matará em pouco tempo.
Parece-me, no entanto, que até ao sofrimento, de que és a única causa, já vou tendo afei챌찾o. Mal te vi a minha vida foi tua, e chego a ter prazer em sacrificar-ta. Mil vezes ao dia os meus suspiros v찾o ao teu encontro, procuram-te por toda a parte e, em troca de tanto desassossego, só me trazem sinais da minha má fortuna, que cruelmente n찾o me consente qualquer engano e me diz a todo o momento: Cessa, pobre Mariana, cessa de te mortificar em v찾o, e de procurar um amante que n찾o voltarás a ver, que atravessou mares para te fugir, que está em Fran챌a rodeado de prazeres, que n찾o pensa um só instante nas tuas mágoas, que dispensa todo este arrebatamento e nem sequer sabe agradecer-to. Mas n찾o, n찾o me resolvo, a pensar t찾o mal de ti e estou por demais empenhada em te justificar. Nem quero imaginar que me esqueceste. N찾o sou já bem desgra챌ada sem o tormento de falsas suspeitas? E porque hei-de eu procurar esquecer todo o desvelo com que me manifestavas o teu amor? T찾o deslumbrada fiquei com os teus cuidados, que bem ingrata seria se n찾o te quisesse com desvario igual ao que me levava a minha paix찾o, quando me davas provas da tua.
Como é possível que a lembran챌a de momentos t찾o belos se tenha tornado t찾o cruel? E que, contra a sua natureza, sirva agora só para me torturar o cora챌찾o? Ai!, a tua última carta reduziu-o a um estado bem singular: bateu de tal forma que parecia querer fugir-me para te ir procurar. Fiquei t찾o prostrada de como챌찾o que durante mais de tr챗s horas todos os meus sentidos me abandonaram: recusava uma vida que tenho de perder por ti, já que para ti a n찾o posso guardar. Enfim, voltei, contra vontade, a ver a luz: agradava-me sentir que morria de amor, e, além do mais, era um alívio n찾o voltar a ser posta em frente do meu cora챌찾o despeda챌ado pela dor da tua aus챗ncia.
Depois deste acidente tenho padecido muito, mas como poderei deixar de sofrer enquanto não te vir? Suporto contudo o meu mal sem me queixar, porque me vem de ti. É então isto que me dás em troca de tanto amor? Mas não importa, estou resolvida a adorar-te toda a vida e a não ver seja quem for, e asseguro-te que seria melhor para ti não amares mais ninguém. Poderias contentar te com uma paixão menos ardente que a minha? Talvez encontrasses mais beleza (houve um tempo, no entanto, em que me dizias que eu era muito bonita), mas não encontrarias nunca tanto amor, e tudo o mais não é nada.
Não enchas as tuas cartas de coisas inúteis, nem me voltes a pedir que me lembre de ti. Eu não te posso esquecer, e não esqueço também a esperança que me deste de vires passar algum tempo comigo. Ai!, porque não queres passar a vida inteira ao pé de mim? Se me fosse possível sair deste malfadado convento, não esperaria em Portugal pelo cumprimento da tua promessa: iria eu, sem guardar nenhuma conveniência, procurar-te, e seguir te, e amar-te em toda a parte. Não me atrevo a acreditar que isso possa acontecer; tal esperança por certo me daria algum consolo, mas não quero alimentá-la, pois só à minha dor me devo entregar. Porém, quando meu irmão me permitiu que te escrevesse, confesso que surpreendi em mim um alvoroço de alegria, que suspendeu por momentos o desespero em que vivo. Suplico-te que me digas porque teimaste em me desvairar assim, sabendo, como sabias, que terminavas por me abandonar? Porque te empenhaste tanto em me desgraçar? Porque não me deixaste em sossego no meu convento? Em que é que te ofendi? Mas perdoa-me; não te culpo de nada. Não me encontro em estado de pensar em vingança, e acuso somente o rigor do meu destino. Ao separar-nos, julgo que nos fez o mais temível dos males, embora não possa afastar o meu coração do teu; o amor, bem mais forte, uniu-os para toda a vida. E tu, se tens algum interesse por mim, escreve-me amiúde. Bem mereço o cuidado de me falares do teu coração e da tua vida; e sobretudo vem ver-me.
Adeus. Não posso separar-me deste papel que irá ter às tuas mãos. Quem me dera a mesma sorte! Ai, que loucura a minha! Sei bem que isso não é possível! Adeus; não posso mais. Adeus. Ama-me sempre, e faz-me sofrer mais ainda."

Rispondi Elimina messaggio  Messaggio 3 di 6 di questo argomento 
Da: misabelantunes1 Inviato: 17/02/2008 15:23
Mayra,
"Ama-me sempre, e faz-me sofrer mais ainda." Só de alguém que se queria martirizar, para que o S. Pedro lhe abrisse as portas do céu, porque o velho ditado "quanto mais me bates, mais gosto de ti" já passou de moda!

Beijinhos.

Isabel



Rispondi Elimina messaggio  Messaggio 4 di 6 di questo argomento 
Da: mayra1950 Inviato: 17/02/2008 18:06
Isabel,
Realmente uma declaração de masoquismo sem par!
Entretanto, uma carta que diz tudo de um sentimento: AMOR! Que ele exista e não se vá, mesmo que em forma de imenso sofrimento.
O pior é que ainda existe e vai continuar existindo.
A diferença é que não vem a declaração por CARTA e sim por E.MAIL.
Beijinhos,
Mayra
P.S.
Subentendi que essa carta foi dirigida a uma freira que se enclausurou por amor..estou certa?

Rispondi Elimina messaggio  Messaggio 5 di 6 di questo argomento 
Da: misabelantunes1 Inviato: 17/02/2008 21:08
Mayra,
A autora da carta é que era freira:

Soror Mariana Alcoforado (1640-1723) nasceu e faleceu em Beja. Era uma religiosa que professou no Convento da Concei챌찾o em Beja, tendo sido escriv찾 e vigária do mesmo convento. Foi-lhe atribuída a autoria das Lettres Portugaises, publicadas em Paris em 1669 por Claude Barbin. No mesmo ano s찾o publicadas em Colónia com o título Lettres d'amour d'une religieuse portugaise. Nesta última edi챌찾o, uma nota informa que as cartas foram dirigidas ao cavaleiro de Chamilly e tinham sido traduzidas para franc챗s por Guilleragues. Boissonade faz saber em 1810 que encontrou um manuscrito das cartas que indica que a autora das mesmas se chamava «Mariana Alcaforada, religiosa em Beja». Os investigadores actuais duvidam, no entanto, da atribui챌찾o desta autoria. As cartas tiveram várias tradu챌천es para portugu챗s, sendo a última de Eugénio de Andrade (Lisboa, Assírio Alvim, 1993).

Rispondi Elimina messaggio  Messaggio 6 di 6 di questo argomento 
Da: mayra1950 Inviato: 17/02/2008 22:30
Isabel,
Foi o que entendi, mas não me expliquei direito no P.S..
Em vez de "à uma freira" eu deveria ter escrito "de uma freira".
Beijinho,
Mayra


Primo  Precedente  2 a 6 de 6  Successivo   Ultimo  
Argomento precedente  Argomento successivo
 
©2024 - Gabitos - Tutti i diritti riservati