Página principal  |  Contato  

Correio eletrónico:

Palavra-passe:

Registrar-se agora!

Esqueceu-se da palavra-passe?

CAFEZAMBEZE
 
Novidades
  Entre agora
  Painel de mensagens 
  Galeria de imagens 
 Arquivos e documentos 
 Inquéritos e Testes 
  Lista de participantes
 INICIO 
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
 
 
  
  
  
  
  
  
  
  
  
 
 
  Ferramentas
 
POESIA: DAMIÃO DE GÓIS POR GRAZIELA VIEIRA
Escolher outro painel de mensagens
Assunto anterior  Assunto seguinte
Resposta Eliminar Mensagem  Mensagem 1 de 1 no assunto 
De: nhungue  (Mensagem original) Enviado: 21/11/2008 11:32
 

DAMIÃO DE GÓIS

1501—1573


Foi Damião de Góis, o grande vulto,

Cronista da antiga realeza

Que lhe pagou a Arte com o insulto

Dum cárcere, na Inquisição portuguesa.


Historiador clássico e político;

Embaixador insigne Além fronteiras:

Na Suécia e Dinamarca. Analítico

Da sua Pátria, sempre sobranceira.


Cursou algumas Universidades

Estrangeiras, de Pádua e de Lovaina.

Por amigos, teve personalidades

Distintas! De Tiara e de Sotaina.


Entre as Obras latinas que escreveu,

A “EMBAIXADA DO PRESTE JOÃO”,

DESCRIÇÃO DE LISBOA” “CERCOS DE DIU”,

FIDES RELIGIO”, provocou a acusação.


O insigne cronista, conviveu

Com altas personagens mundiais:

Com o rei da Dinamarca, e o corifeu

Martinho Lutero, Erasmo, e mais.


Mandado regressar a Portugal,

Este Humanista, amigo da Igreja,

Ousou erguer o “véu” do que achou mal,

Foi logo delatado como herege.

Foram delatores: o padre Simão

Rodrigues, Pedro de Andrade Caminha,

Seu genro Luís de Castro. Oh! Ingratidão:

Até Briolanja, a sua sobrinha.


Enquanto decorria, a tempo longo,

O processo movido p’la Inquisição,

Foi Góis, Guarda-mor da Torre do Tombo,

Cronólogo de D. Manuel e D. João.


Como a chamada Santa Inquisição,

Fosse o terror dos nobres e da plebe,

Muitos mais se juntaram à delação

Daquele, a quem Portugal tanto deve.


Só porque houvera dito com franqueza,

Que os Jesuítas, salvo excepção rara,

Não praticavam o voto da pobreza

Que Inácio de Loiola edificara.


Com o mais ardiloso artifício,

O património lhe foi confiscado.

Por ordem do funesto Santo Ofício,

À perpétua prisão foi condenado.


Depois de encarcerado vinte meses,

O mísero, já doente e sem pecúnia,

O símbolo dos Ilustres portugueses,

É injuriado por inveja e por calúnia.


P’rá prisão da Batalha é enviado.

Depois, a crónica é algo dúbita.

Dizem alguns ter sido assassinado,

E outros, que morreu de morte súbita.

 

GRAZIELA VIEIRA - OURÉM



Primeira  Anterior  Sem resposta  Seguinte   Última  

 
©2025 - Gabitos - Todos os direitos reservados