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POLITICA: A proposito dos novos Piratas da Somalia...(RAJÚ)
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De: nhungue  (message original) Envoyé: 06/05/2009 21:38
A proposito dos novos Piratas da Somalia...


Quem imaginaria que em 2009, os governos do mundo declarariam uma nova
Guerra aos Piratas?

No instante em que você lê esse artigo, a Marinha
Real Inglesa - e navios de mais 12 nações, dos EUA à China - navega
rumo aos mares da Somália, para capturar homens que ainda vemos como
vilões de pantomima, com papagaio no ombro.

Mais algumas horas e
estarão bombardeando navios e, em seguida, perseguirão os piratas em
terra, na terra de um dos países mais miseráveis do planeta. Por trás
dessa estranha história de fantasia, há um escândalo muito real e
jamais contado.

Os miseráveis que os governos "ocidentais" estão
rotulando como "uma das maiores ameaças do nosso tempo" têm uma
história extraordinária a contar - e, se não têm toda a razão, têm
pelo menos muita razão.

Os piratas jamais foram exactamente o que pensamos que fossem.

Na "era de ouro dos piratas" - de 1650 a 1730 - o governo britânico
criou, como recurso de propaganda, a imagem do pirata selvagem, sem
propósito, o Barba Azul que ainda sobrevive.
Muita gente sempre soube
disso e muitos sempre suspeitaram da farsa: afinal, os piratas foram
muitas vezes salvos das galés, nos braços de multidões que os
defendiam e apoiavam. Porquê? O que os pobres sabiam, que nunca
soubemos? O que viam, que nós não vemos?
Em seu livro Villans Of All
Nations, o historiador Marcus Rediker começa a revelar segredos muito
importantes.

Se você fosse mercador ou marinheiro empregado nos navios mercantes
naqueles dias - se vivesse nas docas do East End de Londres, se fosse
jovem e vivesse faminto - você fatalmente acabaria embarcado num
inferno flutuante, de grandes velas. Teria de trabalhar sem descanso,
sempre faminto e sem dormir. E, se rebelasse, lá estavam o
todo-poderoso comandante e seu chicote [ing. the Cat O' Nine Tails,
lit. "o Gato de nove rabos"].
Se você insistisse, era a prancha e os
tubarões. E ao final de meses ou anos dessa vida, seu salário quase
sempre lhe era roubado.

Os piratas foram os primeiros que se rebelaram contra esse mundo.
Amotinavam-se nos navios e acabaram por criar um modo diferente de
trabalhar nos mares do mundo. com os motins, conseguiam apropriar-se
dos navios; depois, os piratas elegiam seus capitães e comandantes, e
todas as decisões eram tomadas colectivamente; e aboliram a tortura.
Os butins eram partilhados entre todos, solução que, nas palavras, foi
"um dos planos mais igualitários para distribuição de recursos que
havia em todo o mundo, no século 18".

Acolhiam a bordo, como iguais, muitos escravos africanos foragidos. Os
piratas mostraram "muito claramente - e muito subversivamente - que os
navios não precisavam ser comandados com opressão e brutalidade, como
fazia a Marinha Real Inglesa." Por isso eram vistos como heróis
românticos, embora sempre fossem ladrões improdutivos.

As palavras de um pirata cuja voz perde-se no tempo, um jovem inglês
chamado William Scott, volta a ecoar hoje, nessa pirataria new age que
está em todas as televisões e jornais do planeta. Pouco antes de ser
enforcado em Charleston, Carolina do Sul, Scott disse: " O que fiz,
fiz para não morrer. Não encontrei outra saída, além da pirataria,
para sobreviver".

...

O governo da Somália entrou em colapso em 1991. Nove milhões de
somalianos passam fome desde então. E todos e tudo o que há de pior no
mundo ocidental rapidamente viu, nessa desgraça, a oportunidade para
assaltar o país e roubar de lá o que houvesse. Ao mesmo tempo, viram
nos mares da Somália o local ideal onde jogar todo o lixo nuclear do
planeta.

Exactamente isso: lixo atómico. Mal o governo se desfez (e os ricos
partiram), começaram a aparecer misteriosos navios europeus no litoral
da Somália, que jogavam ao mar contentores e barris enormes. A
população do litoral começou a adoecer. No começo, erupções de pele,
náuseas e bebés malformados. Então, com o tsunami de 2005, centenas de
barris enferrujados e com vazamentos apareceram em diferentes pontos
do litoral. Muita gente apresentou sintomas de contaminação por
radiação e houve 300 mortes.

Quem conta é Ahmedou Ould-Abdallah, enviado da ONU à Somália: "Alguém
está jogando lixo atómico no litoral da Somália. E chumbo e metais
pesados, cádmio, mercúrio, encontram-se praticamente todos." Parte do
que se pode rastrear leva directamente a hospitais e indústrias
europeias que, ao que tudo indica, entrega os resíduos tóxicos à
Máfia, que se encarrega de "descarrega-los" e cobra barato. Quando
perguntei a Ould-Abdallah o que os governos europeus estariam fazendo
para combater esse "negócio", ele suspirou: "Nada. Não há nem
descontaminação, nem compensação nem prevenção".

Ao mesmo tempo, outros navios europeus vivem de pilhar os mares da
Somália, atacando uma das suas principais riquezas: pescado. A Europa
já destruiu seus stocks naturais de pescado pela super-exploração e,
agora está super-explorando os mares da Somália. A cada ano, saem de
lá mais de 300 milhões de Atum, camarão e lagosta; são roubados
anualmente, por pesqueiros ilegais. Os pescadores locais tradicionais
passam fome.

Mohammed Hussein, pescador que vive em Marka, cidade a 100 Kilómetros
ao sul de Mogadishu, declarou à Agência Reuters: "Se nada for feito,
acabarão com todo o pescado de todo o litoral da Somália".

Esse é o contexto do qual nasceram os "piratas" somalianos. São
pescadores somalianos, que capturam barcos, como tentativa de assustar
e dissuadir os grandes pesqueiros; ou, pelo menos como meio de extrair
deles alguma espécie de compensação.

Os somalianos chamam-se "Guarda Costeira Voluntária da Somália". A
maioria dos somalianos os conhecem sob essa designação. [Matéria
importante sobre isso, em The Armada is not a solution".] Pesquisa
divulgada pelo site somaliano independente WardheerNews informa que
70% dos somalianos aprovam firmemente a pirataria como forma de defesa
nacional".

Claro que nada justifica a prática de fazer reféns. Claro, também, que
há gangsters misturados nessa luta - por exemplo, os que assaltaram os
carregamentos de comida do World Food Programme. Mas em entrevista por
telefone, um dos lideres dos piratas, Segule Ali disse: "Não somos
bandidos do mar. Bandidos do mar são os pesqueiros clandestinos que
saqueiam nosso peixe." William Scott entenderia perfeitamente.

Porque os europeus supõem que os somalianos deveriam deixer-se matar
de fome passivamente pelas praias, afogados no lixo tóxico europeu, e
assistir passivamente os pesqueiros europeus (entre outros) que pescam
o peixe que, depois, os europeus comem elegantemente nos restaurantes
de Londres, Paris ou Roma? A Europa nada fez, por muito tempo. Mas
quando alguns pescadores reagiram e intrometeram-se no caminho pelo
qual passa 20% do petróleo do mundo... imediatamente a Europa
despachou para lá os seus navios de guerra.

A história da guerra contra a pirataria em 2009 está muito mais
claramente narrada por outro pirata, que viveu e morreu no século 4
aC. Foi preso e levado à presença de Alexandre, o Grande, que lhe
perguntou "o que pretendia, fazendo-se de senhor dos mares." O pirata
riu e respondeu: "O mesmo que você, fazendo-se senhor das terras; mas,
porque meu navio é pequeno, sou chamado ladrão; e você, que comanda
uma grande frota, é chamado de imperador. "Hoje, outra vez, a grande
frota europeia lança-se ao mar, rumo à Somália - mas... quem é o
ladrão?

Autor: Um cidadão do mundo


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De: isaantunes Envoyé: 06/05/2009 22:29
Gostei! Obrigada. Isabel


 
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