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HISTÓRIA: MASSANGANO II
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Respuesta Eliminar Mensaje  Mensaje 1 de 1 en el tema 
De: nhungue  (Mensaje original) Enviado: 06/01/2010 13:02

Desde garoto, que na monotona cidade de Tete, o meu unico passatempo era sair, invariavelmente sozinho, a pé, pelos arredores da cidade, "armado" com uma espingarda de ar comprimido na expetativa de apanhar algumas rolas. Morava em frente do Lar da Crianca e com saudade da saude e resistencia que tinha na epoca, me lembro que caminhava sob o agradavel sol da nossa terra até à aringa dos Fisher, ou seguindo pelo Vale das Donas até ao Matadouro. Quando a sede apertava, qualquer agua era boa, mesmo aquela cheia de larvas de mosquito. Na falta dela, o pó do malambe provocava um forte salivar que quebrava o galho. Tambem, quando chegava a casa, eram litros d''agua que bebia. Mais tarde todo esse preparo me ajudou no servico militar, pois o comandante tinha a mania de fazer marchas de 40 kms. Como gostava muito dos africanos, sempre nos colocava no cansativo fim da coluna, que parecia um yo-yo quebrando o ritmo da marcha. Para complicar, o espirito de solariedade, comum nos africanos, nos obrigava a carregar as armas dos putos e por vezes os donos, que nao descriminavamos e que iam caindo pelo caminho.
Nos anos 70, o gosto pela caça e pela pesca continuaram e todo o santo fim de semana, eu, o meu Pai, o sr Eça (gerente do BNU), o sr Martins (tesoureiro do BNU) e por vezes o Sr Amorim (chefe de policia), saiamos para pegar uns patos na lagoa de Boroma ou tentar pegar um mussopo de 60 kg perto do matadouro. O Chioco e a serra da Caroeira, com menos frequencia, tambem entravam no roteiro.

Numa das "expedicoes", descemos o rio ate Massangano e resolvemos visitar o "forte". Era algo congelado no tempo e no espaço. Intacto, numa falesia de algumas centenas de metros, de frente para o Zambeze dominando-o no seu afunilamento. Pequeno, com seteiras recordadas nas suas muralhas de modo a se poder fazer fogo em qualquer direcao e com bases para canhoes nas duas extremidades. Na entrada, jaziam no chao os gonzos que soportaram os portoes já inexistentes, certamente comidos pela mochã. No interior, duas construcoes de alvenaria que ainda conservavam o branco da cal. Na maior, que nao tinha mais que uns 4x5 m, de um só comodo, chamava a atençao uma banheira tambem construida em alvenaria. O facto de nao haver vestigios de teto, me faz pensar que o dono, sabiamente, usava a tradicional cobertura de palha. Considerando a canicula reinante, certamente a banheira tambem serviria de cama. A mais pequena, uma "caixa" de 1x1,5 m, tinha as telhas no chao e as paredes riscadas por alguem contando os dias (////// cortados por um travessao). Pela quantidade de riscos a "solitaria" devia ser bem frequentada. Ninguem mexeu em nada e é provavel que devido ao acesso dificil, ainda esteja na mesma. Infelizmente a visita nao foi programada e nao havia uma maquina fotografica para a documentar. Quem sabe algum residente em Tete que me leia se habilita a fazer uma reportagem fotografica para nós.
Armados com farto farnel, acampamos nas trazeiras do forte para o indispensavel "lanchinho", a graça de todas as saidas. Já palitando os dentes, uma enorme e grossa mamba, com o corpo em pé, atravessou o "acampamento" deixando os intrepidos cacadores, (contadores de "estorias"), completamente mudos por minutos e sem coragem, nem para ir ao mato aliviar a tensao. Durante o almoço se falou do Bonga e de como ele com os seus canhoes afundava as canhoneiras que despontavam no afunilamento do Zambeze. Do Alferes que numa das tentativas de assalto, dizimado com pesadas baixas, deu o exemplo batendo em retirada sem pejo de deixar os seus comandados para tras. De como o mesmo Alferes foi obrigado a comandar o ataque seguinte vestido de mulher. De como todas as expedicoes, incluindo-se a do já entao famoso Mouzinho, fracassaram. De como a unica maneira de desalojar o Bonga foi enviar uma força por terra, a pé, a partir da cidade da Beira. (800 km??)

De que as muralhas abandonadas ficaram por muito tempo "enfeitadas" com a cabeca dos revoltosos (nao vi vestigios, mas sei que era pratica comum tambem na guerra de Canudos 1895/1897 e na do cangaço 1834/1938 no Brasil já "civilizado"). Infelizmente tais barbaries se repetem nos dias de hoje. Argélia, Ruanda, Somalia, Etiopia, Iraque, Afeganistao e até na civilizada Europa, ex-checoslovaquia, para citar alguns. Não vamos falar da I e a II guerras mundiais onde as facanhas dos intervenientes envergonhariam qualquer dos citados.


Mas voltando ao assunto do Bonga, tentei em vão encontrar algum relato sobre as expediçoes feitas contra ele. Algumas e vagas referencias e nada mais.

"1866 e até 1877 - O ex-sargento-mor de Massangano, António Vicente da Cruz, o Bonga, que se revoltara contra as autoridades portuguesas, derrota sucessivas expedições enviadas para o combater; morre em 1877, mas um seu descendente toma de novo Massangano que só volta à posse dos Portugueses em 1878; em 1887, ainda o capitão-mor de Manica havia de enfrentar um dos aliados do Bonga, o Sultão de Mutôco."

Como hoje, a historia era manipulada com meias verdades, ou omitida mesmo, no que nao agradasse aos interesses ou brios dos governantes. Se alguem poder ajudar...


Entretanto, encontrei algo interessante sobre as guerras ao longo do Zambeze. Uma completa baderna, onde o mais que as autoridades constituidas faziam, era "tentar" administrar o caos e manter-se a salvo.



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