Há muito que a primeira edição do evento internacional de artes está a ser preparada em Maputo, com a realização de alguns espectáculos, como o concerto que juntou o Flamenco do espanhol Daniel Navarro e a Marrabenta dos moçambicanos Timbila Muzimba e, mais recentemente, da exposição de arte 'Ruptura e Desconversão'.

A partir de sexta feira, será a vez de 'cerca de 30 artistas moçambicanos e 15 internacionais' de diversos países, incluindo Portugal, trazerem à capital um programa cultural 'diversificado', disse hoje à Lusa o director do evento, Filimone Mabjaia.

Desde a música à literatura, passando pela dança e teatro, o festival vai promover concertos, workshops, debates, exposições e a apresentação de dois livros, em diversos espaços da cidade.

'Pretendemos ter vários públicos, daí a programação específica para crianças e depois para adultos e para pessoas com gostos particulares, como música clássica', explicou Filimone Mabjaia.

Motivado pelo desejo de criar um evento que 'esteja no roteiro dos festivais internacionais', ideia que surgiu há cerca de cinco anos, o director considera que há público em Moçambique para um festival desta dimensão mas, acima de tudo, 'acredita na criação de um novo público: as crianças'.

'Elas precisam de ganhar o gosto pelas artes e descobrir os valores culturais de vários países', realçou Filimone Mabjaia.

Por outro lado, acrescentou, a organização quer chamar a atenção dos mais novos para a necessidade de proteger o meio ambiente, tomando como exemplo a reabilitação do Jardim Tunduro, espaço situado no centro da cidade que 'está meio abandonado' e que 'tem sido marginalizado'.

Nesse sentido, o director tem, para já, a confirmação da presença de 'cerca de 600 crianças' da província de Maputo, além das dez mil pessoas que aguarda receber durante os três dias.

Porém, mais do que números, a 'grande preocupação' de Filimone Mabjaia está na 'qualidade do festival', com o qual se pretende criar 'a marca Tunduro'.

Uma marca que 'apoie a economia local, através da vinda de turistas e da criação de postos de emprego' graças, por exemplo, 'à profissionalização dos artistas moçambicanos', que vão estar em intercâmbio com outros criadores internacionais, continuou o director.

Realizado com o apoio de diversos países europeus, da África do Sul e do Governo moçambicano, além de algumas empresas locais, o evento tem início sexta feira, com o espectáculo 'Celebrando Fany Phumo e Alexandre Langa', que terá a presença de vários artistas nacionais e da atriz e encenadora portuguesa Joana Fartaria.

Além do teatro, Portugal participará ainda ao nível dos workshops, com Jorge Quadros, baterista do grupo Delfins.

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