A Liga dos Combatentes (LC) prevê construir, na cidade moçambicana de Nampula, um Ossário para acolher os restos mortais de duas dezenas de militares portugueses que ali ficaram na guerra colonial e foram recentemente identificados.

A informação foi dada ao DN pelo presidente da LC, general Chito Rodrigues, depois de realizada a chamada "Operação Nova Frente" que, há cerca de um mês, levou uma equipa da Liga a percorrer cerca de sete mil quilómetros, durante 19 dias e por 24 locais diferentes, em várias províncias de Moçambique.

As diligências necessárias à construção do Ossário, para o qual já foi identificado um espaço destinado a acolher os corpos das duas dezenas de militares encontrados no norte de Moçambique, vão ser feitas através da cônsul honoraria de Portugal em Nampula, adiantou Chito Rodrigues.

A LC conseguiu "efectuar o total levantamento da situação em que se encontravam os cemitérios e as campas neles instaladas, ou fora delas", nas províncias de Nampula, Niassa, Cabo Delgado (no norte do país), Zambézia (centro), Maputo, Inhambane e Gaza (sul), sublinhou o general.

Nalguns dos cemitérios municipais moçambicanos, a par dos soldados mortos durante a chamada guerra do Ultramar, havia igualmente ossadas de militares envolvidos na I Guerra Mundial.

"A situação real permitiu ajuizar os estragos que a natureza, as intempéries e os muitos anos passados" sobre os enterros "têm provocado em campas e cemitérios", contou Chito Rodrigues.

Se "nalguns locais o abandono era total e elevado o desinteresse pelos talhões dos militares portugueses", a equipa da LC - major-general Fernando Aguda, tenentes-coronéis Álvaro Diogo e Carlos Correia, Joaquim Gaspar - também registou "o cuidado das autoridades locais em preservar o que podem, pintando muros e armaduras de campas, evitando a degradação total de infra-estruturas".

 

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