| Tete (Canalmoz) - A Administração Nacional de Estradas (ANE) nada está a fazer para melhorar as condições da báscula de Matundo, instalada para fiscalizar o peso da carga dos camiões que passam pela ponte Samora Machel. Desde que começou a registar avarias em meados de 2005, a ANE nunca se preocupou mais em investir para uma reabilitação de raiz. Agora, o peso desmedido dos camiões de carga pode comprometer a qualidade das obras de reabilitação da “Samora Machel”.
Báscula estragada, multas não comprovadas
Apesar de a báscula manter-se praticamente avariada, aos camionistas que atravessam o Zambeze pela “Samora Machel”, com mercadorias, são passadas multas por excesso de carga pelos agentes de trânsito. Não havendo báscula fiável as multas são aplicadas baseadas em cálculos visuais dos agentes. A “olhómetro” como se diz na gíria popular e como convém. Criando-se a dificuldade surge a oportunidade. As multas, muitas das vezes, não chegam se quer a serem passadas. Os camionistas vêm-se na obrigação de soltar algum valor para subornar os agentes. Aliás, este parece ser o objectivo dos policiais quando falam de excesso de carga, mesmo sem ter instrumento de medição objectivo.
“Sofremos multas sem justa causa, porque a mesma carga quando fiscalizada nas outras balanças não ultrapassa as medidas estabelecidas. Estamos a pedir ao Governo para resolver este problema, pois sofremos sanções nas nossas empresas. Os nossos patrões acusam-nos de transportarmos cargas clandestinas ao longo do percurso, quando, na verdade, é o problema da báscula de Matundo”, disse um camionista interpelado pela Reportagem do Canalmoz – Diário Digital e do Canal de Moçambique - Semanário, nas imediações da ponte Samora Machel, na Cidade de Tete, capital da província com o mesmo nome.
De referir que a báscula parou definitivamente de funcionar há sensivelmente três semanas, devido a avaria grossa que se registou, depois de ter sido reparada por um serralheiro caseiro.
Camiões de longo curso, provenientes do Malawi e Zâmbia, passam pela “Samora Machel” sem a fiscalização do peso de carga
Desde que avariou a báscula, os camiões passam pela ponte sem nenhuma fiscalização das cargas, pondo em causa a qualidade das obras em reabilitação daquela infra-estrutura.
Delegado provincial da ANE foge a esclarecimentos
Jeremias Chaú, delegado provincial da ANE em Tete, esquivou-se da nossa reportagem quando procurado para se pronunciar sobre a situação da báscula. Tentámos contactá-lo várias vezes, mas nunca se predispôs a atender-nos. A reposta sempre foi a mesma: “estou com a agenda superlotada, darei sinal quando estiver livre”. (Jorge Mirione)
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