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culinria: O PERU VAI PAGAR O PATO! (É NATAL)
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From: nhungue (Original message) |
Sent: 22/12/2010 17:01 |
Tenha um feliz peru de Natal Na nossa ceia é tradição a ave assada e recheada de farofa feita de azeite, farinha de mandioca, alho, passas, miúdos... Foto: Getty Images Como deixar a carne de peru tenra e saborosa e ter uma noite feliz “E foi, sei que foi aquele primeiro peru comido no recesso da família, o início de um amor novo, reacomodado, mais completo, mais rico e inventivo, mais complacente e cuidadoso de si. Nasceu de então uma felicidade familiar...” (Mário de Andrade, trecho do livro Nós e o Natal, Artes Gráficas Gomes de Souza, Rio de Janeiro, 1964, pág. 23)
Eu adoro o Natal e o sentimento de solidariedade e convívio familiar que ele representa. Passo sempre com meus pais, que moram em Passos Minas Gerais. Como bons mineiros, na nossa mesa não pode faltar o pernil, acompanhado de uma boa farofa preparada com fubá de canjica (artesanal, mais fino que o fubá comum, típico de Minas) e miúdos de galinha, além de arroz e couve picada na ponta da faca. Mas na nossa ceia de Natal também é tradição o peru assado e recheado com farofa feita de azeite, a brasileira farinha de mandioca, alho, pimentinha, uvas passas, salsinha, cebolinha e azeitonas e miúdos. Aliás, é uma receita quase que comum entre as famílias brasileiras, com as devidas adaptações para cada região ou lar.
O escritor Mário de Andrade (1893-1945), grande pesquisador da cultura nacional, em seu livro Nós e o Natal descreve a grande alegria da família, mãe e irmãos, em degustar a ave natalina meses após a morte do pai. A reivindicação de comer um delicioso peru natalino representava para o narrador quase que uma batalha surrealista em prol do resgate da felicidade familiar. “E havia de ser com duas farofas, a gorda com os miúdos, e a seca, douradinha, com bastante manteiga. Queria o papo recheado só com farofa gorda, em que havíamos de ajuntar ameixa preta, nozes e um cálice de xerez, como aprendera na casa da Rose, muito minha companheira”, enfatiza o texto.
Herança de uma colonização com predominância católica, os festejos natalinos acabaram sendo incorporados aos nossos hábitos. Assim, boa parte dos costumes natalinos brasileiros é de influência portuguesa. Como o uso da carne de porco e as receitas de peru, que foram trazidos pela família real portuguesa, em 1808.
Mas a verdade é que o peru, o mais popular dos ingredientes natalinos, espalhou-se pelo mundo de tal forma a partir da época das Grandes Navegações, no século XVI, que muitos não sabem que a ave é nativa da América Central e do Sul. Ele era consumido em comemorações pelos Astecas, povos que habitavam a região central da América antes da chegada dos espanhóis. Tanto que a ave foi oferecida a Fernão Cortês, em sua recepção em terras americanas. E por mãos espanholas chegou à Europa e foi incorporada aos banquetes das mesas reais.
O mérito de inseri-lo nas festas natalinas vem dos Estados Unidos, provavelmente no século XVII, quando os americanos começaram a fazer receitas com o peru selvagem. No Brasil, a ave se tornou popular nas mesas de Natal no século XX, pela influência norte-americana.
Mas a receita mais saborosa de Natal é aquela que une todos à mesa num mesmo sentimento gustativo de lembrança e união familiar, que deixa de lado as diferenças. Feliz Natal! |
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From: 1957lucy |
Sent: 22/12/2010 17:23 |
Concordo plenamente com o último parágrafo!
Lucy |
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From: helenamarinho |
Sent: 22/12/2010 22:08 |
O que dá um sabor diferente ás coisas, é realmente a companhia e o ambiente. E no Natal a familia conta muito......... as familias grandes, com muita gente, são tão bonitas.....
Feliz Natal para todos |
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