E porque escrevo crónica de rua? Hoje até tem sua lógica visto que estou rascunhando o tópico desta crónica que depois sairá na telinha,no campanário da Igreja.
Daqui se respira um ar puro e tranquilo, se avista alguns casarios de janelinhas floridas que escondem histórias de vida, de quantas vidas...
As pessoas passam minusculas, não dá para ver se vão tristes ou alegres, os olhos são o espelho da alma e esses cá do alto não dá para ler e entender o que muitas vezes um semblante esconde... são os mistérios da vida.
Depois voltei á realidade começando por entrar no café do costume sempre frequentado por gente já minha conhecida.
Pedi um café e um pão de leite, na mesa ao lado o "Senhor da Lupa", e que por baixo do pano, neste caso jornal, me vai olhando de soslaio...
É muito simpático e atencioso, lá está  lendo não sei que raio de noticias pois fica na mesma página um tempão, ou até não lendo nada heeheh!
Um dia contava o velho Percheiro meu pai, que meu avô tinha a mania de ir para o café ler o jornal, era tal o hábito, que até se esquecia que estava lendo com o jornal de pernas para o ar...
O dia amanheceu lindo, solarengo, mas eu ando um pouco a leste, e sempre a leste me fui dirigindo para aquela que é agora a minha casa.
As ruas andam todas esburacadas, mas o contrário seria de admirar, isto sem falar nos buracos que por ai há...
Abro o ferrolho das grades do meu portão... antigamente se deixava as chaves nas portas, hoje seria "um ver se te avias"...
Coisas destes tempos, porque os bons tempos esses já lá vão, e eu vou passar isto para a telinha e por aqui me fico.
 
São Percheiro