Moçambique tem políticas claras e administradas com transparência o que tem permitido a exploração, com sucesso, nos últimos anos, de recursos tais como o gás e o carvão mineral.

De acordo com Doug Ritchie, Presidente Executivo do Sector de Energia da “Rio Tinto Coal Mozambique”, empresa que explora o carvão mineral de Benga, distrito de Moatize, província central de Tete, o país tem sido “muito bem sucedido” nesta matéria comparativamente a muitos outros.

Doug Ritchie acompanha Guebuza na inauguração da mina de Benga

Falando esta semana, momentos depois da inauguração oficial, pelo Presidente Armando Guebuza, da mina de Benga, Ritchie disse, contudo, que com o sucesso da exploração vem desafios ainda mais difíceis como é o caso da conversão desses recursos em grandes negócios prósperos, gerando assim riqueza para Moçambique, seu povo e parceiros.

“Os olhos do mundo estão em Moçambique, e isso tem de ser acompanhado de medidas para traduzir grandes sucessos de exploração em empresas de grande capital intensivo”, disse Doug Ritchie.

Ele considerou o arranque da exploração da mina de Benga como significativo mas, segundo disse, é um modesto começo pois a visão da empresa é criar uma mina de carvão de classe mundial, produzindo dezenas de milhões de toneladas por ano e, de forma eficiente, exportar o produto para os mercados mundiais.

No entanto, Ritchie indicou que para se concretizar esta visão, o Governo moçambicano deve continuar a desenvolver políticas claras, transparentes e adequadas para continuar a encorajar a entrada massiva de capital e conhecimento, que serão necessários para que os recursos nacionais respondam ao inegável potencial existente.

“Isso irá requerer infra-estruturas de classe mundial em que, se bem feitas, não irão apenas permitir a exportação do carvão, mas também criar grandes oportunidades para outros negócios”, frisou aquele quadro sénior da “Rio Tinto Coal Mozambique”.

Com efeito, a multinacional prevê investir, no país, no presente ano de 2012 cerca de 160 milhões de dólares norte-americanos (USD) em aquisições que sustentem parte das suas actividades mineiras no distrito de Moatize, província central de Tete.

As aquisições visam cobrir as necessidades da Rio Tinto, empresa que tem como parceira na exploração do carvão de Benga, em Moatize, a “Tata Steel” (35 por cento das acções), em serviços de consultoria, material de escritório, combustíveis, restauração, peças de substituição, veículos, explosivos, transporte de pessoal, transporte de carvão, serviços de segurança, equipamentos de protecção individual, assistência médica e logística.

O investimento local da “Rio Tinto Coal Mozambique” foi substancial, em 2011, somando mais de 120 milhões USD. Este valor não inclui os custos de construção.

Além disso, segundo dados em poder da AIM e que foram tornados públicos esta semana, em Moatize, durante o arranque oficial da exploração da mina de Benga, as despesas de capital desta empresa, durante o presente ano, deverão atingir 250 milhões USD em infra-estruturas, construção e reassentamento.

Doug Ritchie, disse que para garantir que as actividades da empresa se desenvolvam eficazmente no seu objectivo de ajudar a alcançar valor partilhado é necessário que se promova um programa de negócio inclusivo, que contribua para o desenvolvimento das empresas locais e a inclusão de comunidades com baixos rendimentos na sua cadeia de valor, resultando na criação de novo s empregos, geração de rendimentos, formação e desenvolvimento de competências técnicas, entre outras acções.

Para garantir que as empresas moçambicanas beneficiem das oportunidades de negócio oferecidas pela Rio Tinto foi estabelecida uma parceria com o Centro de Promoção de Investimento (CPI), o Gabinete das Zonas Económicas de Desenvolvimento Acelerado (GAZEDA), a Agência de Desenvolvimento do Vale do Zambeze e com a Confederação das Associações Económicas (CTA).

Nesta mesma linha, esta multinacional diz ter estabelecido uma parceria com organizações internacionais para o desenvolvimento e apoio de pequenas e medias empresas.

No presente mês de Maio, foi inaugurado um centro empresarial em Tete para ajudar as empresas locais a perceber como podem se tornar num fornecedor da Rio Tinto. Em coordenação com outros parceiros, o centro empresarial irá igualmente desenvolver um programa de formação empresarial e um programa de apoio financeiro.

Quanto ao desenvolvimento de competências entre os locais e oferta de oportunidades económicas às comunidades vizinhas do empreendimento, foram formadas mais de 2.450 pessoas em áreas tais como canalização, soldagem e carpintaria e outras 450 pessoas já receberam formação em engenharia eléctrica e em mecânica.

(RM/AIM)

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