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SONETOS IMORTAIS: ARAÚJO JORGE ( J. G. )
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Respuesta  Mensaje 1 de 3 en el tema 
De: QUIM TROVADOR  (Mensaje original) Enviado: 25/04/2010 00:24

 


Caminho Monótono"

E por que hei de negar?...Ah! o encanto da estrada
abrindo em cada curva um leque de paisagem,
e o mistério da casa escondida e encantada
que mora sob a sombra amiga da folhagem

E por que hei de negar? Se isso é a vida passada;
se o fastio espantou o encanto da miragem
Hoje - o olhar distraído, e a alma já cansada
repetem todo dia e sempre a mesma viagem

E por que hei de negar? Ah! Aquelas nsias loucas
dos beijos que cantavam sempre em nossas bocas
e das mãos, não sabendo nunca onde pousar...

Hoje... por mais que venhas, sempre estou sozinho...
E por que hei de negar? Se teu corpo é um caminho
onde de olhos fechados posso caminhar?...

J. G. de Araujo Jorge
 

 

 


Canto Efêmero"

Feliz no mundo eu só!... Ninguém mais é feliz!
Ninguém mais é feliz!... Eu só, sorrio e canto!
Enfim o teu amor!... Quanta coisa! Quem diz,
- quem poderia crer que eu merecesse tanto!

Esplendor! a paisagem mudou por encanto!
No negro da minha alma há rabiscos de giz
traçando ante meus olhos trêmulos de espanto.
-"Feliz no mundo, eu só!... Ninguém mais é feliz!"

Certo do teu amor, tudo ao redor se anima,
em ouro se transforma a fuligem do pó
e a minha alma, a beleza das coisas sublima!

Enfim o teu amor!... E o teu amor primeiro!
Meu Deus! eu sou feliz!... Feliz no mundo eu só!
Ninguém mais é feliz, ninguém!... no mundo inteiro!

J. G. de Araujo Jorge

 

 



"Canto ou Elegia"

Porque não me pertences eu te sinto minha.
Sei que estou no teu sono e nos teus movimentos.
Ah! se já tivesse apertado ao meu peito
talvez me pertencesses, - e não fosses minha.

Quantas, quantas julguei possuir, tive-as na posse
e perdi-as no instante em que a taça se esvaziou.
Ah! morremos de seda! E é água pura que canta
perto de nós, no abismo, esse amor que não temos.

Morro de sede, e sofro... Ó música tão perto
e tão longe na minha solidão ardente!
- Quanto não a ouvirei porque a terei nos lábios?

Quando a possuirei sem notar-lhe a pureza?
E a beberei sem ver, que a estou, lento, matando,
e estou, lento, morrendo, sem saber que morro?

J. G. de Araujo Jorge
 


"Carta"

Aqui, tudo é bonito e quieto, a gente
vai vivendo uma vida sempre igual...
- Há um dia que o regato de cristal
de águas turvas ficou devido à enchente...

Os dias têm passado, lentamente,
e um tédio sinto em mim, de um modo tal,
que às vezes, fico até sentimental,
lembrando-me de ti, saudosamente...

Quando estavas aqui, - tudo era lindo...
Como um doce casal de beija-flores,
vivíamos os dois sempre sorrindo...

Por que não voltas?... Vem!... - Se tu voltares
o céu há de cobrir-se de outras cores...
- as flores voltarão pelos pomares!..

J. G. de Araujo Jorge
 


Alvorada Eterna"

Quando formos os dois já bem velhinhos,
já bem cansados, trôpegos, vencidos,
um ao outro apoiados, nos caminhos,
depois de tantos sonhos percorridos...

Quando formos os dois já bem velhinhos
a lembrar tempos idos e vividos,
sem mais nada colher, nem mesmo espinhos
nos gestos desfolhados e pendidos...

Quando formos só os dois, já bem velhinhos,
lá onde findam todos os caminhos
e onde a saudade, o chão, de folhas junca...

Olha amor, os meus olhos, bem no fundo,
e hás de ver que este amor em que me inundo
é uma alvorada que não morre nunca!

J. G. de Araujo Jorge

Boa Noite"

Boa noite, meu amor, - diz boa noite, querida,
vou deitar-me, e sonhar contigo ainda uma vez,
a noite assim azul, cheia de luz, não vês?
Parece que nos chama e a sonhar nos convida...

O céu é aquela folha onde deixei perdida
a história de um amor, que te contei talvez,
- hoje, nela eu não creio, e tu também não crês,
- mas, para que falar nessa história esquecida?...

Boa noite, meu amor... Vê se sonhas também...
"Um castelo encantado... um país muito além
e um príncipe ao teu lado amoroso e cortês..."

Com o céu azul assim, talvez dormir consiga,
vou sonhar...vou sonhar contigo, minha querida,
vê se sonhas também comigo alguma vez!.

J. G. de Araujo Jorge

 

"Barco Perdido"

Oh! a vida é uma grande renúncia, partida
em pequenos fragmentos, todo dia, toda hora...
E a ironia maior, é que às vezes, a vida
de renúncia em renúncia aos poucos vai embora...

Tu voltaste de novo... e o doce amor de outrora
trouxeste ainda no olhar, na expressão comovida.
e eis que o meu coração no reencontro de agora
transforma em labareda a chama adormecida...

No entanto, que fazer? Há uma ncora no fundo...
Hoje, sou como um barco sobre o mar do mundo,
barco esquife, onde jaz um marinheiro morto...

Velas rôtas ao vento... os mastros aos pedaços...
E te vejo seguir, e a acenar-me teus braços,
e me deixo ficar, sem destino, nem porto...

J. G. de Araujo Jorge

 


Barco Perdido"

Oh! a vida é uma grande renúncia, partida
em pequenos fragmentos, todo dia, toda hora...
E a ironia maior, é que às vezes, a vida
de renúncia em renúncia aos poucos vai embora...

Tu voltaste de novo... e o doce amor de outrora
trouxeste ainda no olhar, na expressão comovida.
e eis que o meu coração no reencontro de agora
transforma em labareda a chama adormecida...

No entanto, que fazer? Há uma ncora no fundo...
Hoje, sou como um barco sobre o mar do mundo,
barco esquife, onde jaz um marinheiro morto...

Velas rôtas ao vento... os mastros aos pedaços...
E te vejo seguir, e a acenar-me teus braços,
e me deixo ficar, sem destino, nem porto...

J. G. de Araujo Jorge
r


"Boa Noite"

Boa noite, meu amor, - diz boa noite, querida,
vou deitar-me, e sonhar contigo ainda uma vez,
a noite assim azul, cheia de luz, não vês?
Parece que nos chama e a sonhar nos convida...

O céu é aquela folha onde deixei perdida
a história de um amor, que te contei talvez,
- hoje, nela eu não creio, e tu também não crês,
- mas, para que falar nessa história esquecida?...

Boa noite, meu amor... Vê se sonhas também...
"Um castelo encantado... um país muito além
e um príncipe ao teu lado amoroso e cortês..."

Com o céu azul assim, talvez dormir consiga,
vou sonhar...vou sonhar contigo, minha querida,
vê se sonhas também comigo alguma vez!.

J. G. de Araujo Jorge
 
 
 
 
Bom Dia, Amigo Sol!"

Bom dia, amigo Sol! A casa é tua!
As bandas da janela abre e escancara,
- deixa que entre a manhã sonora e clara
que anda lá fora alegre pela rua!

Entre! Vem surpreendê-la quase nua,
doura-lhe as formas de beleza rara...
Na intimidade em que a deixei, repara
Que a sua carne é branca como a Lua!

Bom dia, amigo Sol! É esse o meu ninho...
Que não repares no seu desalinho
nem no ar cheio de sombras, de cansaços...

Entra! Só tu possuis esse direito,
- de surpreendê-la, quente dos meus braços,
no aconchego feliz do nosso leito!...

J. G. de Araujo Jorge


"Caminheiro"

Eu ando pela vida à procura de alguém
que saiba compreender minha alma incompreendida,
alguém que queira dar-me a sua própria vida
como eu lhe dar pretendo o meu viver também...

Caminheiro do ideal - seguindo para o além
vou traçando uma rota estranha e indefinida,
- não sei se em minha estrada hei de encontrar guarida,
ou se eterno hei de andar, sem rumo e sem ninguém.. .

Já me sinto cansado... E em vão ainda caminho
na ilusão de encontrar um dia a companheira
que me ajude na vida a construir meu ninho...

Boemia do destino!... Hei de andar... hei de andar...
até que esta minha alma errante e aventureira
descanse numa cruz cansada de sonhar!...

J. G. de Araujo Jorge

 


Caminho Monótono"

E por que hei de negar?...Ah! o encanto da estrada
abrindo em cada curva um leque de paisagem,
e o mistério da casa escondida e encantada
que mora sob a sombra amiga da folhagem

E por que hei de negar? Se isso é a vida passada;
se o fastio espantou o encanto da miragem
Hoje - o olhar distraído, e a alma já cansada
repetem todo dia e sempre a mesma viagem

E por que hei de negar? Ah! Aquelas nsias loucas
dos beijos que cantavam sempre em nossas bocas
e das mãos, não sabendo nunca onde pousar...

Hoje... por mais que venhas, sempre estou sozinho...
E por que hei de negar? Se teu corpo é um caminho
onde de olhos fechados posso caminhar?...

J. G. de Araujo Jorge


"Canto Efêmero"

Feliz no mundo eu só!... Ninguém mais é feliz!
Ninguém mais é feliz!... Eu só, sorrio e canto!
Enfim o teu amor!... Quanta coisa! Quem diz,
- quem poderia crer que eu merecesse tanto!

Esplendor! a paisagem mudou por encanto!
No negro da minha alma há rabiscos de giz
traçando ante meus olhos trêmulos de espanto.
-"Feliz no mundo, eu só!... Ninguém mais é feliz!"

Certo do teu amor, tudo ao redor se anima,
em ouro se transforma a fuligem do pó
e a minha alma, a beleza das coisas sublima!

Enfim o teu amor!... E o teu amor primeiro!
Meu Deus! eu sou feliz!... Feliz no mundo eu só!
Ninguém mais é feliz, ninguém!... no mundo inteiro!

J. G. de Araujo Jorge


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Respuesta  Mensaje 2 de 3 en el tema 
De: QUIM TROVADOR Enviado: 25/04/2010 00:28
Domínio"

Hoje, tu já não coras se te abraço,
hoje, tu já não foges ao meu beijo...
Sabes que és minha... e o que desejo e faço
é o que faz e deseja o teu desejo...

Ficas mais bela no desembaraço
da suave intimidade em que te vejo...
Nada negas - e dando-me o que almejo
tudo me dás - quando o teu corpo enlaço!

quando o teu corpo junto ao meu se aninha...
Vives pelo prazer de seres minha,
e és dócil e flexível como uma haste,

No abandono total em que te enleias,
quem diria, que um dia, já negaste
com a mesma boca com que agora anseias!

J. G. de Araujo Jorge

 

Dualidade"

Sei que é Amor, meu amor...porque o desejo
o meu próprio desejo tão violento,
dir-se-ia ter pudor, ter sentimento,
quando estás junto a mim, quando te vejo.

É um clarim a vibrar como um harpejo,
misto de impulso e de deslumbramento.
Sei que é Amor, meu amor...porque o desejo
é desejo e ternura a um só momento.

Beijo-te a boca, as mãos, e hei de beijar-te
nessa dupla emoção, (violento e terno)
em que a minha alma inteira se reparte,

- e a perceber em meu estranho ardor,
que há uma luta entre o efêmero e o eterno,
entre um demônio e um anjo em todo Amor!

J. G. de Araujo Jorge

 

"Dueto"

Bendita sejas tu, que escancaraste
uma janela em minha solidão,
e trouxeste com a luz, esse contraste
de luz e sombra em que meus passos vão...

Bendita sejas tu, que me encontraste
como um mendigo a te estender a mão,
e que inteira te deste, e assim, tornaste
milionário o meu pobre coração...

Bendita sejas tu, que, de repente
fizeste renascer um sol no poente
reacendendo esse ardor com que arremeto

e com que espero novamente a vida,
e transformaste, sem saber, querida,
a cantiga do só... num canto em dueto!

J. G. de Araujo Jorge

 

"É Assim a Vida"

Poderias ter sido tudo em minha vida
se ao menos tu tivesses desejado ser...
Dei-te a minha emoção mais profunda e sentida
e o mais profundo amor que concebeu meu Ser!

Por esse amor que em vão tentei te oferecer
eu fui poeta, eu fui criança... e tive a alma iludida!
Traí meu ceticismo, e sonhei... e quis crer...
- hoje... volto ao que fui, - a crença perdida...

Poderias ter sido tudo em meu destino:
- o meu lar, o meu filho, o meu rumo, o meu hino,
o meu próprio futuro... a obra que ainda não fiz...

Tudo terias sido... E não quiseste nada...
No entanto, ( a vida é assim), - sei de uma outra, coitada,
que se um olhar dou... é a mulher mais feliz!

J. G. de Araujo Jorge

 

"Ela..."

à beleza tão pura do semblante,
à luz sublime que há nos olhos dela,
- pergunto-me a mim mesmo a todo instante,
como tão simples pode ser tão bela...

Diferente das outras, diferente
dos moldes tão comuns de uma mulher,
- ela me faz pensar num mundo ausente
deste que a gente sem querer já quer...

Bem que a quis esquecer - e noutro amor
procurei me enganar, acreditando
ser do meu pobre coração, senhor...

Em vão tentei... Em vão... Vendo-a naquela
doce e pura expressão - fico pensando
que é impossível não pensar mais nela!...

J. G. de Araujo Jorge
 
 
"Enquanto Dormes"

Não consigo dormir... A meu lado, ressonas
em completo abandono, tranqüila, confiante,
e eu me ponho a pensar em nossas vidas, nossas
vidas, juntas no sonho, como em nosso leito.

E me deixo ficar assim, na leve insônia
que me traz à lembrança tantas coisas, tantas,
que fizeram de nós, de nossos passos, uma
rede em que duas linhas são como uma só.

E sem querer percebo que o que estou pensando
tem jeito de poesia, em versos simples, versos
sem rimas, e levanto-me, e venho escrever

a observar-te à distncia, a ressonar, feliz,
sem poderes sequer calcular que a teu lado
um poeta te ama e sonha, e faz versos de amor.

J. G. de Araujo Jorge

 

"Espera..."

Se tivesse mandado uma palavra: -"espera!"
Sem mais nada, nem mesmo explicar até quando,
eu teria ficado até hoje esperando...
- era a eterna ilusão de que fosses sincera...

Que importa a vida, o Sol, a primavera,
se eras a vida, o Sol, a flor desabrochando?
Se tivesses mandado uma palavra: -"espera!"
eu teria ficado até hoje esperando...

Não mandaste, tu nada disseste, e eu segui
sem saber que fazer da vida que era tua
procurando com o mundo esquecer-me de ti...

E afinal o destino, irônico e mordaz,
ontem, fez-me cruzar com o teu olhar na rua,
ouvir dizer-te: -"espera!..."E ser tarde demais...

J. G. de Araujo Jorge

"Esperar"

Quanta gente há que sofre o mal sem cura
de uma infinita e vã desesperança,
condenada a viver só da lembrança
sem direito a esperar qualquer ventura!

E eu a chamar de angústia e de amargura
esta minha saudade ingênua e mansa
que faz com que me sinta um pouco criança ,
só porque a espero com maior ternura!

E eu a dizer que a minha vida é má
Feliz é quem espera um bem que alcança
e eu sou feliz porque ela voltará...

Voltará - pressurosa e comovida -
Ah! poder esperar tendo esperança
é a mais doce esperança desta vida!

J. G. de Araujo Jorge

 

"Espiritualidade"

É no sonho que o amor engrandece o seu mundo
para morrer depois nos sentidos exausto...
Nasce, como o de Comte e Clotilde, profundo,
morre, feito desejo, na expressão de um Fausto!

Mais sublime talvez, talvez menos fecundo
antes da posse, é apenas perfume... luz... hausto...
- até que atinge o instante imortal de um segundo
em que a ele ofertamos tudo em holocausto!

O que possui de grande, esplêndido, complexo,
está, nessa afeição mais do homem que da fera,
mais do Ser propriamente que do próprio sexo...

Está mais na visão do que se imaginou
- e é por isso que o amor maior é o que se espera,
e eterno, é o que se espera... e nunca o que chegou!...

J. G. de Araujo Jorge
 
 
 
 
Esquecimento"

Mais tarde em tua vida, um dia, hás de tentar
revolver da memória este tempo de agora...
- Mas o mundo é uma praia, onde as ondas do mar
apagam quase sempre as lembranças de outrora...

Hás de em vão, ao teu Deus, esse Dom suplicar
sem conseguires nunca o que a tua alma implora...
- É que a vida é uma fonte, a correr sem parar
e a seguir, sem voltar, por este mundo afora...

Não se vive outra vez... O que chamas presente,
há de ser, amanhã, um romance apagado
que em vão procurarás reler, inutilmente...

O tempo tudo vence... Tudo ele consome...
E se um dia, talvez, lembrares teu passado
não mais hás de sequer reconhecer meu nome!...

J. G. de Araujo Jorge

 

"Essa Aritmética..."

Antes, eu era apenas metade
de um Ser, a pervagar sem rumo certo,
à procura ideal dessa unidade
que é como um novo mundo descoberto.

Enquanto sós, que somos? Um deserto
a nos pesar com sua imensidade,
existir só começa, a céu aberto,
quando dois são um só - eis a verdade!

Eu vinha por aí, aos solavancos,
como se diz: aos trancos e barrancos,
um pedaço a rolar, uma metade

de um Ser, mas quis a sorte, nos achamos,
e ao nos somarmos, nos multiplicamos
nessa aritmética da felicidade.

J. G. de Araujo Jorge

 

Cplegial

Gosto de vê-la, assim... Quando à tarde ela vem
fisionomia suave, ingenuamente franca...
Toda a rua se alegra, e eu me alegro também
com o seu vulto feliz: saia azul, blusa branca...

Quantos nadas de sonho o seu olhar contém!
A luz viva do olhar ninguém talvez lhe arranca.
- Gosto de ve-la, sim... E ficam-lhe tão bem
aquela saia azul, e aquela blusa branca...

Azul: - azul é a cor da vida que ela sonha!
E branca: - branca é a cor da sua alma de criança
onde ela própria se olha irrequieta e risonha

Feliz... Não tem presente e ainda nem tem passado...
Só o futuro, - e o futuro é uma imensa esperança
um mundo que ainda fica oculto do outro lado!

J. G. de Araujo Jorge


Respuesta  Mensaje 3 de 3 en el tema 
De: QUIM TROVADOR Enviado: 25/04/2010 00:32
Coração Solitário"

A noite esta fechada na janela aberta.
Uma rua perdeu-se na sombra lá embaixo.
Não existe esta rua - é um beco surrealista
que fugiu de algum quadro louco que não vi.

Ouço meu coração ardente e solitário
com sua música estranha de piano bêbado.
No espelho, meu olhar: duas chamas de estrelas.
Não sei se é o vento, sei que há música na noite.

Há música no quarto, nas cortinas, música
nos meus cabelos despenteados, nos meus dedos,
no meu rosto, entra e sai pela janela.

Música indefinida a encher a solidão:
- estou no ventre da noite a mexer com os meus sonhos
ouço o meu coração ardente e solitário.

J. G. de Araujo Jorge

"Dedicatória"

Este meu livro é todo teu, repara
que ele traduz em sua humilde glória
verso por verso, a estranha trajetória
desta nossa afeição ciumenta e rara!

Beijos! Saudades! Sonhos! Nem notara
tanta cousa afinal na nossa história...
E este verso - é a feliz dedicatória...
onde a minha alma inteira se declara...

Abre este livro... E encontrarás então
teu coração, de amor, rindo e cantando,
cantando e rindo com o meu coração...

E se o leres mais alto, quando a sós,
é como se estivesses me escutando
falar de amor com a tua própria voz!

J. G. de Araujo Jorge

"Depois ..."

Há de ser desta vez... Dir-lhe-ei contente
todo este amor que no meu Ser se abriga,
e tomando-lhe as mãos bem docemente
relembrarei a nossa infncia antiga...

E a dúvida que guardo e que a alma sente
hei de acabar dizendo:"minha amiga,
quero ouvi-la afinal sinceramente
sem recear ferir com o que me diga..."

Penso assim... E no entanto, quantas vezes
tenho-a encontrado, e inutilmente os meses
e os anos vão passando entre nós dois...

Basta vê-la... e em minha alma acovardada,
- já não sei nada, nem me lembro nada
e deixo tudo pra dizer depois!

J. G. de Araujo Jorge

 

"Derradeira Inspiração"

Este é o último verso onde talvez
a tua imagem seja percebida,
- o instante derradeiro em que te vês
a inspirar o meu verso e a minha vida...

Guarda-o depois das linhas que tu lês
morrerás... e hás de ser sempre esquecida...
- não tornarei sequer uma só vez
a falar na lembrança mais querida...

Este é o último adeus que ainda te dou,
- termina aqui a imensa trajetória
que o teu destino sobre o meu traçou...

Daqui por diante... avançarei sozinho,
e nunca mais te encontrarás na história
dos versos que fizer em meu caminho!

J. G. de Araujo Jorge

 

"Descida"

O que tinha de ser já foi... E está perdida
aquela nsia de espera, de desejo e fé,
e tudo o que virá será cópia esbatida
da Vida que foi Vida e hoje Vida não é...

Muito pouco de tudo ainda resta de pé...
Agora, nunca mais estréias... Repetida
a alma se reverá um desespero, até
que a vida já não valha a pena ser vivida...

Do que foi canto e flor restam só as raízes,
e ao tédio que envenena os dias mais risonhos
repito: nunca mais estréias... só reprises...

E que importa o que vier? Sejam anos ou meses?
- Nunca mais a beleza dos primeiros sonhos!
- Nunca mais a surpresa das primeiras vezes!

J. G. de Araujo Jorge

 


Frustração"

Persegui-a com as mãos, como uma criança a um brinquedo.
Era um sonho; era mais: - a alegria que chega,
o prazer que nos toma e nos deixa inebriados,
atirando à corrente, num gesto, os sentidos...

Ah! Povoou minhas noites de sono sem pálpebras;
dançava entre estrelas na distncia, - via-a!
Meu destino! pensei, - eis o amor! - É esse sangue
que me queima por dentro e me agita: eis o amor!

E alcancei-a! Eis o mar ao redor atordoante!
Nos meus braços em concha era como uma pérola
escondida, o mistério do oceano a guardar...

E de repente, é estranho! esse vazio, esta nsia!
Como a posse do amor está longe do amor
e o rumor que há na concha... está longe do mar!

J. G. de Araujo Jorge

 


"Coração Solitário"

A noite esta fechada na janela aberta.
Uma rua perdeu-se na sombra lá embaixo.
Não existe esta rua - é um beco surrealista
que fugiu de algum quadro louco que não vi.

Ouço meu coração ardente e solitário
com sua música estranha de piano bêbado.
No espelho, meu olhar: duas chamas de estrelas.
Não sei se é o vento, sei que há música na noite.

Há música no quarto, nas cortinas, música
nos meus cabelos despenteados, nos meus dedos,
no meu rosto, entra e sai pela janela.

Música indefinida a encher a solidão:
- estou no ventre da noite a mexer com os meus sonhos
ouço o meu coração ardente e solitário.

J. G. de Araujo Jorge


"Dois Ramos"

É preciso coragem, meu amor.
para afinal reconhecer que vamos
nos afastar, assim como dois ramos,
que continuam dando a mesma flor...

Que importa a flor, no entanto, se não damos
os mesmos sonhos de antes? Se o sabor
do fruto que ainda agora partilhamos
já se vai transformando em amargor?

É preciso coragem... Mas um dia
será preciso tê-la... Que a tenhamos!
Não vamos prolongar essa agonia

em que nossos desejos se desgastam...
Nosso destino... é o mesmo de dois ramos:
- quanto mais crescem... tanto mais se afastam...

J. G. de Araujo Jorge

 


"Caminheiro"

Eu ando pela vida à procura de alguém
que saiba compreender minha alma incompreendida,
alguém que queira dar-me a sua própria vida
como eu lhe dar pretendo o meu viver também...

Caminheiro do ideal - seguindo para o além
vou traçando uma rota estranha e indefinida,
- não sei se em minha estrada hei de encontrar guarida,
ou se eterno hei de andar, sem rumo e sem ninguém.. .

Já me sinto cansado... E em vão ainda caminho
na ilusão de encontrar um dia a companheira
que me ajude na vida a construir meu ninho...

Boemia do destino!... Hei de andar... hei de andar...
até que esta minha alma errante e aventureira
descanse numa cruz cansada de sonhar!...

J. G. de Araujo Jorge

 

 


*****************************************

" Coração Solitário "



A noite esta fechada na janela aberta.
Uma rua perdeu-se na sombra lá embaixo.
Não existe esta rua - é um beco surrealista
que fugiu de algum quadro louco que não vi.

Ouço meu coração ardente e solitário
com sua música estranha de piano bêbado.
No espelho, meu olhar: duas chamas de estrelas.
Não sei se é o vento, sei que há música na noite.

Há música no quarto, nas cortinas, música
nos meus cabelos despenteados, nos meus dedos,
no meu rosto, entra e sai pela janela.

Música indefinida a encher a solidão:
- estou no ventre da noite a mexer com os meus sonhos
ouço o meu coração ardente e solitário.



(Soneto de JG de Araujo Jorge - coletnea -
"Meus Sonetos de Amor " 1a edição1961 )

*****************************************


*****************************************

" Esta Saudade "



Esta saudade és tu... E é toda feita
de ti, dos teus cabelos, dos teus olhos
que permanecem como estrelas vagas:
dos anseios de amor, coagulados.

Esta saudade és tu... É esse teu jeito
de pomba mansa nos meus braços quieta;
é a tua voz tecida de silêncio
nas palavras de amor que ainda sussurram...

Esta saudade são teus seios brancos;
tuas carícias que ainda estão comigo
deixando insones todos os sentidos.

Esta saudade és tu... é a tua falta
viva, em meu corpo, na minha alma, viva,
... enquanto eu morro no meu pensamento.



(Soneto de JG de Araujo Jorge - coletnea -
"Meus Sonetos de Amor " 1a edição1961 )


 
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