POR ONDE ANDEI?
Sinto que este será igual a todos os anos passados Nada me indica uma saída sábia ou diferenciada Entra dia e sai dia e todos e tudo na mesma conformidade Há milhares de mortos a me rondar, acidentalmente o cncer me cerca, Uma verdadeira explosão de desafios
Nunca ouvirei uma voz a me chamar de mãe,ou ouvirei a voz da minha mãe me chamar Sem um afago de uma suposta mãozinha a me afagar ou de suas mãos Mainha a me acarinhar Ninguém me avisou das bruscas mudanças, e agora não há tempo de erros consertar, Nada me faz ser diferente, apenas mais um 'ser' que passou...tal uma carta sem remetente
Nada tenho pra mim a não ser uma alegria que em algum canto escondi Sem querer me pergunto...por onde andei? Se eu mesma não sei... Se nem tive tempo de ver a vida por mim passar Fiz talvez, tal qual Carolina, debrucei-me em uma janela e os olhos cerrei
Não sou uma cartilha com rota à decifrar...fui um dia amor a refletir em um so olhar Meu ano novo não nasceu e jamais há de nascer Não me questionem os por quês, não vou saber responder Este fardo tenho carregado de outras eras, por tantas eras Que já não sei quem sou e em tempo algum não vos poderei dizer
E me questiono sempre...onde estava....por onde andei...que não notei a vida caminhar sem eu a acompanhar!
Maria Kátia Saldanha
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