| 
   
 
                                                                                             
PORTAS
  Lourdes Ferreira Motta
  Quem inventou a porta? A discrição? O medo? A hipocrisia? O que importa...
  Quem fecha a porta Ou abre a porta. Será a nossa vontade? Afinal, o que importa?
  As portas continuam fechadas; A minha retaguarda? A minha frente? Não sei...
  Estão abertas Mas, estão fechadas... Volto os olhos, Não as vejo presentes Mas, não estão ausentes.
  A dor de sabe-las fechadas Pertence a mim; Sabe-las escancaradas, Pertence a mim.
  Quem dera pudesse Sabe-las abertas; Se ao abrir, delas, Houvesse imagens certas.
  Imagens sem comando Sempre presentes. Sobem como fumo... Fogem sem rumo...
  São minhas as portas, Abertas ou trancadas. Mostram um cenário Num vai - vem doloroso. Onde meu coração é ator E não recebe elogio, Nem aplauso caloroso.
  A porta está aberta? O raio de sol entrou E dança alegre no carpete... Mas como, se a porta está fechada? Fico alerta; Está fechada? Ou está aberta?!!!
  Portas... Portas... 
  
  
 
  
 |