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PSICOLOGIA: Medo: Histórias de quem vive com fobias
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From: ZÉMANEL  (Original message) Sent: 28/01/2010 21:15

Medo: Histórias de quem vive com fobias

Aquilo que é banal para a maioria das pessoas pode ser um autêntico suplício para alguns devido ao medo e à ansiedade exagerados, que não conseguem controlar

É um processo incontrolável, ilógico, desproporcionado e quase inexplicável. Mas muitos de nós passam a vida apanhados numa espiral de medo e ansiedade. Não há raciocínio que se imponha, não há razão que se sobreponha. Na hora H fica-se tolhido, paralisado, encurralado. Como uma criança amedrontada e desprotegida. São medos intensos de objectos ou situações que, afinal, não representam perigos reais, mas que por serem vivenciados como ameaças acabam por condicionar a vida de quem os experimenta. Este é um mundo tão irreal para quem está de fora como tão dramaticamente real para quem o vive por dentro. Este é o mundo das fobias. Medo exacerbado e ansiedade andam sempre de mãos dadas e são os ingredientes-base para alimentar o processo fóbico. O que é natural para a generalidade das pessoas torna-se num suplício ou mesmo numa impossibilidade para alguns. Como o simples acto de abrir a porta da rua e sair de casa, comportamento banalíssimo que pode ser a causa da maior angústia para quem sofre de agorafobia, isto é, do medo dos espaços abertos. E há quem, pura e simplesmente, permaneça fechado em casa, semanas, meses, anos. No pólo oposto, está a claustrofobia, o medo dos espaços fechados, em que o fechar de uma porta numa sala pode ser encarado como uma situação ameaçadora, fazendo disparar as campainhas de alarme, tipo "não vou conseguir sair daqui". A lista de fobias é imensa: da fobia social à dos hospitais, das agulhas, dos palhaços, dos cães, aves, borboletas e cobras, das plantas, elevadores, escadas e tapetes rolantes e até das cores brilhantes...

"Uma fobia define-se como um medo intenso de um objecto ou de uma situação que o doente reconhece, pensando com lógica que não apresenta nenhum perigo real para si", explica Adriano Vaz Serra, director do Serviço de Psiquiatria dos Hospitais da Universidade de Coimbra. Para que o medo seja considerado fóbico, acrescenta este professor catedrático, "deve ser tido como desproporcionado e socialmente inapropriado por qualquer observador, incluindo o próprio indivíduo". Porque há um medo "bom", aquele que faz que o indivíduo não se exponha a factores de risco que o possam vitimar - é desejável que se tenha medo de atravessar uma estrada movimentada. E, para ser fóbico, o medo deve ainda, na expressão de Adriano Vaz Serra, "desarranjar" a vida, isto é, provocar limitações. "Significa que um fóbico se sente muito mal quando se confronta com situações temidas, em relação às quais passa a desenvolver evitamentos para que esse confronto não ocorra."

A ansiedade própria do processo fóbico também é exagerada. "A ansiedade é uma coisa boa quando nos mantém alerta, com o pensamento ágil e uma capacidade de resposta rápida", defende o psicoterapeuta Victor Cláudio. Mas quando "ultrapassa um dado limiar transforma-se numa coisa má, porque se torna paralisante", esclarece o também coordenador da cadeira de Psicopatologia Geral do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA).

Nas fobias, "as situações são percebidas como ameaçadoras com o potencial de colocarem em risco a vida porque há uma perda do controlo - e essa é a grande questão", refere Victor Cláudio, frisando a necessidade de hipercontrolo sentida pelos fóbicos. Por outro lado, "o processo fóbico anda paredes meias com a desvalorização - e num mundo dividido entre fortes e fracos o pensamento é o de que 'os outros vão achar que eu sou fraco' quando se faz a comparação com os outros", afirma, explicando que isso pesa na decisão de assumir ou não a fobia.

Mas como surge uma fobia? Adriano Vaz Serra elenca três grandes situações: a observação de um modelo de alguém a quem se está afectivamente ligado (uma mãe que tem medo das trovoadas pode transmitir isso aos filhos); o condicionamento clássico (uma criança mordida por um cão pode ficar toda a vida com esse medo); e o condicionamento operante devido a um reforço positivo (uma criança que é acarinhada pela mãe devido ao medo dos cães tende a desenvolver ainda mais esse medo porque isso significa receber mais atenção da mãe).

E como se trata? Através da psicoterapia, diz Victor Cláudio, que após muitos anos a tratar fóbicos deixa um conselho: "Aos primeiros sinais de uma fobia, as pessoas devem procurar ajuda, porque quanto mais precoce for a intervenção menos problemas trará à sua vida." E as complicações provocadas pelas fobias são muitas. Estes dois especialistas alertam que, no limite, podem levar à perda do emprego. Ou a outro tipo de perturbações.

(Texto publicado na edição 23 Janeiro 2010 Revista Unica)



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