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PROSAS: Encontrei-me iluminado
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De: NATY-PT  (Mensaje original) Enviado: 04/02/2010 18:46
Encontrei-me iluminado
Encontrei-me iluminado nos telhados, 
era vago, era despovoado, era lindo.
Tinha a tristeza de uma cisterna
abandonada por preguiça de outras gerações. 
Agora, ainda posso ver o meu choro discreto
quando no meu voo
os olhos grandes me deixam ver o sol em pausa.

Além, mesmo além
- o silêncio regressava aos braços cansados e sábios 
para junto dos homens que volviam plácidos.
Além, mesmo além
o silêncio trazia no fundo chamas de queimar deuses e o próprio háli-
          to dos deuses.
E queimava, queimava o solo vestido
hora a hora 
até que das chamas colhia o segredo da vida e da morte. 

Além, mesmo além
vago e despovoado eu caminhava mais um pouco
ainda com neve nos cabelos em ferida.

Que ninguém respire.
A hora não é de respirar,
reconheço.
No meu fato de espectador mal arrumado
exposto à porta de uma paróquia de condenados
não é de respirar,
reconheço.
Mais rei
acompanho a minha antiguidade
que parte nervosa para uma grande viagem.
A meio do dia
tomarei a meu gosto um pouco de moral no sangue.
      E quando lá do sonho
      os espelhos trouxerem mar
      a chama singular e franzina
      queimará o século e a fronte,
      as sombras dos dedos nos seios,
      os veleiros de imortalidade
      cheios de palmos de terra,
      até que lá do sonho eu não respire
      que a hora não é de respirar,
      eu reconheço.



Fernando Alves dos Santos
in A Única Real Tradição Viva 
Antologia da Poesia Surrealista Portuguesa
de Perfecto E. Cuadrado
Assírio & Alvim
1998
 

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