Dá-me de beber em tuas mãos uma nesga do céu sem coares as nuvens que passam. Morde (se quiseres) a romã entre a rosa e o amanhã. Prisioneira de um mito liberta-me (se quiseres) na próxima primavera: puxa-me as verdes tranças arrebata-me do trono e de seu rei obscuro. Leva-me (se quiseres) em teus braços para onde fores e seremos primavera. As primícias serão tuas: as mais belas campnulas tilintando ouro ao sol prata sob a lua. O que dizer do que seremos se mudamos a cada gesto? Dança pura. Dá-me de beber em tuas mãos uma nesga de céu sem coares as nuvens que passam.