EVIDÊNCIAS Fátima Irene Pinto Quem ama sente ciúmes, muito ou pouco não importa,
mas sente sim. Quem deixou de amar já não se importa e deixa o outro totalmente à vontade,
para que ele próprio possa estar assim. Quem ama - vez por outra - dá uma patrulhada no território e delimita as suas fronteiras. Quem deixou de amar já não fiscaliza, é frio, controlado e jamais perde as estribeiras. Quem ama sempre acha tempo e encontra um jeito para estar com seu amor. Quem deixou de amar vai postergando sem pressa, deixando que o vento sopre a seu favor. Quem ama faz perguntas pessoais
e usa muito o pronome "nós". Quem deixou de amar conversa banalidades e esquece o significado do advérbio "a sós". Quem ama quer saber da vida do outro
com detalhes e transparência. Quem deixou de amar se esquiva
e não cobra do outro mais nada, nem ao menos coerência. Quem ama é pródigo em e-mails, telefonemas e com muito carinho dá um jeitinho de marcar presença. Quem deixou de amar é pródigo em desculpas e pretextos com os quais passa um verniz para disfarçar a indiferença. Quem ama é naturalmente fiel e está sempre voltado às necessidades do outro ser. Quem deixou de amar só é fiel a si próprio, ao seu bem estar e já não percebe os danos que causa,
querendo ou sem querer. Quem ama, mas não pode corresponder
por imperativos das circunstncias, abre o jogo e usa de sinceridade. Quem deixou de amar não descarta o outro do baralho, para o caso de uma eventualidade. Será que neste momento tu amas ou deixaste de amar? Se já não amas, com certeza irás te calar ou talvez até dizer: - Face ao exposto, nada tenho a declarar!
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