 |
|
Por esta Solidão, que não Consente
Por
esta solidão, que não consente Nem do sol, nem da lua a claridade,
Ralado o peito pela saudade Dou mil gemidos a Marília ausente:
De seus crimes a mancha inda recente Lava Amor, e triunfa da
verdade; A beleza, apesar da falsidade, Me ocupa o coração, me ocupa a
mente:
Lembram-me aqueles olhos tentadores, Aquelas mãos, aquele
riso, aquela Boca suave, que respira amores...
Ah! Trazei-me,
ilusões, a ingrata, a bela! Pintai-me vós, oh sonhos, entre as flores
Suspirando outra vez nos braços dela!
Bocage, in
'Rimas'

|
 |
|