Manifesta챌찾o libertária
contra a ALCA
No
último dia 20 de abril, terça-feira, em São Paulo, cerca de 200 pessoas, a
maioria do “universo anarquista” realizaram uma manifestação contra a
ALCA, a Área de Livre Comércio das Américas, sob a “simpática”
hospitalidade de mais 400 policiais militares.
O
ato teve início às 12:00 horas, quando os companheiros e companheiras
começaram a chegar na Praça Oswaldo Cruz, na Avenida Paulista,
desfraldando bandeiras negras, negras e vermelhas, faixas, repartindo
folhetos para os transeuntes e gritando palavras de ordem. Tudo animado
por uma “improvisada” batucada de objetos encontrados no "lixo".
Como
não poderia deixar de ser, a polícia marcou presença, cercando toda a
praça e concentrando-se em várias ruas adjacentes. A maioria das pessoas
presentes na manifestação eram recebidas com o típico: “pára, mãos na
cabeça e documentos”. Três pessoas foram presas sem nenhum motivo, mas
soltas sem nenhuma “bronca”, depois de um “chá de cadeia”.
Apesar
do esquema repressivo, e depois de uma assembléia para avaliar se valeria
a pena continuar o ato, os manifestantes n찾o se intimidaram e saíram em
passeata pela Avenida Paulista até o Banco Central, onde foi queimado um
boneco com duas faces, a de Bush e Lula, num típico ritual indígena, com
gritos e dan챌as.
O
triste que constatei nesta manifestação, não foi nem o número de policiais
presentes, isso faz parte do “jogo”, mas o número reduzido de
manifestantes. No primeiro A20 éramos quase duas mil pessoas, terça,
“meia-dúzia de gatos pingados”. E o mais incrível é que perguntávamos por
que “fulano” não apareceu, por que tal “grupo” não foi, e as respostas
eram sempre as mesmas, “estão estudando, foram viajar, trabalhando... “,
blábláblá...
Que
bosta, que grande merda, ocos ou bunda-moles s찾o os anarquistas atuais.
Que sequer faltam um dia no trabalho, na faculdade... para construir uma
luta, um sonho, estar ao lado dos seus companheiros... Pelo contrário,
continuam sendo pe챌as chaves na engrenagem deste sistema, alimentando-o
com o seu individualismo, seus projetinhos, seu cinismo, seu conformismo,
sua vidinha racional...
Mas
“cada um é cada dois”, já dizia o malandro lá do
morro...
A
única coisa certa, certíssima, é que o anarquismo só tem sentido, quando é
construído e vivido hoje, com muita paixão, ousadia, “sangue nos olhos”, e
a “lâmina de um punhal”.
mO.ésio
R.
ag챗ncia
de notícias anarquistas-ana
Um la챌o anarquista
Eu nunca tinha reparado como é curioso um la챌o... Uma fita dando
voltas?
Enrosca-se, mas n찾o se embola , vira, revira, circula e
pronto: está dado o la챌o.
É assim que é o abraço: coração com coração,
tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço: um abraço no
presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.
E
quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando...
devagarinho, desmancha, desfaz o abra챌o. Solta o presente, o cabelo, fica
solto no vestido. E na fita, que curioso, n찾o faltou nem um peda챌o.
Ah!
Ent찾o é assim o amor, a amizade. Tudo que é sentimento? Como um peda챌o de
fita? Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do la챌o.
Por isso é que se diz: la챌o
afetivo, la챌o de amizade.
E quando alguém briga, ent찾o se diz -
romperam-se os la챌os. E saem as duas partes, igual meus peda챌os de ! fita,
sem perder nenhum peda챌o.
Ent찾o o amor é isso... N찾o prende, n찾o
escraviza, n찾o aperta, n찾o sufoca. Porque quando vira nó, já deixou de ser
um la챌o.