Encontrei, folheando um velho livro, uma carta de amor e junto a tua foto. Lembranças, memórias que não queria recordar, do amor inocente e puro, aquele quando a gente ama pela primeira vez.
Lembrei, quando te vi e o que senti, aquela força estranha, nunca experimentada, Jurei a mim mesmo, que tu, somente tu, seria minha amada.
Trocamos promessas, projetamos nosso futuro, demos até nomes aos nossos imaginários filhos, vislumbramos nosso lar.
Nosso namoro infantil mas sincero, não passava do portão de tua casa, e trocas de bilhetinhos e cartas.
Foi uma dessas que encontrei agora, e relembrei a mudança de sua familia para outra cidade. Na despedida, você me pediu um beijo, aquele beijo no rosto, nosso primeiro beijo, com gosto.
Esperei notícias tuas, mas o carteiro nunca trazia o teu envelope. Depois de tantos anos e sonhos, te digo, esse amor existe em mim, até a morte.
Saudades, meu puro amor. Muitas saudades. Torno a fechar o velho livro.