Podem parecer sinonimos, ideia igual, mas diferente no sentir. Lembranca e da memoria, saudade e da alma, muitas lembrancas, poucas saudades. Lembrancas surgem com um cheiro, uma musica, uma palavra... Saudade surge sozinha, emerge do fundo do peito onde e guardada com carinho. Lembranca pode ser boa, mas quando nao e, pode-se afasta-la convocando outra lembranca ou convocar outro pensamento para o lugar, ao ligar a TV ou ao ler um jornal. Saudade e sempre boa, mesmo quando doi, e nao se apaga
mesmo que outra pessoa tente ocupar o lugar vazio. Ela pode coexistir com um novo amor, sem machuca-lo. Lembranca e de algo real, de um lugar, de uma epoca, uma pessoa. Saudade pode ser do que nao houve, de uma possibilidade, de labios jamais tocados. Lembranca pode ser contada, medida, localizada, e com algum esforco, pode ate ser calculada com uma formula matematica, ao gosto dos engenheiros. Saudade e dos poetas, e pautada em rimas e melodias, vontade de ver outra pessoa... Segundo os poetas, teria outro nome, seria uma saudade com tempero, eu acho! Lembranca pode ser sem som, pode nao doer. Saudade jamais e sem som. Se ela nao vier com musica de fundo, nos a colocamos, so para ficar mais bonita, mais bonita de sentir, para preencher mais a alma vazia. Lembranca vence a morte, mas conforma-se com a ausencia, respeita convencoes. Saudade ignora a morte, vence distancias, barreiras e preconceitos. Lembranca aceita o nosso comando, vai e volta quando nos queremos. Saudade e irreverente, independente e auto suficiente.
Autoria : Marte/JCarvalho
Direitos @utorais Reservados
Formatação : Marte/JCarvalho
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