"Outras mãos (as minhas)...
O importante é isto:
beijar as tuas mãos e descobrirmos
---- nos passos que dermos tacteando
a escuridão aos poucos diluída -----
tudo o que é preciso para subirmos
ao mais alto cume da subida.
As outras mãos (as minhas) caminhavam:
eram lapas de fogo que acenavam
e se abriam de manso contra o vento,
eram de penas mudas que luziam
no céu dos teus cabelos reluzentes,
eram armas de febre que aprendiam
(como se alunos fossem, mas ousassem)
a inventar o amor nos cais tangentes
ao caminhar do sul que se entrevia.
essas mãos (as minhas) persistiam:
eram navios sem trela e sem pastor,
à deriva no mar de um tempo ardente.
João Rui de Sousa