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De: Jatoai  (Mensaje original) Enviado: 13/12/2009 07:41
PRIMEIROS CONSELHOS DO OUTONO

Antero de Quental

Ouve tu, meu cansado coração,
O que te diz a voz da Natureza:
- Mais te valera, nu e sem defesa,
Ter nascido em asperrima solidão,

Ter gemido, ainda infante, sobre o chão
Frio e cruel da mais cruel devesa,
Do que embalar-te a Fada da Beleza,
Como embalou, no berço da ilusão!

Mais valera a tua alma visionaria,
Silenciosa e triste ter passado
Por entre o mundo hostil e a turba varia,

(Sem ver uma só flor das mil, que amaste,)
Com ódio e raiva e dor - que ter sonhado
Os sonhos ideais que tu sonhaste! - 
AMOR

Antero de Quental

Esse negro corcel, cujas passadas
Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
Da noite nas fantásticas estradas,

Donde vem ele? Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?

Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável, mas plácido, no porte,
Vestido de armadura reluzente,

Cavalga a fera estranha sem temor:
E o corcel negro diz: "Eu sou a morte!"
Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"

 MARIA

Antero de Quental

Tenho cantado esperanças...
Tenho falado damores...
Das saudades e dos sonhos
Com que embalo as minhas dores... 

Entre os ventos suspirando
Vagas, tênues harmonias,
Tendes visto como correm
Minhas doidas fantasias.

E eu cuidei que era poesia
Todo esse louco sonhar...
Cuidei saber o que e vida
Só porque sei delirar... 

Só porque a noite, dormindo
Ao seio duma visão,
Encontrava algum alivio,
Meu dorido coração,

Cuidei ser amor aquilo
E ser aquilo viver...
Oh! que sonhos que se abraçam
Quando se quer esquecer !

Eram fantasmas que a noite
Trouxe, e o dia já levou...
A luz d?estranha alvorada
Hoje minha alma acordou !

Esquecei aqueles cantos...
Só agora sei falar !
Perdoa-me esses delírios...
Só agora soube amar !
BEATRICE

Antero de Quental

Nem visão, nem real: amor! amor somente!...
Pois quem sabe o que diz esta palavra - amor - ?
Quando deixa cair no peito esta semente,
Diz o que há-de brotar, acaso, o Deus-Senhor

Somente amor... Somente?! e pouco esta palavra? Duas silabas
só - em pouco um mundo esta -
Loucos! mas, quando o amor se expande, e cresce, e lavra,
Bem como incêndio a arder, tão pouco inda será?

Gota, que alaga o mundo! átomo, e apos, colosso!
Mas este nada ou mundo, a mim quem mo aqui pôs!
Foi Deus! de Deus me vem... e a Deus medir não posso:
E imenso o que vem dele... os nadas somos nós.

E o nada, que me abriu no peito e, feito imenso,
O encheu, bem como um vaso, abrindo, encheu a flor,
Há-de alagar teu peito e ser do templo incenso...
Mulher! hás-de escutar, que eu vou falar damor!

Falar damor?!... se ele e como uma essência,
Que nos perfuma, sem se ver de donde...
Se ele e como o sorriso da inocência,
Que inda se ignora e, pra sorrir, se esconde... 

Se e o sonho das noites vaporoso,
Que anda no ar, sem que possamos vê-lo...
Se e a concha no oceano caprichoso,
Se e das ondas do mar ligeiro velo... 

Se e suspiro, que oculto se descerra,
Se escuta, mas se ignora de que banda...
Se e estrela, que manda a luz a terra,
Sem se ver de que paramos a manda... 

Se e sonho, que sonhamos acordado...
Suspiro, que soltamos sem senti-lo...
Sopro que vai dum lado a outro lado...
Sopro ou sonho, quem pode repeti-lo?

Falar do amor... do amor! o sempre-mudo!
Se e segredo entre dois, como dizê-lo,
Sem divulga-lo, sem que o ouça tudo?
Se e mistério encoberto, como vê-lo?...
 
Lamento

ANTERO DE QUENTAL

Um dilúvio de luz cai da montanha:
Eis o dia! Eis o sol! O esposo amado!
Onde há por toda a terra um só cuidado
Que não dissipe a luz que o mundo banha?

Flor a custo medrada em erma penha.
Revolto mar ou golfo congelado,
Aonde há ser de Deus tão olvidado
Para quem paz e alívio o céu não tenha?

Deus é Pai! Pai de toda a criatura:
E a todo o ser o seu amor assiste:
De seus filhos o mal sempre lembrado....

Ah! Se deus a seus filhos dá ventura
Nesta hora santa... e eu só posso ser triste...
Serei filho, mas filho abandonado!

O Convertido

Entre os filhos dum século maldito
Tomei também lugar na ímpia mesa,
Onde, sob o folgar, geme a tristeza
Duma nsia impotente de infinito.

Como os outros, cuspi no altar avito
Um rir feito de fel e de impureza...
Mas um dia abalou-se-me a firmeza,
Deu-me um rebate o coração contrito!

Erma, cheia de tédio e de quebranto,
Rompendo os diques ao represo pranto,
Virou-se para Deus minha alma triste!

Amortalhei na Fé o pensamento,
E achei a paz na inércia e esquecimento...
Só me falta saber se Deus existe!

Antero de Quental

 

A Germano Meireles

Só males são reais, só dor existe:
Prazeres só os gera a fantasia;
Em nada[, um] imaginar, o bem consiste,
Anda o mal em cada hora e instante e dia.

Se buscamos o que é, o que devia
Por natureza ser não nos assiste;
Se fiamos num bem, que a mente cria,
Que outro remédio há [aí] senão ser triste?

Oh! Quem tanto pudera que passasse
A vida em sonhos só. E nada vira...
Mas, no que se não vê, labor perdido!

Quem fora tão ditoso que olvidasse...
Mas nem seu mal com ele então dormira,
Que sempre o mal pior é ter nascido!

Antero de Quental
 
Consulta

Chamei em volta do meu frio leito
As memórias melhores de outra idade,
Formas vagas, que às noites, com piedade,
Se inclinam, a espreitar, sobre o meu peito...

E disse-lhes: No mundo imenso e estreito
Valia a pena, acaso, em ansiedade
Ter nascido? Dizei-mo com verdade,
Pobres memórias que eu ao seio estreito.

Mas elas perturbaram-se - coitadas!
E empalideceram, contristadas,
Ainda a mais feliz, a mais serena...

E cada uma delas, lentamente,
Com um sorriso mórbido, pungente,
Me respondeu: - Não, não valia a pena!

Antero de Quental
 
O Palácio da Ventura

Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas douro com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!

Antero de Quental
 
Lacrima
Noite, irmã da Razão e irmã da Morte,
Quantas vezes tenho eu interrogado
Teu verbo, teu oráculo sagrado,
Confidente e intérprete da Sorte!

Aonde são teus sóis, como coorte
De almas inquietas, que conduz o Fado?
E o homem porque vaga desolado
E em vão busca a certeza que o conforte?

Mas, na pompa de imenso funeral,
Muda, a noite, sinistra e triunfal,
Passa volvendo as horas vagarosas...

É tudo, em torno a mim, dúvida e luto;
E, perdido num sonho imenso, escuto
O suspiro das coisas tenebrosas...

Antero de Quental
 

Nocturo

Antero de Quental
 
Espírito que passas, quando o vento
Adormece no mar e surge a Lua,
Filho esquivo da noite que flutua,
Tu só entendes bem o meu tormento...

Como um canto longínquo – triste e lento –
Que voga e subtilmente se insinua,
Sobre o meu coração, que tumultua,
Tu vertes pouco a pouco o esquecimento...

A ti confio o sonho em que me leva
Um instinto de luz, rompendo a treva,
Buscando, entre visões, o eterno Bem.

E tu entendes o meu mal sem nome,
A febre de Ideal, que me consome,
Tu só, Génio da Noite, e mais ninguém!
 

APARIçãO

Antero de Quental

 

Um dia, meu amor, (e talvez cedo,

Que já sinto estalar-me o coração!)

Recordarás com dor e compaixão

as ternas juras que te fiz a medo.

 

Então, da casta alcova no segredo,

da lamparina ao trêmulo clarão,

ante ti surgirei, espectro vão,

larva fugida ao sepulcral degredo...

 

E tu, meu anjo, ao ver-me, entre gemidos

e aflitos ais, estenderás os braços

tentando segurar-te aos meus vestidos...

 

- "Ouve! espera!" - Mas eu, sem te escutar,

fugirei, como um sonho, aos teus abraços

e como fumo sumir-me-ei no ar!

PEPA

Antero de Quental

Dá-me pois olhos e lábios;
Dá-me os seios, dá-me os braços;
Dá-me a garganta de lírio;
Dá-me beijos, dá-me abraços!

Empresta-me a voz ingênua
Para eu com ela orar
A oração de meus cantos
De teu seio no altar!

Empresta-me os pés, gazela,
Para que eu possa correr
O vasto mundo que se abre
Num teu rir, num teu dizer!

Empresta-me a tua inocência,
Para eu ir ao céu voar...
Mas acende cá teus olhos
Para que eu possa voltar!

Por Deus to peço, senhora,
Que tu mo queiras fazer;
Dá-me os cílios de teus olhos
Para eu adormecer;

Porque, enquanto os tens abertos,
Sempre para aqui a olhar,
Não posso fechar os meus,
E sempre estou a acordar!

Pela Santa-Virgem peço
Que tu me queiras sorrir;
Porque eu tenho um lírio douro
Há três anos por abrir, 

E, se lhe deres um riso,
Há-de cuidar que e a aurora...
E talvez que o lírio se abra,
Talvez que se abra nessa hora!

Por Alá, minha palmeira!
Quando ao sol me for deitar,
Faze sombra do meu lado...
Por que eu quero-te abraçar!

Damor te requeiro, ondina,
Quando te fores a erguer,
Ver-te no espelho das fontes...
Porque eu quero-te beber!

 

ACORDANDO

Antero de Quental

 

 Em sonho, às vezes, se o sonhar quebranta 

este meu vão sofrer, esta agonia,

 como sobe cantando a cotovia, 

para o Céu a minha alma sobe e canta.

 

Canta a luz, a alvorada, a estrela santa,

que ao Mundo traz piedosa mais um dia..

Canta o enlevo das coisas, a alegria

que as penetra de amor e as alevanta...

 

Mas, de repente, um vento úmido e frio

sopra sobre o meu sonho: um calafrio

me acorda. - A noite é negra e muda: a dor

 

cá vela, como dantes, ao meu lado...

 Os meus cantos de luz, anjo adorado,

são sonho só, e sonho o meu amor!

 

DESESPERANçA

 

Antero de Quental

 

 Vai-te na asa negra da desgraça,

pensamento de amor, sombra duma hora,

que abracei com delírio, vai-te embora,

como nuvem que o vento impele... e passa

 

Que arrojemos de nós quem mais se abraça,

com mais nsia, à nossa alma! e quem devora

cessa alma o sangue, com que mais vigora,

como amigo comungue à mesma taça!

 

Que seja sonho apenas a esperança,

 enquanto a dor eternamente assiste,

 e só engane nunca a desventura!

 

Se em silêncio sofrer fora vingança!. 

Envolve-te em ti mesma, ó alma triste, 

talvez sem esperança haja ventura!

 

A um Poeta
Antero de Quental

Tu que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros seculares,
Como um levita à sombra dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno.

Acorda! É tempo! O sol, já alto e pleno
Afugentou as larvas tumulares...
Para surgir do seio desses mares
Um mundo novo espera só um aceno...

Escuta! É a grande voz das multidões!
São teus irmãos, que se erguem! São canções...
Mas de guerra... e são vozes de rebate!

Ergue-te, pois, soldado do Futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faze espada de combate!


 
 


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