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«« POEMAS »»: Cecília Meireles
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Respuesta  Mensaje 1 de 1 en el tema 
De: Jatoai  (Mensaje original) Enviado: 13/12/2009 07:28

Cecília Meireles. 
 

 

Até Quando

Terás,

 Minha Alma, esta Doçura

Até quando terás,

minha alma, esta doçura,
este dom de sofrer,

este poder de amar,

 a força de estar sempre –

 insegura – segura
como a flecha que segue

 a trajetória obscura,
fiel ao seu movimento,

exata em seu lugar...?

 

Monólogo

Para onde vão minhas palavras,
se já não me escutas?
Para onde iriam, quando me escutavas?
E quando me escutaste? - Nunca.

Perdido, perdido. Ai, tudo foi perdido!
Eu e tu perdemos tudo.
Suplicávamos o infinito.
Só nos deram o mundo.

De um lado das águas, de um lado da morte,
tua sede brilhou nas águas escuras.
E hoje, que barca te socorre?
Que deus te abraça? Com que deus lutas?

Eu, nas sombras. Eu, pelas sombras,
com as minhas perguntas.
Para quê? Para quê? Rodas tontas,
em campos de areias longas
e de nuvens muitas.

Cecília Meireles

 

Minha esperança

Cecília Meireles

 perdeu seu nome...
Fechei meu sonho, para chamá-la.
A tristeza transfigurou-me
como o luar que entra numa sala.

O último passo do destino
parará sem forma funesta, 
e a noite oscilará como um dourado sino
derramando flores de festa.

Meus olhos estarão sobre espelhos, pensando
nos caminhos que existem dentro das coisas transparentes.

E um campo de estrelas irá brotando
atrás das lembranças ardentes.

 

Sonhos da Menina

 

A flor com que a menina sonha
está no sonho?
ou na fronha?

Sonho
risonho:

O vento sozinho
no seu carrinho.

De que tamanho
seria o rebanho?

A vizinha apanha
a sombrinhav de teia de aranha...

Na lua há um ninho
de passarinho.

A lua com que a menina sonha
é o linho do sonho
ou a lua da fronha?

Cecília Meirelles

 

 

Meu Sonho

Parei as águas do meu sonho
para teu rosto se mirar.
Mas só a sombra dos meus olhos
ficou por cima, a procurar...

Os pássaros da madrugada
não têm coragem de cantar,
vendo o meu sonho interminável
e a esperança do meu olhar.

Procurei-te em vão pela terra,
perto do céu, por sobre o mar.
Se não chegas nem pelo sonho,
por que insisto em te imaginar ?

Quando vierem fechar meus olhos,
talvez não se deixem fechar.
Talvez pensem que o tempo volta,
e que vens, se o tempo voltar.

(Cecília Meireles)


 

Amanheceu

Cecília Meireles

Pela terra
um vento de estranha sombra,
que a tudo declarou guerra.

Paredes ficaram tortas, 
animais enlouqueceram 
e as plantas caíram mortas. 

O pálido mar tão branco 
levantava e desfazia 
um verde-lívido flanco. 

E pelo céu, tresmalhadas, 
iam nuvens sem destino, 
em fantásticas brigadas. 

Dos linhos claros da areia 
fez o vento retorcidas, 
rotas, miseráveis teias. 

Que sopro de ondas estranhas! 
Que sopro nos cemitérios! 
pelos campos e montanhas! 

Que sopro forte e profundo! 
Que sopro de acabamento! 
Que sopro de fim de mundo! 

Da varanda do colégio, 
do pátio do sanatório, 
miravam tal sortilégio 

olhos quietos de meninos, 
com esperanças humanas 
e com terrores divinos. 

A tardinha serenada 
foi dormindo, foi dormindo, 
despedaçada e calada. 

Só numa ruiva amendoeira 
uma cigarra de bronze, 
por brio de cantadeira

girava em esquecimento 
à sanha enorme do vento, 
forjando o seu movimento 
num grave cntico lento...

 

DESCRIçãO

Cecília Meireles


Amanheceu pela terra
um vento de estranha sombra,
que a tudo declarou guerra.

Paredes ficaram tortas, 
animais enlouqueceram 
e as plantas caíram mortas. 

O pálido mar tão branco 
levantava e desfazia 
um verde-lívido flanco. 

E pelo céu, tresmalhadas, 
iam nuvens sem destino, 
em fantásticas brigadas. 

Dos linhos claros da areia 
fez o vento retorcidas, 
rotas, miseráveis teias. 

Que sopro de ondas estranhas! 
Que sopro nos cemitérios! 
pelos campos e montanhas! 

Que sopro forte e profundo! 
Que sopro de acabamento! 
Que sopro de fim de mundo! 

Da varanda do colégio, 
do pátio do sanatório, 
miravam tal sortilégio 

olhos quietos de meninos, 
com esperanças humanas 
e com terrores divinos. 

A tardinha serenada 
foi dormindo, foi dormindo, 
despedaçada e calada. 

Só numa ruiva amendoeira 
uma cigarra de bronze, 
por brio de cantadeira

girava em esquecimento 
à sanha enorme do vento, 
forjando o seu movimento 
num grave cntico lento...


 

Canção do Amor-Perfeito



Cecília Meireles

O tempo seca a beleza.
seca o amor, seca as palavras.
Deixa tudo solto, leve,
desunido para sempre
como as areias nas águas.

O tempo seca a saudade,
seca as lembranças e as lágrimas.
Deixa algum retrato, apenas,
vagando seco e vazio
como estas conchas das praias.

O tempo seca o desejo
e suas velhas batalhas.
Seca o frágil arabesco,
vestígio do musgo humano,
na densa turfa mortuária.

Esperarei pelo tempo
com suas conquistas áridas.
Esperarei que te seque,
não na terra, Amor-Perfeito,
num tempo depois das almas.
 
 
 

Meu sonho num navio

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
depois abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.

(Cecília Meireles)

 

Cecília Meireles


E aqui estou, cantando.

Um poeta é sempre irmão do vento e da água:
deixa seu ritmo por onde passa.

Venho de longe e vou para longe:
mas procurei pelo chão os sinais do meu caminho
e não vi nada, porque as ervas cresceram e as serpentes
andaram.

Também procurei no céu a indicação de uma trajetória, 
mas houve sempre muitas nuvens.
E suicidaram-se os operários de Babel.

Pois aqui estou, cantando.

Se eu nem sei onde estou, 
como posso esperar que algum ouvido me escute?

Ah! Se eu nem sei quem sou, 
como posso esperar que venha alguém gostar de mim?

 

Cecília Meireles

Minhas palavras

são a metade de um diálogo
obscuro continuando através de séculos impossíveis.

Agora compreendo o sentido e a ressonncia
que também trazes de tão longe em tua voz.

Nossas perguntas e resposta se reconhecem
como os olhos dentro dos espelhos.

Olhos que choraram. Conversamos dos dois extremos da noite,
como de praias opostas. Mas com uma voz que não se importa...

E um mar de estrelas se balança entre o meu pensamento e o teu.
Mas um mar sem viagens.

 
 

Monólogo

Para onde vão minhas palavras,
se já não me escutas?
Para onde iriam, quando me escutavas?
E quando me escutaste? - Nunca.

Perdido, perdido. Ai, tudo foi perdido!
Eu e tu perdemos tudo.
Suplicávamos o infinito.
Só nos deram o mundo.

De um lado das águas, de um lado da morte,
tua sede brilhou nas águas escuras.
E hoje, que barca te socorre?
Que deus te abraça? Com que deus lutas?

Eu, nas sombras. Eu, pelas sombras,
com as minhas perguntas.
Para quê? Para quê? Rodas tontas,
em campos de areias longas
e de nuvens muitas.

Cecília Meireles


 

Cecília Meireles

De um lado,

a eterna estrela,
E do outro a vaga incerta,

meu pé dançando pela
extremidade da espuma,
e meu cabelo por uma
planície de luz deserta.

Sempre assim:
de um lado, estandartes do vento...
--- do outro, sepulcros fechados.
E eu me partindo, dentro de mim,
para estar no mesmo momento
de ambos os lados.

Se existe a tua Figura,
se és o Sentido do Mundo,
deixo-me, fujo por ti,
nunca mais quero ser minha !

(Mas, neste espelho, no fundo
desta fria luz marinha,
como dois baços peixes,
nadam meus olhos à minha procura ...
Ando contigo --- e sozinha.
Vivo longe --- e acham-me aqui ...)

Fazedor da minha vida,
não me deixes !
Entende a minha canção !
Tem pena do meu murmúrio
reúne-me em tua mão ! 

Que eu sou gota de mercúrio dividida
desmanchada pelo chão ...

Este é o Lenço

Cecília Meireles


Este é o lenço de Marília,
pelas suas mãos lavrado,
nem a ouro nem a prata,
somente a ponto cruzado.
Este é o lenço de Marília
para o Amado.

Em cada ponta, um raminho,
preso num laço encarnado;
no meio, um cesto de flores,
por dois pombos transportado.
Não flores de amor-perfeito,
mas de malogrado!

Este é o lenço de Marília:
bem vereis que está manchado:
será do tempo perdido?
será do tempo passado?
Pela ferrugem das horas?
ou por molhado
em águas de algum arroio
singularmente salgado?

Finos azuis e vermelhos
do largo lenço quadrado,
- quem pintou nuvens tão negras
neste pano delicado,
sem dó de flores e de asas
nem do seu recado?

Este é o lenço de Marília,
por vento de amor mandado.
Para viver de suspiros
foi pela sorte fadado:
breves suspiros de amante,
- longos, de degredado!

Este é o lenço de Marília
nele vereis retratado
o destino dos amores
por um lenço atravessado:
que o lenço para os adeuses
e o pranto foi inventado.

Olhai os ramos de flores
de cada lado!
E os tristes pombos, no meio,
com o seu cestinho parado
sobre o tempo, sobre as nuvens
do mau fado!

Onde está Marília, a bela?
E Dirceu, com a lira e o gado?
As altas montanhas duras,
letra a letra, têm contado
sua história aos ternos rios,
que em ouro a têm soletrado...
E as fontes de longe miram
as janelas do sobrado.

Este é o lenço de Marília
para o Amado.

Eis o que resta dos sonhos:
um lenço deixado.

Pombos e flores, presentes.
Mas o resto, arrebatado.

Caiu a folha das árvores,
muita chuva tem gastado
pedras onde houvera lágrimas.
Tudo está mudado.

Este é o lenço de Marília
como foi bordado.
Só nuvens, só muitas nuvens
vêm pousando, têm pousado
entre os desenhos tão finos
de azul e encarnado.
Conta já século e meio
de guardado.

Que amores como este lenço
têm durado,
se este mesmo está durando?
mais que o amor representado?

 

Nadador

Cecília Meireles


O que me encanta é a linha alada
das tuas espáduas, e a curva
que descreves, pássaro da água!

É a tua fina, ágil cintura,
e esse adeus da tua garganta
para cemitérios de espuma!

É a despedida, que me encanta,
quando te desprendes ao vento,
fiel à queda, rápida e branda

E apenas por estar prevendo,
longe, na eternidade da água,
sobreviver teu movimento...


 

Vôo

Cecília Meireles

Alheias  e nossas as palavras voam.
Bando de borboletas multicores, as palavras voam
Bando azul de andorinhas, bando de gaivotas brancas,
as palavras voam.
Viam as palavras como águias imensas.
Como escuros morcegos como negros abutres, as palavras voam.

Oh! alto e baixo em círculos e retas acima de nós, em redor de nós as
palavras voam.
E às vezes pousam.

 

 

 

 


 





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