AGOSTO

Jota Há

O mês de agosto não é o mais querido dos meses e por isso muitos comemoram o seu fim.

E não é por acaso que muitas superstições são associadas ao oitavo mês do calendário gregoriano, que marca a contagem dos dias na nossa época.

O nome do oitavo mês foi uma simples homenagem dos romanos ao seu imperador Augusto.

Quem nunca ouviu expressões como: agosto, mês do desgosto e de cachorro louco?

Ou, que é um período do ano de tragédias e catástrofes, o mês em que as bruxas estão soltas.

Não faltam fatos que confirmem a tradição popular de achar que o mês de agosto é o mês do mau agouro.

Das tragédias mais recentes da humanidade está o início da era do horror nuclear.

Foi em 6 de agosto de 1945, durante a segunda Guerra Mundial, que explodiu sobre Hiroshima, no Japão, a primeira bomba atômica usada numa guerra.

Não foi a única.

Três dias depois era a vez de Nagasaki ser destruída.

Também a primeira Guerra Mundial está associada ao mês de agosto.

Foi neste mês que, em 1914, começou o primeiro conflito mundial.

Ainda associada aos conflitos mundiais está, na época da guerra fria, a construção do Muro de Berlim, em 1961.

Voltando mais no tempo chegamos em 1887, quando no mês de agosto mais de 100 mil pessoas foram vítimas de uma das maiores enchentes da história da China.

Mas a origem desta fama é bem mais antiga e está relacionada a verdades e mentiras, afinal é uma lenda.

Tudo teria início em 1572, quando os franceses, vivendo no reinado de Carlos IX, presenciaram um dos mais violentos massacres da história: a morte de centenas de protestantes, na famosa noite de São Bartolomeu, também no mês de agosto.

Há outras versões para agosto ser considerado tão agourento.

Na tradição judaica é também neste mês que se celebra o dia do perdão, o

“Yom Kipur”.

Seria desta tradição que a fama teria chegado ao Brasil.

Mas alguns fatos da nossa história recente confirmam a crença popular.

Foi no mês de agosto que o presidente Getúlio Vargas se suicidou, no dia 24 de 1954, e aconteceu a renúncia de Jânio Quadros, em 1961.

Oitavo mês do ano.

Nos países latinos é o mês das desgraças e das infelicidades.

Quantas superstições se fizessem um sorteio entre os doze meses do calendário, qualquer um, que só as desgraças ocorridas fossem relacionadas, naturalmente seria aquele o mês do azar.

“Existem duas maneiras de passar pela vida sem problemas: acreditar em tudo ou duvidar de tudo; de ambos os modos se evita pensar.”

Alfred Karzybski