A TARTARUGA BIRRENTA
Birrenta por natureza
Ela era de certeza
Muito feia e malcriada …
Tinha sempre cara feia
Era feia de “mão cheia”
De dia ou de madrugada …
Um dia o Joãozinho
Pegou nela com carinho
Para com ela brincar …
A tartaruga birrenta
Fez-lhe uma cara “nojenta”
Começando a gritar …
O Joãozinho aflito
Ouvindo aquele grito
No chão a foi colocar …
Mas no meio da aflição
Ao colocá-la no chão
Pô-la de patas p’r’o ar …
A tartaruga tentou
Dar a volta mas ficou
Aos berros a espernear …
O Joãozinho então
Com a melhor intenção
Virou-a p’ra ela andar …
A “feiosa” esperneou
Deu berros, gritou, chorou
Sempre de patas p’r’o ar
Espreitou-a o Joãozinho
Teve pena e tão meiguinho
Pô-la então para andar …
A birrenta tartaruga
Mais roxa que uma uva
Disse então ao Joãozinho:
“Obrigada meu menino
Olha só o meu destino
Se não fosse o teu carinho” …
E tudo ficou em paz
A tartaruga e o rapaz
Deram um aperto de mão …
Começaram a brincar
Brincaram até cansar
E ela … aprendeu a lição!
Maria Zélia Gomes
SOU EU QUE ESTOU A VOAR
Maria Zélia Gomes
Sou eu que estou a voar?
Claro que não! … que loucura!
Nem sequer estou a sonhar …
Neste dia a terminar
Amo a vida com ternura …
Mas mesmo assim gostaria
De “ganhar” um qualquer dia
Asas pra poder voar
Voaria para os Céus
Iria juntar-me a Deus
Para a Terra … abençoar!
22.02.2009
CARNAVAL QUADRA DE FOLIA
O pessoal folião
Veio a Torres, pois então
Pra brincar o Carnaval
“São muitos mais que as mães”
Pra reinar com o “Migalhães”
E ninguém o leva a mal
Até o sol arredio
Veio pra tapar o frio
A juntar-se à alegria
Neste mês de Fevereiro
Esquece a falta de dinheiro
Que a quadra é de folia!
VOAM AVES
Voam aves
Solitárias
Em ecos
De cores
Várias
E brisas
De vento
Leve …
As asas
De seu voar
São penas
De meu
Sonhar
Quando
O meu sonho
É breve!
Maria Zélia Gomes
TALVEZ COMO O SOL BRILHANTE
Maria Zélia Gomes
Talvez como o sol brilhante
O amor se é constante
É belo …espectacular
Oxalá que nesta vida
Haja vida … aguerrida
Pra viver o verbo amar
Pra viver o verbo amar
Conjugado no presente
Deve-se sempre pensar
Passado? É não “ligar”
Que o futuro a chegar
Traz carinho … docemente!
PRENDO OS MEUS SONHOS
No silêncio da noite
Me escondo …
E prendo os meus
Sonhos de ilusão …
Deixo fluir a noite …
É madrugada …
Já não sei o caminho
Dessa estrada …
Ao meu redor …
Tudo é escuridão!
E escondo os sonhos
Lá no firmamento …
Oculto dos demais
Meu pensamento …
E vivo a vida assim
Como Deus quer …
Na minha eterna e
Densa solidão
Onde já não há
Lugar p’ra perfeição …
Eu quero agora ser …
Outra mulher!
Maria Zélia Gomes
à HORA QUE SE QUISER
à hora que se quiser Que o amor nos bata à porta Tudo o mais já não importa Se o amor nos faz viver
A vida é um faz de conta Deixa-se o tempo correr Só que a vida que se quer Muitas vezes … nos afronta
O tempo sempre a passar Com a idade a chegar Em correria constante
Vivamos com alegria Pois … para nossa “agonia!” Vai-se a vida … num instante!
Maria Zélia Gomes
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ACASO VISTE A SAUDADE?
Acaso viste a saudade …
Toda de negro vestida …
Desprezando a própria vida
E perdida na idade?
Acaso viste a saudade …
Esse mísero sentimento …
Que magoa, qual lamento
E dói mais do que a maldade?
Por acaso tu a viste…
Quando de noite partiste
Deixando-me abandonada?…
Se acaso a encontraste …
Diz-lhe que volte, à vontade …
Da vida … não espero nada!
Maria Zélia Gomes
à BEIRA MAR, NA VAZANTE
Vi-te em sonhos Distante … à beira mar Na vazante … Na penumbra De um olhar … Tinhas um Doce sorriso A lembrar que O preciso … É não deixar De … sonhar!
Maria Zélia Gomes
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A LOJA DO POETA
de
Maria Zélia Gomes
Na loja do poeta
Há um canteiro
Onde há flores
D’amor verdadeiro
Numa amálgama de
Cores e odores …
Há um cantinho doce
Cor de mar …
Enfeitado com raios
De luar …
Que escondem …
Poemas de amores …
Na loja do poeta
Há saudade
Da vida que passou
Já da idade
Mas que evoca
Poemas de paixão …
Na loja há à venda
Por magia …
As mágoas do poeta
Em Poesia …
Nascidas no calor …
Da solidão!