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CULTOS E TRADIÇÕES AFRO-BRASILEIRAS: CANDOMBLÉ
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Respuesta  Mensaje 1 de 2 en el tema 
De: QUIM TROVADOR  (Mensaje original) Enviado: 25/04/2010 23:20


CANDOMBLÉ

Candomblé, culto dos orixás, de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro-brasileiras praticadas principalmente no Brasil, pelo chamado povo do santo, mas também em outros países como Uruguai, Argentina, Venezuela, Colômbia, Panamá e México. Na Europa: Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.

A religião que tem por base a anima (alma) da Natureza, sendo portanto chamada de anímica, foi desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos da África para o Brasil, juntamente com seus Orixás/Inquices/Voduns, sua cultura, e seu idioma, entre 1549 e 1888.

Diz Clarival do Prado Valladares em seu artigo «A Iconologia Africana no Brasil», na Revista Brasileira de Cultura (MEC e Conselho Federal de Cultura), ano I, Julho-Setembro 1999, p. 37, que o «surgimento dos candomblés com posse de terra na periferia das cidades e com agremiação de crentes e prática de calendário verifica-se incidentalmente em documentos e crônicas a partir do século XVIII». O autor considera difícil para «qualquer historiador descobrir documentos do período anterior diretamente relacionados à prática permitida, ou subreptícia, de rituais africanos». O documento mais remoto, segundo ele, seria de autoria de D. Frei Antonio de Guadalupe, Bispo visitador de Minas Gerais em 1726, divulgado nos «Mandamentos ou Capítulos da visita».

Candomblé



Ilê Axé Iyá Nassô Oká - Terreiro da Casa Branca - casa mais antiga de Salvador Bahia

Religiões afro-brasileiras


Princípios Básicos

Deus
Ketu | Olorum | Orixás
Jeje | Mawu | Vodun
Bantu | Nzambi | Nkisi



Barracão de Candomblé em Pernambuco - Foto Clodomir Oshagyian - Recife - Pernambuco.


Templos afro-brasileiros


Embora confinado originalmente à população de negros escravizados, proibido pela igreja católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888. Estabeleceu-se com seguidores de várias classes sociais e dezenas de milhares de templos. Em levantamentos recentes, aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5% da população total) declararam o candomblé como sua religião.[1] Na cidade de Salvador existem 2.230 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-brasileiros e catalogado pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA, (Universidade Federal da Bahia) Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de Salvador. Entretanto, na cultura brasileira as religiões não são vistas como mutuamente exclusivas, e muitos povos de outras crenças religiosas — até 70 milhões, de acordo com algumas organizações culturais Afro-Brasileiras — participam em rituais do candomblé, regularmente ou ocasionalmente[2]. Orixás do Candomblé, os rituais, e as festas são agora uma parte integrante da cultura e uma parte do folclore brasileiro.

O Candomblé não deve ser confundido com Umbanda, Macumba e/ou Omoloko, outras religiões afro-brasileiras com similar origem; e com religiões afro-americanas similares em outros países do Novo Mundo, como o Vodou haitiano, a Santeria cubana, e o Obeah, em Trinidade e Tobago, os Shangos (similar ao Tchamba [3][4] africano, Xambá e ao Xangô do Nordeste do Brasil) o Ourisha, de origem yorubá, os quais foram desenvolvidas independentemente do Candomblé e são virtualmente desconhecidos no Brasil.

Nações

Os negros escravizados no Brasil pertenciam a diversos grupos étnicos, incluindo os yoruba, os ewe, os fon, e os bantu. Como a religião se tornou semi-independente em regiões diferentes do país, entre grupos étnicos diferentes evoluíram diversas "divisões" ou nações, que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, o atabaque (música) e a língua sagrada usada nos rituais.

A lista seguinte é uma classificação pouco rigorosa das principais nações e sub-nações, de suas regiões de origem, e de suas línguas sagradas:

Nagô ou Iorubá

Ketu ou Queto (Bahia) e quase todos os estados - Língua Yoruba (Iorubá ou Nagô em Português)

Efan na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo

Ijexá principalmente na Bahia

Nagô Egbá ou Xangô do Nordeste no Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo

Mina-nagô ou Tambor de Mina no Maranhão

Xambá em Alagoas e Pernambuco (quase extinto).

Bantu, Angola e Congo (Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul), mistura de Bantu, Quicongo e Quimbundo línguas.

Candomblé de Caboclo (entidades nativas índios)

Jeje A palavra Jeje vem do yorubá adjeje que significa estrangeiro, forasteiro. Nunca existiu nenhuma nação Jeje na África. O que é chamado de nação Jeje é o candomblé formado pelos povos fons vindo da região de Dahomey e pelos povos mahins. Jeje era o nome dado de forma pejorativa pelos yorubás para as pessoas que habitavam o leste, porque os mahins eram uma tribo do lado leste e Saluvá ou Savalu eram povos do lado sul. O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de "Savé" que era o lugar onde se cultuava Nanã. Nanã, uma das origens das quais seria Bariba, uma antiga dinastia originária de um filho de Oduduá, que é o fundador de Savé (tendo neste caso a ver com os povos fons). O Abomei ficava no oeste, enquanto Ashantis era a tribo do norte. Todas essas tribos eram de povos

Jeje[5],(Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo) - língua ewe e língua fon (Jeje)

Jeje Mina língua mina São Luiz do Maranhão


Crenças

Candomblé é uma religião "monoteísta"[6], embora alguns defendam a ideia que são cultuados vários deuses, o deus único para a Nação Ketu é Olorum, para a Nação Bantu[7] é Nzambi e para a Nação Jeje é Mawu, são nações independentes na prática diária e em virtude do sincretismo existente no Brasil a maioria dos participantes consideram como sendo o mesmo Deus da Igreja Católica.

Os Orixás/Inquices/Voduns recebem homenagens regulares, com oferendas de animais, vegetais e minerais, cnticos, danças e roupas especiais. Mesmo quando há na mitologia referência a uma divindade criadora, essa divindade tem muita importncia no dia-a-dia dos membros do terreiro, como é o caso do Deus Cristão que na maioria das vezes são confundidos.

os Orixás da Mitologia Yoruba[8] foram criados por um deus supremo, Olorun (Olorum) dos Yoruba;
os Voduns da Mitologia Fon[9] foram criados por Mawu, o deus supremo dos Fon;
os Nkisis da Mitologia Bantu, foram criados por Zambi, Zambiapongo, deus supremo e criador.

O Candomblé cultua, entre todas as nações, umas cinquenta das centenas deidades ainda cultuadas na África. Mas, na maioria dos terreiros das grandes cidades, são doze as mais cultuadas. O que acontece é que algumas divindades têm "qualidades", que podem ser cultuadas como um diferente Orixá/Inquice/Vodun em um ou outro terreiro. Então, a lista de divindades das diferentes nações é grande, e muitos Orixás do Ketu podem ser "identificados" com os Voduns do Jejé e Inquices dos Bantu em suas características, mas na realidade não são os mesmos; seus cultos, rituais e toques são totalmente diferentes.

Orixás têm individuais personalidades, habilidades e preferências rituais, e são conectados ao fenômeno natural específico (um conceito não muito diferente do Kami do japonês Xintoísmo). Toda pessoa é escolhida no nascimento por um ou vários "patronos" Orixás, que um babalorixá identificará. Alguns Orixás são "incorporados" por pessoas iniciadas durante o ritual do candomblé, outros Orixás não, apenas são cultuados em árvores pela coletividade. Alguns Orixás chamados Funfun (branco), que fizeram parte da criação do mundo, também não são incorporados.

Sincretismo

No tempo das senzalas os negros para poderem cultuar seus Orixás, Inkices e Voduns usaram como camuflagem um altar com imagens de santos católicos e por baixo os assentamentos escondidos, segundo alguns pesquisadores este sincretismo já havia começado na África, induzida pelos próprios missionários para facilitar a conversão.

Depois da libertação dos escravos começaram a surgir as primeiras casas de candomblé, e é fato que o candomblé de séculos tenha incorporado muitos elementos do Cristianismo. Crucifixos e imagens eram exibidos nos templos, Orixás eram freqüentemente identificados com Santos Católicos, algumas casas de candomblé também incorporam entidades caboclos, que eram consideradas pagans como os Orixás.

Mesmo usando imagens e crucifixos inspiravam perseguições por autoridades e pela Igreja, que viam o candomblé como paganismo e bruxaria, muitos mesmo não sabendo nem o que era isso.

Nos últimos anos, tem aumentado um movimento "fundamentalista" em algumas casas de candomblé que rejeitam o sincretismo aos elementos Cristãos e procuram recriar um candomblé "mais puro" baseado exclusivamente nos elementos Africanos.

Templos


Ilê Axé Opó Afonjá


Os Templos de candomblé são chamados de casas, roças ou Terreiros. As casas podem ser de linhagem matriarcal, patriarcal ou mista:

Casas pequenas, que são independentes, possuídas e administradas pelo babalorixá ou iyalorixá dono da casa e pelo Orixá principal respectivamente. Em caso de falecimento do dono, a sucessão na maioria das vezes é feita por parentes consanguineos, caso não tenha um sucessor interessado em continuar a casa é desativada. Não há nenhuma administração central.

Casas grandes, que são organizadas tem uma hierarquia rígida, não é de propriedade do sacerdote, nem toda casa grande é tradicional, é uma Sociedade Civil ou Beneficente.

Casas de linhagem matriarcal: (só mulheres) assumem a liderança da casa como Iyalorixá.

Ilé Axé Iyá Nassô Oká - Casa Branca-Engenho Velho - considerada a primeira casa a ser aberta em Salvador, Bahia

Ilê Maroiá Lájié - Mãe Olga de Alaketu - Fundada em 1636 no Matatu de Brotas por Otampé Ojarô

Ilé Iyá Omi Axé Iyámase do Gantois - Terreiro do Gantois - Salvador, Bahia

Ilé Axé Opó Afonjá - Opó Afonjá - Salvador, Bahia e Coelho da Rocha, Rio de Janeiro

Kwe Kpodaba - Asé Podaba - fundado em 1851 - Rio de Janeiro

Ilé Omo Oyá Legi - Mesquita, Rio de Janeiro

Zoogodô Bogum Malê Rondó - Terreiro do Bogum - Salvador, Bahia

Querebentan de Zomadônu - Casa das Minas - fundada +/- 1796 - São Luiz, Maranhão

Ile Axé Íyà Atara Magbá - Santa Cruz da Serra - RJ. Fundada e dirigida até hoje por Omindarewa de Yemanja

Casas de linhagem patriarcal: (só homens) assumem a liderança da casa como Babalorixá no Culto aos Orixá ou Babaojé no Culto aos Egungun.

Ilê Agboulá - Ilha de Itaparica

Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Axipá - Ilê Axipá - Salvador, Bahia

Casas de linhagem mista: tanto homens como mulheres podem assumir a liderança da casa.

Ilé Axé Oxumarê - Casa de Oxumare - Salvador, Bahia

Ilé Axé Odó Ogè - Terreiro Pilão de Prata - Salvador, Bahia

Obá Ogunté - Terreiro Obá Ogunté - Recife, Pernambuco

Kwé Ceja Houndé - Roça do Ventura - Cachoeira e São Felix, Bahia

Ilê Axé Iyá Ogunté - Casa de Iemanjá[10] - Maceió, Alagoas


A lei federal nº. 6.292 de 15 de Dezembro de 1975 protege os terreiros de candomblé no Brasil, contra qualquer tipo de alteração de sua formação material ou imaterial. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Instituto Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) são os responsáveis pelo tombamento das casas.

A progressão na hierarquia é condicionada ao aprendizado e ao desempenho dos rituais longos da iniciação. Em caso de morte de uma ialorixá, a sucessora é escolhida, geralmente entre suas filhas, na maioria das vezes por meio de um jogo divinatório Opele-Ifa ou jogo de búzios. Entretanto a sucessão pode ser disputada ou pode não encontrar um sucessor, e conduz frequentemente a rachar ou ao fechamento da casa. Há somente três ou quatro casas em Brasil que viram seu 100° aniversário.

Hierarquia

No Brasil, existe uma divisão nos cultos: Ifá, Egungun, Orixá, Vodun e Nkisi, são separados por tipo de iniciação do sacerdócio.

Culto de Ifá só inicia Babalawos, não entram em transe.

Culto aos Egungun só inicia Babaojés, não entram em transe.

Candomblé Ketu inicia Iyawos, entram em transe com Orixá.

Candomblé Jeje inicia Vodunsis, entram em transe com Vodun.

Candomblé Bantu inicia Muzenzas, entram em transe com Nkisi.


Hierarquia do Candomblé

Sacerdócio

Nas Religiões Afro-brasileiras o sacerdócio é dividido em:

Babalorixá ou Iyalorixá - Sacerdotes de Orixás

babalaxé ou Iyalaxé - Sacerdote e líder na sociedade

Doté ou Doné - Sacerdotes de Voduns

Tateto e Mameto - Sacerdotes de Inkices

Babalawo - Sacerdote de Orunmila-Ifa do Culto de Ifá

Bokonon - Sacerdote do Vodun Fa

Babalosaim - Sacerdote de Ossaim

Babaojé - Sacerdote do Culto aos Egungun

janelaTemplo de Ogum - Iniciação ao Candomblé

 



CANDOMBLÉ
http://www.espiritualismo.hostmach.com.br/candomble.htm


O termo "candomblé" era usado inicialmente para designar apenas certo tipo de dança, mas passou a significar também o próprio ritual religioso dos negros africanos. A principal diferença entre os vários tipos de candomblé existentes no Brasil é a origem étnica. Existem, entretanto, quatro características comuns e importantes para caracterizá-lo como de origem africana: a possessão pela divindade, o caráter pessoal da divindade, o oráculo e o despacho de Exu.



Há quem faça distinção entre o candomblé e a umbanda enquanto rituais. Ambos são religiões afro-brasileiras, mas a umbanda se caracteriza pela mistura do candomblé e do espiritismo, estando, dessa forma, voltada para os feitiços. O termo quimbanda, é usado para definir a parte da umbanda que é voltada para magia negra, conhecida como: macumba. No candomblé utilizam-se mais as danças e os trabalhos com forças advindas da natureza, como as do mar, do fogo, do ar, dos rios e florestas, representadas pelos orixás.


O candomblé praticado atualmente se encontra modificado, marcado por forte sincretismo religioso, decorrente das influências culturais dos brancos e indígenas. Essa foi uma alternativa de sobrevivência da religião. Entretanto, nos dias de hoje, observa-se a tentativa de retomar as tradições africanas, afastando os elementos católicos de seus rituais.



O candomblé distingui-se dos outros cultos por não ser praticado diante do altar, mas dançado de forma primitiva nos terreiros, com cantos envolventes ao som do agogô e do atabaque, considerado instrumento sagrado por transmitir a mensagem dos deuses.



Acredita-se que durante o ritual os orixás descem do mundo desconhecido e incorporam-se em seus filhos, chamados cavalos, concedendo-lhes poderes de atuação para o bem e para o mal. Os filhos-de-santo, na maioria do sexo feminino, são os sacerdotes dos orixás, assim como os padres são os representantes de Deus na Igreja Católica. Nem todo, porém, são preparados para "receber" os santos. Existem os que cuidam dos cavalos quando os orixás "baixam", os que sacrificam os animais, os que tocam os atabaques e os que preparam a comida. Os búzios, usados como instrumento de adivinhação, é que vão dizer qual a função de cada um.


O Candomblé, em sua essência Yorùbá foi deturpando-se no geral com o passar dos séculos, desde a chegada dos primeiros negros oriundos da África, particularmente da Nigéria e do Dahomé (a atual República Popular de Benin), sendo que os de origem Yorùbá foram dos últimos a chegarem ao Brasil, já próximo ao término da escravidão.

Por sua diferença de maneiras (embora se diga que não) foram aproveitados em grande número como escravos domésticos, pois eram considerados mais refinados. Mas, com a sua adaptabilidade do tão conhecido jeitinho brasileiro, moldou-se segundo a nossa personalidade, adaptando-se e forjando-nos como Afro-brasileiros, para nos classificarmos, se assim se pode dizer.


A nossa religião é uma das mais belas e originais manifestações de espiritualidade, com um vasto e riquíssimo naipe de nuanças com personalidade, feição e expressão próprias, traduzidas em linguagem também própria e particularizadas, apesar de variada.


A Linguagem Oral: através da qual se expressa os orins (cnticos), àdúràs (rezas), Ofos (encantamentos) e oríkìs (louvações). É através dela que se conversa com os òrìsàs.


Nossa religião é eminentemente de transmissão oral, e a despeito disso, preservaram grande parte dos seus rituais, cnticos e liturgia com sua língua. litúrgica falada quase que fluentemente em seu bojo, pelas pessoas mais proeminentes, mas, infelizmente em número bem restrito.


A língua oficial nos cultos Kétu, ègbá, Ifón e ìjèsà, é o Yorùbá, que apesar disso é também muito utilizada nos cultos de origem Angola e Jeje, que são oriundos de países e culturas diferentes.


Apesar de pouco conhecido pela grande maioria dos adeptos da religião, o yorùbá é amplamente falado de maneira empírica apenas mecnica e meramente Mimética, repetindo-se o que foi dito e decorado anteriormente.



Diz algumas pessoas, que o Yorúbá é uma língua morta e está para o culto aos òrìsà assim como o Latin está para o Catolicismo. Mas, isso é um engano, yorùbá é uma língua viva e dinmica e é falado ainda nos dias atuais por cerca de 20 a 25% da população da Nigéria e possui elevado número de dialetos, cuja língua oficial é o Inglês, introduzido ali pelos colonizadores.

No Benin, são mais ou menos 20 a 25% também de sua população, dentre outrostantos dialetos, que falam o Yorùbá como sua primeira língua ou segunda, dependendo do aculturamento.

O Yorùbá é a primeira língua de aproximadamente 30 milhões de Africanos Ocidentais, e é falada pelas populações no Sudoeste da Nigéria, Togo, Benin, Camarões e Serra Leone.

A língua também sobreviveu em Cuba (onde é chamada de Lukumi) e no Brasil (onde é chamada Nagô), termo que inicialmente era usado pejorativamente, querendo significar "gentinha, gentalha, ralé".

à parte de vários dialetos, existe o Yorùbá padrão, que é usado para propósitos educacionais, (e.g., em jornais, revistas, no rádio, TV e em escolas). Esta forma padrão é compreendida por oradores dos vários dialetos que atuam como tradutores do Yorùbá oficial para o dialetal e vice-versa.

No Brasil o interesse pelo Yorùbá dá-se principalmente entre as pessoas adeptas da Religião dos òrìsà, que recebe o nome genérico e popular de Candomblé, não importando a origem se Yorùbá, Fon (Jeje) ou Bantu (Angola).

O Candomblé nasceu da necessidade dos negros escravos em realizarem seus rituais religiosos que no princípio eram proibidos pelos senhores de escravos. E para burlar essa proibição, os negros faziam seus assentamentos e os escondiam, preferencialmente fazendo um buraco no chão, cobrindo-os e por cima colocavam e dançavam para seus òrìsà, dizendo que estavam cantando e dançando em homenagem àquele santo católico; daí. nasceu o sincretismo religioso, que foi abandonado mais tarde pela maioria dos adeptos do Candomblé tradicional, com o "término" da escravidão e mais concretamente quando o Candomblé foi aceito como religião com a liberdade de culto garantida pela Constituição Brasileira.


à primeira vista para os leigos, o Candomblé é uma coisa só. Mas, não é bem assim. Existem vários grupos, onde o mais expressivo, sem dúvida, é o grupo Yorùbá (na atualidade). Na época do tráfico de escravos, vieram muitos negros oriundos de Angola e Moçambique: os Bantos, Cassanges, Kicongos, Kiocos, Umbundo, Kimbudo, de onde se originou o “Candomblé Angola”, facilmente reconhecido por quem é da religião, pela maneira diferente de falar, cantar, dançar e percutir os tambores, o que é feito com as mãos diretamente sobre o couro com ritmos e cadências próprios, alegres e ligeiros.


É o Candomblé de onde se originou o Samba, que tomou emprestado o próprio nome, que em Kimbundo significa "oração". É também origem do "Samba de roda", que era feito como recreação, principalmente pelas mulheres, após os afazeres rituais, dançando e cantando dizeres em sua maioria jocosos e galhofeiros. Mais tarde assimilado pelo Samba de Caboclos, aí já em sua versão mais “abrasileirada” como um culto ameríndio que era feito pelos Caboclos, aí já incorporados em seus "cavalos" e já em idioma aportuguesado com versos chamados de "sotaque". Isto, porque quase sempre eram parábolas ou charadas que poucos entendiam. muito em voga ainda hoje.


Acha-se que este Samba de Caboclos foi o embrião da Umbanda, onde nasceu o culto aos òrìsà cantado e falado em português, fazendo assim a nacionalização dos òrìsà Africanos, que algumas pessoas faziam objeção por causa de ter uma língua estrangeira não bem aceita pelos já nascidos brasileiros e que foram perdendo os conhecimentos da língua ancestral, principalmente por causa do analfabetismo.


A Umbanda é a mistura do Culto aos òrìsà, do Catolicismo e do Kardecismo, resultando numa religião Brasileira, que hoje em dia é até exportada para os países vizinhos, principalmente os do cone Sul, como Argentina, Paraguai e Uruguai, onde existem até confederações de Umbanda e onde o Brasil está para eles, assim como a África está para nós.


A origem da força cultura Yorùbá foi demonstrada em uma das guerras havidas entre o Dahomé e a Nigéria, mais ou menos no meado para o final do século dezesseis, em que o Estado de Kétu, teve praticamente metade do seu território anexado ao Dahomé como espólio de guerra após sua população juntamente com a de Meko, ter sido saqueada e parte dela capturada como escravos perdurando essa anexação militar até os dias atuais.


Como Resultado dessa guerra, muitos foram capturados de ambos os lados, e foram vendidos aos Portugueses como escravos. Foi quando, já ao final do século, começaram a chegar tantos os escravos de origem Ewe-Fon, conhecido popularmente por Jejes, oriundos do Benin, antigo Dahomé, que foram capturados pelos Yorùbá, com a recíproca, dos Yorùbá capturados pelos Ewe-Fon, também vendidos como escravos.

Os Yorùbá em sua maioria, eram oriundos de Kétu, o território anexado. Mas, também vieram negros trazidos de outras áreas Yorùbás como òyó, ègbá, Ilesá, Ifón, Abeokuta, Iré, ìfé, etc.


Estes dois grupos (Jeje e Yorùbá) quando chegaram ao Brasil, continuaram inimigos ferrenhos e não havia hipótese de um aceitar o outro. Mas, eram indivíduos de tradições sociais religiosas tribais, e não podiam sobreviver sozinhos. Então procuraram unirem-se em virtude da condição cativa de ambos. Essa união era difícil tanto pela barreira do idioma, pois eram vários e diferentes em dialetos, quanto pelo ódio que alguns nutriam contra os outros do que os Senhores de escravos e Feitores se aproveitavam em tirar proveito para fomentar mais ainda a animosidade entre eles.

Pois, os Senhores de Engenho principalmente, temiam a união do grande número de escravos, o que certamente poderia colocar em risco a segurança dos brancos. Então, quando eles permitiam que os negros se reunissem no terreiro para cantar e dançar, estimulava-lhes a que fizessem "rodas" separadas, somente com seus compatriotas, onde os Kétu não misturavam-se aos Jejes nem Bantu e assim também os outros faziam o mesmo eles próprios com relação aos outros. Mas, com o tempo essa tática foi deixando de dar certo, porque os negros entenderam que sua maior fraqueza era a sua própria desunião, e resolveram se unir para facilitar um pouco à sobrevivência, unindo-se contra o inimigo comum, isto é, o branco. Isso é mais evidenciado com a instituição dos quilombos, que eram focos de resistência dos negros fujões, e que não se curvavam à escravidão.


Na nossa religião nós cantamos, oramos e, até dialogamos em Yorùbá com pequenas frases e termos usuais do dia-a-dia nas casas de culto com a assimilação de um até vasto vocabulário, se levarmos em consideração as condições em que se deu a preservação disto.


É de suma importncia às linguagens da nossa religião, sobretudo, a oral porque a entendendo, entenderemos os rituais e poderemos nos comunicar com os nossos òrìsà e Ancestrais, através da palavra.

Se não souber falar Yorùbá a pessoa falará aos emane em português

mesmo, os òrìsà ouvirão e atenderão da mesma maneira. O que é mais importante é a fé e a sinceridade com que nos dirigimos a eles. Contudo, se nos comunicamos em Yorùbá é muito mais gratificante a emoção que sentimos ao saber que o fazemos da mesma maneira que os nossos Ancestrais faziam há vários séculos atrás em nossa Língua Mãe, religiosa.

Então, nós louvamos, elogiamos, exaltamos, enaltecemos os imalè noculto aos òrìsà, no Candomblé, de acordo com a herança a nós legada pelos nossos antepassados, negros oriundos de vários lugares d'África, atravessando os séculos e chegando até nossos dias. As cantigas são um modos de enaltecer e glorificar fatos e feitos relacionados com determinado òrìsà, reportando-se à mitologia daquele òrìsà.

Louvar é: Elogiar, dirigir louvores, exaltar, enaltecer, etc. Isto nós o

fazemos diuturnamente no culto aos òrìsà, de acordo com a herança a nós legada pelos nossos ancestrais negros que nos ensinaram como fazê-lo através dos séculos desde então, da mesma maneira como eles o faziam. Essas maneiras são variadas e diversas embora, aos olhos do leigo possa parecer tudo a mesma coisa .

Dessas maneiras, a mais popular é o ORIN (a cantiga-música). Com ela nós ouvamos qualquer orixá ou imalè (espíritos). As cantigas são modos de enaltecer e glorificar os fatos e feitos relacionados a determinado òrìsà ou imalè, reportando um acontecimento ligado à mitologia daquele òrìsà.

Portanto, aprender a cantar corretamente e rezar para louvar os Orixás faz-se necessário inclusive, para um maior conhecimento e entendimento das suas lendas.

Fontes:

Texto de Altair T’Ogun

Adaptado por Lokeni

Link: http://www.orixas.com.br








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Respuesta  Mensaje 2 de 2 en el tema 
De: QUIM TROVADOR Enviado: 25/04/2010 23:21
TIPO DE CANDOMBLÉS



Há quatro tipos de candomblé:

O Queto, da Bahia, o Xangô, de Pernambuco, o Batuque, do Rio Grande do Sul, e o Angola, da Bahia e São Paulo. O Queto chegou com os povos nagôs, que falam a língua iorubá . Saídos das regiões que hoje correspondem ao Sudão, Nigéria e Benin, eles vieram para o Nordeste. Os bantos saíram das regiões de Moçambique, Angola e Congo para Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo. Criaram o culto ao caboclo, representante das entidades da mata.



A mistura com o catolicismo foi uma questão de sobrevivência. Para os colonizadores portugueses, as danças e os rituais africanos eram pura feitiçaria e deviam ser reprimidos. A saída, para os escravos, era rezar para um santo e acender a vela para um orixá. Foi assim que os santos católicos pegaram carona com os deuses africanos e passaram a ser associados a eles. A partir da década de 20, o espiritismo também entrou nos terreiros, criando a umbanda, com características bem diferentes.



Assim, o candomblé já se incorporou à alma brasileira. Tanto é que o país inteiro conhece o grito de felicidade a saudação mágica que significa, em iorubá, energia vital e sagrada: Axé!



Babalorixá

É um sacerdote e chefe de um Terreiro de Candomblé. É o responsável por tudo que acontece, ninguém faz nada sem sua prévia autorização. Sua função é sacerdotal, ele faz consultas aos Orixás através do jogo de búzios haja visto que no Brasil não temos o habito de consultar o Babalawo, que seria o chefe supremo do jogo de Ifá, devido a ausência do mesmo em nossa tradição afro-brasileira desde a morte de Martiniano do Bonfim, que segundo os mais antigos foi por volta de 1943 que faleceu o último Babalawo sacerdote supremo do culto de Ifá no Brasil, que não temos participação ativa de um Babalawô em nossos ritos, agora com os avanços tecnológicos e com a imigração voluntária de africanos para o Brasil ouvimos falar de novos Babalawôs em nossa tradição, daí precisamos diferenciar Ifá de Merindelogun e jogo de búzios. Contando com a ajuda de muitas pessoas para a administração da casa, cada um tem uma função específica na hierarquia, mas todos sabem fazer de tudo para um caso de emergência. A responsabilidade, a quantidade de filhos-de-santo, a quantidade de clientes, e a quantidade de problemas a serem resolvidos não se comparam ao de uma casa menor. O Babalorixá das grandes casas conta com a ajuda de um grupo de auxiliares. (ver hierarquia).



Ao passo que nas casas menores o Babalorixá, além da função sacerdotal acumula diversas outras funções, devendo ser conhecedor das folhas sagradas, seus segredos e aplicações litúrgicas, em caso de rituais ligados aos Eguns ou se especializa ou consulta um Ojé quando necessário, quando a casa ainda não tem um Axogun confirmado ele mesmo faz os sacrifícios, quando a casa ainda não tem Alagbê normalmente o Babalorixá convida Alagbês das casas coirmãs para tocar o Candomblé, na ausência da Iyabassê ou Ekedi ele mesmo faz as comidas dos Orixás, costura as roupas das Iaô, faz as compras, tudo depende dele.



A LENDA:

ASSIM NASCEU O CANDOMBLÉ



No começo não havia separação entre o Orum, o Céu dos orixás, e o Aiê, a Terra dos humanos.

Homens e divindades iam e vinham, coabitando e dividindo vidas e aventuras.

Conta-se que, quando o Orum fazia limite com o Aiê, um ser humano tocou o Orum com as mãos sujas.

O céu imaculado do Orixá fora conspurcado.

O branco imaculado de Obatalá se perdera.

Oxalá foi reclamar a Olorum.

Olorum, Senhor do Céu, Deus Supremo, irado com a sujeira, o desperdício e a displicência dos mortais, soprou enfurecido seu sopro divino e separou para sempre o Céu da Terra.

Assim, o Orum separou-se do mundo dos homens e nenhum homem poderia ir ao Orum e retornar de lá com vida. E os orixás também não podiam vir à Terra com seus corpos. Agora havia o mundo dos homens e o dos orixás, separados. Isoladas dos humanos habitantes do Aiê, as divindades entristeceram.

Os orixás tinham saudades de suas peripécias entre os humanos e andavam tristes e amuados.

Foram queixar-se com Olodumare, que acabou consentindo que os orixás pudessem vez por outra retornar à Terra.

Para isso, entretanto, teriam que tomar o corpo material de seus devotos.

Foi a condição imposta por Olodumare.

Oxum, que antes gostava de vir à Terra brincar com as mulheres, dividindo com elas sua formosura e vaidade, ensinando-lhes feitiços de adorável sedução e irresistível encanto, recebeu de Olorum um novo encargo:

preparar os mortais para receberem em seus corpos os orixás.

Oxum fez oferendas a Exu para propiciar sua delicada missão.

De seu sucesso dependia a alegria dos seus irmãos e amigos orixás.

Veio ao Aiê e juntou as mulheres à sua volta, banhou seus corpos com ervas preciosas, cortou seus cabelos, raspou suas cabeças, pintou seus corpos.

Pintou suas cabeças com pintinhas brancas, como as pintas das penas da conquém, como as penas da galinha-d’angola. Vestiu-as com belíssimos panos e fartos laços, enfeitou-as com jóias e coroas.

O ori, a cabeça, ela adornou ainda com a pena ecodidé, pluma vermelha, rara e misteriosa do papagaio-da-costa. Nas mãos as fez levar abebés, espadas, cetros, e nos pulsos, dúzias de dourados indés.

O colo cobriu com voltas e voltas de coloridas contas e múltiplas fieiras de búzios, cermicas e corais.

Na cabeça pôs um cone feito de manteiga de ori, finas ervas e obi mascado, com todo condimento de que gostam os orixás.

Esse oxo atrairia o orixá ao ori da iniciada e o orixá não tinha como se enganar em seu retorno ao Aiê.

Finalmente as pequenas esposas estavam feitas, estavam prontas, e estavam odara.

As iaôs eram as noivas mais bonitas que a vaidade de Oxum conseguia imaginar. Estavam prontas para os deuses.


Os orixás agora tinham seus cavalos, podiam retornar com segurança ao Aiê, podiam cavalgar o corpo das devotas.

Os humanos faziam oferendas aos orixás, convidando-os à Terra, aos corpos das iaôs.

Então os orixás vinham e tomavam seus cavalos.

E, enquanto os homens tocavam seus tambores, vibrando os batás e agogôs, soando os xequerês e adjás, enquanto os homens cantavam e davam vivas e aplaudiam, convidando todos os humanos iniciados para a roda do xirê, os orixás dançavam e dançavam e dançavam.

Os orixás podiam de novo conviver com os mortais.

Os orixás estavam felizes.

Na roda das feitas, no corpo das iaôs,

eles dançavam e dançavam e dançavam.

Estava inventado o candomblé.

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Oferenda para Caboclo, Ancestral indigena candomblé.



CANDOMBLÉ DE DABOCLO


Candomblé de Caboclo é todo candomblé que além do culto aos Orixás, Voduns ou Nkisis, cultua também espíritos ameríndios chamados de entidades, catiços ou caboclos boiadeiros, gentileiros. Inicialmente na Bahia os Candomblés não tradicionais, eram na maioria caboclos, que é um misto de Keto, Jeje e Angola.

[editar] Peculiaridade
O caboclo exerce um papel fundamental no relacionamento da comunidade afro brasileira, pois fala o idioma português, "mesmo com erros grotescos", papel que os orixás só fazem no idioma africano, chamado Yoruba, assim conquistando a popularidade dos crentes, que não entendem ou fala a língua dos orixás. São encarregados de trazer mensagens dos seus ancestrais, principalmente de entes queridos desencarnados há pouco tempo, aconselha os desesperados, indicando sempre um novo caminho, indica banhos de folha sagrada e pequenas oferendas para resoluções dos seus problemas.

Oferendas de caboclo

As oferendas de caboclo são fartas e variadas, constituída de uma grande variedade de frutas, legumes, raízes e até mesmo doces. Um elemento indispensável é a abóbora girimum, que são recheadas com fumo de rolo e mel de abelha, oferenda de galos, carneiros, peru e qualquer pássaro, são bem vindos e apreciados. A jurema é a bebida sagrada, considerada o néctar dos deuses e disputada não só pelas entidades, mas por todos os presentes.

Além dos caboclos, incorporam com espíritos que se denominam Exu (masculino) e Pombagira (feminino), mas não é o Exú Orixá do Candomblé, são bem diferentes, são denominados Exú de Umbanda.

É sempre bom lembrar que Exu catiço ou Exú de Umbanda (como é chamado o Exu não Orixá), Pombagira e afins não são do Candomblé de casas tradicionais. O que existe são zeladores (Babalorixás) que tiveram passagem pelo Candomblé de Caboclo ou pela Umbanda e depois se iniciaram no Candomblé, trazendo consigo algumas entidades da Umbanda, mas isto não as tornam do Candomblé, elas (entidades) estão em casas de Candomblé ou Candomblé de Caboclo, mas são Guias da Umbanda.

No Candomblé de caboclo as entidades recebem nomes um pouco diferente da Umbanda. Além dos caboclos de pena, que usam penachos como os da Umbanda, normalmente usam um chapéu de couro.

Caboclo Sultão das Matas
Caboclo Eirú ou Erú
Caboclo Gentileiro
Caboclo Laje Grande
Caboclo pedra preta de Joãozinho da Goméia

 



 
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