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Não faço poemas ...
Não faço, não sei fazer poemas , como fazem os verdadeiros poetas, que glosam em rimas alinhadas. Escrevo ridículas alucinações, palavras caladas, íntimas orações patéticas, que as cs de meus cabelos não consentem .
Abro, o meu ser em angústias ludicamente loucas, espelhando em meus olhos, o acre-e-doce sabor dos falhados, encarcerados em almas amarguradas.
Sinto em cada palavra, em cada linha, a beleza internamente escassa, para cantarfloridas Primaveras .
Meus versos são escarpas de granito, pedra rude , que foram alabastro, cnticos das impurezas humanas, verdades, que em cada página morrem em milhentas folhas em branco .
Queria voltar a cantar o amor, poemas em gotas renascidas, como os poetas , homens- anjos, sobrevoando pontes e rios fluídos, margens idílicas, Paraísos .
Não faço Poemas ! Somente queria, as duras realidades em sonhos transformar ... Queria ser Poeta ! Mas, não me deixam Sonhar !
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«« NOITE PEREGRINA »»
Peguei meu bordão de peregrino Seco de tantos estios, Que por ele passaram, Inerte que esteve, Durante tantos sóis e tantas luas ... Nada levo sobre a carne nua,,. Porque nasci ! E ninguém vem ao Mundo vestido !
Caminhei , sem Norte Não havia Estrela Polar, Nem Cruzeiro do Sul . A Lua não era azul, Mas brilhava como o Sol,
Tudo era novo . E, eu , crescia, E à minha mente afluia , Sentimentos e emoções .
Olhei-me e não gostei , E o Criador , De mim se compadece : O bordão refloresce E da videira que foi, Uma parra brotou E com ela meu pudor tapei ,. Porque o fiz ? Não sei !
Depois, vieram as heranças do tempo, Do Tempo em que escrevia E lia . Talvez o "Inferno", de Dante , Ou as "Viagens do Infante", Lembranças do Mar ferido Pelos remos da minha jangada ... Ou da terra ofendida, Pela palavra errada .
Colhi letras esparsas, Tentei fazer um poema ... Faltava-me o tema !
Que pode um peregrino versar, Com semelhante luar, Com os “ais” do Mar E da Terra ofendida ? Nem tenho percurso de vida, Porque mesmo agora nasci , E já envelheci , Tenho uma mão cheia de nada ... Letras esparsas, que tento rimar, Talvez com o verbo amar, E com ele fazer um verso ... Que seria controverso, Porque amar é sofrer E se acabo de nascer E já envelheci , De tudo que conheci, Neste Tempo sem tempo, Também já o esqueci ...
Finda assim a noite peregrina, Sem texto, sem rima , Sem nada ! É isso que sou, Ou o que de mim restou ...
Um dia, renascerei ... E direi tudo que sei ; Porque me tornei peregrino . Porque nunca fui menino ....
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«« Somos sementes do amanhã »»
Amanhã, haverá a ressurreição do espírito , a alma. etérea, ressurgirá noutra mátéria, para prosseguir , ou acabar de cumprir a Vida .
Assim, nos encontramos e, reencontramos .. ... e, num segundo após o conhecimento, há a percepção do " Dejà vue" , algo que nos surpreende , mas que acontece ... e se estabelece o enlace . Depois ... há o acordar dos sentidos, o subconsciente funcionando ; - Vem o sonho real, tão real que assusta ... ... e tudo se ajusta, como complementar .
Mas, há também o amanhã cotidiano . A cada alvorecer há um dia novo , para usufruir em pleno . E, ... o Tempo não regride ! Por isso, eu amo a Vida, e os seres que de perto e de longe ( mas tão perto ) que, de certo, completam meu hoje e todos os amanhãs ...
Hoje e amanhã, semearei um pouco de mim em muita gente ... e, reflorescerei a cada alvorada ... renascendo, do Nada !
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OUTONO - INVERNO ...TALVEZ PRIMAVERA ...
"As folhas caducas varrem o chão, mas, as perenes permanecem na árvore "
( Provérbio Chinês )
Há Outonos - Invernos na neve de meus cabelos, mas, há alvores de Primavera , acalentados por teus desvelos
Há sol no horizonte, e a neve derretida, escorre por minha fronte ... ... lava meus olhos nublados, que o tempo névoa neles fez. Agora, brilhantes, lavados, contrastam com minha tez , que o tempo lavrou no meu rosto, sulcos da vida, alegrias , desgosto ...
"As folhas perenes permanecem " na árvore do que fui e que sou, há folhas caídas no chão, são amargura solidão, Outonos - Invernos da Vida Sómente tu, minha querida, és minha Primavera florida
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ANTE - MANHã
Na ante-manhã, no Alvorecer de Auroras-Boreais, replanto árvores nos caminho, no desejo de outras florações.
A Paz . renasce em cada flor, a cada espiga de trigo, a cada papoiola vermelha, que refulgem nos campos dourados, anteriormente, verdes de Esperança ...
A Paz é vermelha ! Cravo rubro de Abril, abraço de Amigo, beijo de Amor, papoila vermelha, num campo de trigo ...
A Paz é abraço, no Tempo e no Espaço, de um poema , que navega em águas azuis ...
A paz é o nosso leito, onde és a flor, espiga, papoila, Pomba-Mulher, onde vou colher, beijos de amor .
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«« DOCE APARIçãO »»
Nunca desembarcamos de nós ! Nunca chegamos a outrém, senão entrando pela imaginação incrível, de nós mesmos ". ( Fernando Pessoa )
«« Doce Aparição »»
Há sempre um jangada, um Mar, um Rio, uma Baía, na minha imaginação... ... Não há Caravelas ! Somente branca velas, que a Brisa enfuna .
Navego sonolento ao Vento das Marés ... De súbito, aporto ! Mergulho nas águas, na margem, na areia branca, vejo marcas de teu pés .. Palmilho-as, uma a uma . No horizonte, vejo a Lua que desponta, em Terras de Vera Cruz .
E, uma Paz imenssa imerge em mim ... Vejo o Cruzeiro do Sul ... Adormeço ... Nasce o Sol ! Aqueço ... E no regresso das pegadas, naquelas margens salgadas, vens tu, Meu Amor !
Noite de insónia, Fevereiro de todos os anos Joaquim Oliveira