por N’vunda Tonet
Notas para uma Psicologia Angolana6 de julhoy, 2005 as 4:24 am
por N’vunda Tonet A guerra em Angola foi uma das mais longas do Mundo, e distingue-se pela sua violência e crueldade, ocasionando uma delapidação do país, a humilhação da população coloca Angola entre os territórios mais pobres do Mundo apesar de toda sua riqueza natural. Em 1975 um ano depois da queda da ditadura em Portugal (ex- potência colonizadora), o sentimento da população era de euforia: A conquista da independência a 11 de Novembro do ano em questão punha fim a quase 500 anos de colonização e a uma longa e dolorosa guerra colonial. A festa durou pouco, em alguns meses, a euforia foi substituída pelo desespero trazido pôr uma sangrenta guerra civil que viria a eclodir em Angola e que segundo dados da ONU, o número de vitimas que perderam as suas vidas chega perto de um milhão de pessoas e mergulhou o país no abismo da pobreza e debaixo de escombros. Em de 1995, o Governo angolano e a Guerrilha ratificaram o Protocolo de Lusaka (Zmbia) assinado em Novembro de 1994. O acordo que teve a supervisão da ONU previa a desmobilização das tropas da guerrilha, a extensão da administração territorial das áreas ocupadas por ela e a participação desta no governo de unidade e reconciliação nacional. Estes acordos foram violados constantemente pelas partes e os angolanos continuaram a espera de dias melhores, pois o desejo de paz era incompatível com o estado de guerra e pôr isso é politicamente intolerável e moralmente inaceitável a situação paradoxal e sinistra protagonizada pelo beligerantes que simultaneamente criaram falsas expectativas de paz. Outro problema que Angola enfrenta é do ponto de vista social. É que a guerra engendrou o aparecimento de processos de degradação das condições de vida dos angolanos, reforçados pela crise económica, que teve o seu pico em 1993. A situação da saúde pública é bastante decadente, o que faz o país ocupar as piores colocações dos principais indicadores mundiais. Outro aspecto que tem aumentado estes índices é a degradação do estado geral das estruturas de saneamento básico e de abastecimento de água e energia em todos os níveis da população. A esses indicadores adicionamos os mais de dois milhões de deficientes físicos na sua maior parte vitimas das minas anti - pessoais plantadas no país pelas partes beligerantes que hoje soma mais de 11 milhões de minas em Angola onde a população não ultrapassa os 10,5 milhões de habitantes. Psicologia em Angola Não se pode ainda chamar de Psicologia Angolana. É muito recente a criação da Associação Angolana dos Psicólogos composta por 32 profissionais sendo duas cidadãs brasileiras (1995). A faculdade de Letras é a primeira Universidade estatal a leccionar tal curso. Existe o Instituto Superior Privado de Angola que com a colaboração de uma das universidades brasileiras, também ministra o curso de Psicologia. A faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto conta com 3 especialidades. No ano de 2006, se tudo correr como o previsto será introduzida a especialidade de Psicologia Jurídico-Criminal. N’vunda Tonet é estudante de Psicologia pela Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto localizada em Luanda-Angola. |